quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Epifania do Senhor - Mateus 2,1-12

EVANGELHO DO DIA

Ano B – Marcos

Dia: 04/01/2009

- Epifania do Senhor -

· Epifania significa manifestação divina, aparição, fenômeno religioso, presença do Messias, identificado por Jesus Cristo.8/

Epifania vem do grego e significa, na vida cristã, a assunção humana de Jesus Cristo, quando o Filho de Deus dá-se a conhecer ao mundo. Em sentido literário, epifania é o momento privilegiado de um acontecimento sublime, divino, iluminado que nos faz acordar e seguir caminhos novos, novo rumo de vida. Significa qualquer fato novo, inusitado que nos abra os olhos, mostrando-nos uma nova e brilhante forma de vida.

No mundo cristão, três momentos especiais e divinos nos indicam a Epifania do Senhor: “A visita dos Reis Magos ao Recém-nascido, Jesus Cristo, Lhe oferecendo Incenso, ouro e mirra” (Mateus 2, 1 – 12); “Batismo de Jesus Cristo no rio Jordão com João Batista” (Marcos 1, 8 - 9); “Bodas de Caná” início do Ministério de Jesus Cristo” (João 2, 1 – 10).

A igreja comemora a Epifania do Senhor 12 dias após o Natal.

A celebração eucarística de hoje, conta as leituras de Isaías, Salmo 72, Paulo em Efésios e Mateus com o Evangelho.

Vamos ler e refletir toda a celebração:

Isaías 60, 1 - 12.

1 Levanta-te, resplandece, porque é chegada a tua luz, e é nascida sobre ti a glória do Senhor.
2 Pois eis que as trevas cobrirão a terra, e a escuridão os povos; mas sobre ti o Senhor virá surgindo, e a sua glória se verá sobre ti.
3 E nações caminharão para a tua luz, e reis para o resplendor da tua aurora.
4 Levanta em redor os teus olhos, e vê; todos estes se ajuntam, e vêm ter contigo; teus filhos vêm de longe, e tuas filhas se criarão a teu lado.
5 Então o verás, e estarás radiante, e o teu coração estremecerá e se alegrará; porque a abundância do mar se tornará a ti, e as riquezas das nações a ti virão.
6 A multidão de camelos te cobrirá, os dromedários de Midiã e Efá; todos os de Sabá, virão; trarão ouro e incenso, e publicarão os louvores do Senhor.

Salmo 72, 11 - 18

11 Todos os reis se prostrem perante ele; todas as nações o sirvam.
12 Porque ele livra ao necessitado quando clama como também ao aflito e ao que não tem quem o ajude.
13 Compadece-se do pobre e do necessitado, e a vida dos necessitados ele salva.
14 Ele os liberta da opressão e da violência, e precioso aos seus olhos é o sangue deles.
15 Viva, pois, ele; e se lhe dê do ouro de Sabá; e continuamente se faça por ele oração, e o bendigam em todo o tempo.
16 Haja abundância de trigo na terra sobre os cumes dos montes; ondule o seu fruto como o Líbano, e das cidades floresçam homens como a erva da terra.
17 Permaneça o seu nome eternamente; continue a sua fama enquanto o sol durar, e os homens sejam abençoados nele; todas as nações o chamem bem-aventurado.
18 Bendito seja o Senhor Deus, o Deus de Israel, o único que faz maravilhas.

Efésios 2 - 3. 5 - 6

2 Se é que tendes ouvido a dispensação da graça de Deus, que para convosco me foi dada;
3 como pela revelação me foi manifestado o mistério, conforme acima em poucas palavras vos escrevi
5 o qual em outras gerações não foi manifestado aos filhos dos homens, como se revelou agora no Espírito aos seus santos apóstolos e profetas,
6 a saber, que os gentios são co-herdeiros e membros do mesmo corpo e co-participantes da promessa em Cristo Jesus por meio do evangelho;

Mateus 2, 1 - 12

1 Tendo, pois, nascido Jesus em Belém da Judéia, no tempo do rei Herodes, eis que vieram do oriente a Jerusalém uns magos que perguntavam:
2 Onde está aquele que é nascido rei dos judeus? pois do oriente vimos a sua estrela e viemos adorá-lo.
3 O rei Herodes, ouvindo isso, perturbou-se, e com ele toda a Jerusalém;
4 e, reunindo todos os principais sacerdotes e os escribas do povo, perguntava-lhes onde havia de nascer o Cristo.
5 Responderam-lhe eles: Em Belém da Judéia; pois assim está escrito pelo profeta:




Os visitantes do Oriente

6 E tu, Belém, terra de Judá, de modo nenhum és a menor entre as principais cidades de Judá; porque de ti sairá o Guia que há de apascentar o meu povo de Israel.
7 Então Herodes chamou secretamente os magos, e deles inquiriu com precisão acerca do tempo em que a estrela aparecera;
8 e enviando-os a Belém, disse-lhes: Ide, e perguntai diligentemente pelo menino; e, quando o achardes, participai-mo, para que também eu vá e o adore.
9 Tendo eles, pois, ouvido o rei, partiram; e eis que a estrela que tinham visto quando no oriente ia adiante deles, até que, chegando, se deteve sobre o lugar onde estava o menino.
10 Ao verem eles a estrela, regozijaram-se com grande alegria.
11 E entrando na casa, viram as meninas com Maria suas mães e, prostrando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas: ouro incenso e mirra
12 Ora, sendo por divina revelação avisados em sonhos para não voltarem a Herodes, regressaram à sua terra por outro caminho.

· Comentário do Evangelho


Estrela de Davi

No Evangelho de Mateus, esta manifestação se dá através de uma estrela a magos (sábios astrólogos) do Oriente. É a "estrela de Davi", símbolo judaico que exprime a esperança messiânica deste povo.

A manifestação de Jesus, no seu nascimento, cumpre-se a profecia de Isaías

Mateus associa ao nascimento de (primeira leitura). Esta narrativa da adoração de Jesus pelos magos do Oriente, que trazem presentes de ouro, para o Rei, incenso para o Deus Filho e mirra, para o Verbo encarnada – o Homem.

Na primeira manifestação de Jesus, assumindo as condições humanas, já todos os reis se curvam ao Seu Reino de Amor e Paz. Porque Ele vem ao mundo, de modo universal, em favor dos menos favorecidos, dos prisioneiros, os humildes (Salmo).

Em Efésios, São Paulo, comenta o mistério da Encarnação que faz dos gentios co-herdeiros Deus, pois o Senhor da Vida enviou Seu Filho para todos e não mais para os judeus, como antes se entendia.

Nosso Senhor Jesus Cristo manifestou-se primeiro aos humildes pastores que se ajoelharam diante d’Ele em O reconhecendo como Filho de Deus!


Que neste Ano de 2009 que está começando,
a manifestação do Senhor
esteja sempre conosco!


04.01.2009

sábado, 27 de dezembro de 2008

Ano Novo - Novo Homem!

Ano Novo - Novo Homem

Edvaldo Santiago


Lá se vão oito anos do Novo Milênio.

Aponta o Ano Novo de 2009 e com ele novas esperanças. e a mesma alegria, as mesmas aspirações, os mesmos sonhos e comemorações nos quatro cantos do mundo. Árvores de Natal de todos os tipos e tamanhos, Papai Noel ao vivo nas casas comerciais, ruas cheias de gente comprando presentes.

Grandes expectativas, a festa é de todos e um ar de felicidade geral nos envolve. Na noite em que o Ano Velho se despede, são festas e mais festas, uma confraternização sem par, no aguardo do Ano Novo: 2009! Espoucam champagne, brilham no ar, taças cruzadas de mãos diversas. Fogos de artifício, “Feliz Ano Novo” é a expressão do momento. Vamos comemorar o Novo Ano com redobradas esperanças!

Ano Novo - Novo Homem!

Sem querer desmanchar festas ou negar aplausos ao Novo Ano, o homem também precisa renovar-se. Pouca adianta que os anos se sucedam e fique o homem no mesmo lugar. Não se renovou!

O ano mudou, mas ele não mudou. Continua sentado no passado, planejando o futuro, jogando fora o momento presente, a realidade do hoje, aqui e agora.

De pouca valia a mudança do tempo se o tempo parou para nós viventes, filhos de Deus que almejamos, sonhamos por um mundo melhor, mais justo, mais fraterno.

Que viva o Ano Novo e nos traga novos horizontes de paz, de amor, de solidariedade e partilha.

Estamos exaustos de tanta coisa má, de tantas notícias ruins, por todo lado. Os meios de comunicação parecem vibrar com o noticiário trágico, cruel, perverso. Só se fala em corrupção, assaltos, seqüestros, drogas, quando sabemos que há muitos atos de valor, ações e atitudes dignas de elogio fora do ar. Não chocam, não assustam, não dão ibope!

Otimista, crente, ainda, no ser humano, bradamos:

Viva o Ano Novo!

2009 - Ano Bom, Ano Feliz para todo mundo!

No ar, um Novo Cheiro de Amor!

Ano de Paz e Amor, só com o Homem Novo, transformador e transformado por dentro e por fora. Homem mudado em corpo, alma e espírito.



Para tanto, é preciso que o homem experimente, vivencie “uma viagem em busca de Si Mesmo” em busca do Self. Sem exceção, todos nós somos filhos de Deus. Mesmo que essa percepção não seja clara a todos, Deus não faz acepção de pessoas. É necessário que sintamos em nosso ser a Presença de Deus!

Deus fez em nós Sua morada, somos Templo do Espírito Santo!

Pouco adianta que o tempo passe, que os anos se sucedam se nós, dotados de liberdade, inteligência e vontade, não saíamos do lugar. Continuemos como o esquilo da gaiola, andando sempre em círculos.

Lembremo-nos da lição da águia. Aos quarenta anos, sentindo o peso da idade, recolhe-se num canto do penhasco e espera, aguarda, matuta. No tempo certo, com o bico renovado limpa as garras, sempre afiadas. De garras novas, retira de si as penas velhas e gastas pelo tempo.

Eis a nova águia!

Novos vôos, nova vida!

Com vida para mais trinta anos, do alto do penhasco, lança-se ao espaço, voa, voa alto, bem alto perto do sol, sentindo o calor da vida nova. Nova águia!

Viva o Ano Novo – Viva o Novo Homem!

Faz-se urgente e necessária a viagem em busca de Si Mesma, de Si Mesmo”. Comumente, vivemos em torno do ego, labutando com coisas materiais, perecíveis, preocupados com a aparência, com a exterioridade.

A situação econômica, política, o status, normalmente, falam mais alto. Infelizmente, nos faz esquecer: quem somos, de onde vimos, para onde vamos.

A nossa interioridade é mais importante, deve ser mais importante, pois nela se situam valores e não fatos. É no Self, em o Si Mesmo, no nosso coração que se encontram o verdadeiro tesouro da vida; Dentro de nós estão valores como a honestidade, a humildade, a solidariedade, a honra, a paz, o Amor. Valores perenes, permanentes, eternos.

“Onde estiver o teu [tesouro]”,
aí estará também o teu coração”
Mateus 6, 21

Nesse início do ano de 2009, meio a alegria, misturando fé e perseverança de um mundo mais humano, faz-nos crescer no amor, na paz, na justiça social.

Tenhamos na memória a lição que o Mestre Jesus Cristo deu ao fariseu, gente importante no sinédrio e nas sinagogas. O sábio Nicodemos.

Eis o diálogo do Mestre com o fariseu Nicodemos:

João 3, 1 – 5

1 Ora, havia entre os fariseus um homem chamado Nicodemos, um dos principais dos judeus.
2 Este foi ter com Jesus, de noite, e disse-lhe: Rabi, sabemos que és Mestre, vindo de Deus; pois ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não estiver com ele.
3 Respondeu-lhe Jesus: Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.
4 Perguntou-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? porventura pode tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer?
5 Jesus respondeu: Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.

Ano Novo, Novo Homem, renascido da água e do Espírito.

Feliz Ano Novo!

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

31.12.2008 – 1º. 1º. 2009

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Natal está chegando!



Natal está chegando!

Wanda e Tatai


“ ...e a Jacó [nasceu] José, marido de Maria,
da qual [nasceu] JESUS, que se chama CRISTO”
Mateus 1, 15.


Está chegando, já chegou para alguns. Quando chegará para todo mundo; para todos aqueles que também são filhos de Deus?

Quando essa alegria será geral, aqui, ali, em todos os lugares? Quando teremos um Natal sem guerras, sem fome, sem violência, sem crianças, à toa, pelas ruas? Sem meninas, adolescentes, parindo antes do tempo? Quando, Senhor, terá Natal sem maltratados aos idosos, sem corrupção, sem drogas que tanto mal fazem aos nossos jovens?


A Fé, a Esperança e o Amor estão nascendo de novo. Sua Presença nos faz voltar o riso, a alegria, a vontade de viver, viver em plenitude.

“Eu vim para que tenham vida
e a tenham em [abundância”.
João 10,10

As ruas estão mais alegres, o corre-corre dos presentes, as árvores enfeitadas e coloridas, as propagandas comerciais dão o toque final que indicam a
Festa do Natal!
Tudo natural, tudo perfeito, valem a alegria, o riso, os cantos, as músicas suaves e melodiosas. Tudo é festa e a confraternização é divina e necessária para que todos entendam que somos Filhos de Deus. E aspiramos ao mesmo Natal!

Para isso, todavia, é necessário refletirmos a vida, refletir o momento presente, meditarmos sobre crise existencial por que todos passamos, sem solução. Quando a solução está dentro de nós, no mais íntimo do nosso ser.

“Tomai sobre vós o meu jugo,
e aprendei de mim,
que sou manso e humilde de coração!”
Mateus, 11,29

Atormentados, dos que padecem dos males deste mundo; mundo que não é do Seu Reino.

É um convite; "Aprendei de mim". Que não fique ninguém sozinho, há em Mim lugar para todos, Eu sou a Vida, a Esperança, o Amor. Eu sou a Ressurreição!

- Aceite o Meu convite e se esquecerá do sofrimento, não mais se lembrará da amargura, do ódio, do desespero, da agonia, da morte que nos acompanha desde o nascimento. Lembre-se, ó homem, Eu sou a Ressurreição!

- É Natal!. A rigor, pouco se fala em Mim, mas é Meu Aniversário! Meu Pai, que está nos Céus, não se conteve de amor e desceu, em Mim, até os homens, para que o amor reine na terra e todos sejamos, realmente, irmãos, filhos do mesmo Pai!

As dificuldades, o fardo de cada um continua, pesado e difícil. Muita coisa está por acontecer, entretanto, quando, cada um de nós, enxergar as coisas como elas são, tudo há de ser diferente, tudo será normal, mais tranquilo, suave e leve, como apregoa Jesus Cristo.

É Natal! E Natal é ver tudo de novo. No meio das luzes, entre os embrulhos e presentes, na troca de cartões e de mensagens de amor, em reunião de família, com amigos e convidados, individualmente, é bom refletirmos:

- Continua o Cristo lá no céu e eu cá na terra, distantes e separados, um do outro?

- Ou Ele está dentro de mim, vivo, ardente, meigo e suave ao mesmo tempo, guiando-me os passos, dia a dia?

- O desamor, a ansiedade, a dúvida, uma inquietação bem grande, uma vontade enorme de "ser contra" continuam me impedindo de ser mais humano, mais divino, alegre e feliz? Por que é assim? Como mudar?

- Deus Meu, eu sei e creio piamente, que o Pai está em mim e eu estou no Pai e que o Pai é maior do que eu!

Por que, então, não sou bom para com todos? Por que penso em mim antes dos outros? Por que a dor do meu irmão não é, também, a minha dor? Por que não reparto com ele os dons da vida, da alegria, dos bons tempos? Por que só quero as vantagens, o sucesso, às vezes, a qualquer preço? Por que amigos e inimigos se o Senhor faz chover sobre os bons e sobre os maus sem, distinção?

Por quê. Por quê, só porquês!

- Não, meu Pai, não. Eu sei, também, que o Filho do Homem não pediu para nascer num estábulo, numa manjedoura, rodeado de homens simples e animais domésticos. Ele nunca perguntou por que não havia lugar para Seu nascimento. Nem havia lugar para Ele na hospedaria onde seus pais foram recensear-se.

A minha intenção, meu Pai, agora que estamos aqui reunidos é ter a certeza, a plena consciência de que o Senhor está profundamente arraigado dentro de mim, o Senhor é Minha Consciência, o Senhor é a Essência da minha vida. Se pudesse, se fosse grande a minha fé, diria como São Paulo: "Já não sou eu; é Cristo que vive em mim" (Gálatas, 2,20).

É Natal, Cristo nasceu em Belém, a Estrela anunciou!

Vamos agradecer, vamos festejar, vamos pular de alegria e abraçar todo mundo, vamos cantar "Noite Feliz" de mãos dadas formando um círculo em volta do mundo, não deixando ninguém de fora.

Que venham "os meninos de rua", as "meninas que estão parindo antes do tempo", os famintos, os desempregados, os injustiçados, os que moram debaixo das pontes, os encarcerados, os torturados, muitos dos velhos que estão nos asilos, jogados fora da família, os marginais todos, os inimigos, as pessoas que me são simpáticas e as antipáticas, as pessoas que gostam de mim e as que não gostam de mim. Que ninguém fique de fora deste Círculo de Amor. Cristo nasceu e há Nova Esperança no ar! Vamos cantar, agradecer. Vamos orar!

Cristo, Irmão e Amigo, Tu, que és Deus feito Menino,
com teu Nascimento, dá-nos mais um presente, fora
a Vida. Dá-nos, neste Natal, um coração novo, cheio
de ternura e de meiguice. Reinaugura, o teu Reino de
Amor e Paz, onde a partilha seja verdadeira e não.
fique nenhum irmão fora da Mesa. Faze, Jesus Cristo,
com que os chamados marginais, assaltantes, bandidos,
que também são filhos de Deus, voltem a descobrir,
em sua consciência, a Tua Presença e se tornem bons,
novamente, como todas as crianças. Que redescubram
o Pai em suas vidas. Fora com a violência, as guerras...

Não sei se é pedir demais, mas hoje é Dia do Teu Aniversário
e pedimos ainda: abre os olhos da família, que está se
desmoronando, com marido e mulher, cada qual saindo para
um lado e os filhos, desamparados, gerando problemas de
toda ordem, como vícios, drogas, prostituição,
marginalidade.

FELIZ NATAL!

Estamos reunidos e esperançosos, pois já estamos escutando os sinos do Teu Aniversário.
Música suave.
Silêncio de quem escuta e busca!
Uma alegria incontida no coração, porque Tu tornaste a
nascer e conTigo renasce, também, o Amor.
Vamos cantar! Vamos gritar!
CRISTO NASCEU! Vamo-nos abraçar e desejar, uns
aos outros:

Feliz Natal, meus Irmãos, minhas irmãs,

Feliz Natal!


Ipiaú (Ba), 24.12.2008.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

3ª Semana do Advento - João Batista

- 3ª Semana do Advento -


Edvaldo Santiago

Introdução

Estamos a uma semana do Natal, nascimento do Filho de Deus!
São protagonistas desta Celebração Eucarística: o profeta Isaías, Lucas, São Paulo e João Evangelista.

A temática do Domingo, 14 deste mês, é João Batista, o precursor de Jesus e a sua influência no Plano da Salvação.

Acompanhemos as leituras bíblicas e o comentário geral da Missa de Domingo.

O profeta Isaías 61, 1 - 2a. 10 - 11

1 O Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu para pregar boas-novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos presos;
2 a apregoar o ano aceitável do Senhor e o dia da vingança do nosso Deus
10 Regozijar-me-ei muito no Senhor, a minha alma se alegrará no meu Deus, porque me vestiu de vestes de salvação, cobriu-me com o manto de justiça, como noivo que se adorna com uma grinalda, e como noiva que se enfeita com as suas jóias.
11 Porque, como a terra produz os seus renovos, e como o horto faz brotar o que nele se semeia, assim o Senhor Deus fará brotar a justiça e o louvor perante todas as nações.

· Cânticos – Lucas 1, 46 - 48.

46 Disse então Maria: A minha alma engrandece ao Senhor,
47 e o meu espírito exultam em Deus meu Salvador;
48 porque atentou na condição humilde de sua serva. Desde agora, pois, todas as gerações me chamarão bem-aventurada.
49 porque o Poderoso me fez grandes coisas; e santo é o seu nome.
50 E a sua misericórdia vai de geração em geração sobre os que o temem.
53 Aos famintos encheu de bens, e vazios despediu os ricos.
54 Auxiliou a Isabel, seu servo, lembrando-se de misericórdia.

1 Tessalonicenses 5, 16 – 24

16 Regozijai-vos sempre.
17 Orai sem cessar.
18 Em tudo dai graças; porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco.
19 Não extingais o Espírito;
20 não desprezeis as profecias,
21 mas ponde tudo à prova. Retende o que é bom;
22 Abstende-vos de toda espécie de mal.
23 E o próprio Deus de paz vos santifiquem completamente; e o vosso espírito, e alma e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.

24 Fiel é o que vos chama, e ele também o fará.

João 1, 6 - 8. 19 – 28

6 Houve um homem enviado de Deus, cujo nome era João.
7 Este veio como testemunha, a fim de dar testemunho da luz, para que todos cressem por meio dele.
8 Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz.
19 E este foi o testemunho de João, quando os judeus lhe enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para que lhe perguntassem: Quem és tu?
20 Ele, pois, confessou e não negou; sim, confessou: Eu não sou o Cristo.
21 Ao que lhe perguntaram: Pois que? És tu Elias? Respondeu ele: Não sou. És tu o profeta? E respondeu: Não.
22 Disseram-lhe, pois: Quem és? para podermos dar resposta aos que nos enviaram; que dizes de ti mesmo?
23 Respondeu: Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías.
24 E os que tinham sido enviados eram dos fariseus.
25 Então lhe perguntaram: Por que batizas, pois, se tu não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta?
26 Respondeu-lhes João: Eu batizo em água; no meio de vós está um a quem vós não conheceis.
27 aquele que vem depois de mim, de quem eu não sou digno de desatar a correia da alparca.

28 Estas coisas aconteceram em Betânia, além do Jordão, onde João estava batizando.

Comentário

João veio como testemunha



João Batista era filho do sacerdote Zacarias e Isabel.

Sua atuação como profeta aconteceu entre os anos de 742 e 687 antes de Cristo – A. T. quando anunciava, na Judéia e em Jerusalém, a vinda do Messias. Já predizia o poder de Deus sobre todas as coisas; noticiava, na Judéia e em Jerusalém, a vinda do Messias.

João Batista e Jesus - Batismo

Este versículo de Isaías atesta a profecia sobre Jesus Cristo, o Messias que os judeus não aceitaram, como o Enviado do Pai:

“1 O Espírito do Senhor Deus está sobre mim,
porque o Senhor me ungiu para pregar boas-novas aos mansos;
enviou-me a restaurar os contritos de coração,
a proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos presos”.


Em Cânticos, Lucas menciona o canto sublime de Maria, ao ser agraciada como Mãe de Jesus, Filho do Altíssimo. Magnificat significa a atitude, a voz, todo o ser de Maria Imaculada pela graça de ter sido escolhida como Mãe do Filho de Deus.

48 porque atentou na condição humilde de sua serva.
Desde agora, pois,
todas as gerações me chamarão bem-aventurada.

O Sim de Maria dado, em resposta ao anjo Gabriel tornou-a Mãe de todos os viventes, Mãe da humanidade.

São Paulo nos impele à vigilância, em fazendo a vontade do Pai. Em sua exortação, nos leva o apóstolo a crer em Deus, confiar nas profecias e ter certeza de que o Filho do Homem é uma realidade, o caminho certo para a nossa salvação.

Sobretudo, nos recorda como seres humanos dotados de corpo, alma e espírito, o que nos torna o ser humano, criado à imagem e semelhança de Deus.

Finalmente, o centro do Evangelho de hoje: João Batista.

Ele era filho de sacerdote, deveria estar no templo, com outros sacerdotes, da linhagem mais alta de Jerusalém e de Judá.

Todavia, Deus o enviou, antes de Jesus, como Seu precursor. Veio ao mundo anunciar que depois dele viria o, Salvador do mundo, o Messias esperado e não aceito pelos seus, pelos judeus, que O rejeitaram.

Em vez de gozar do prestígio e das honrarias do templo, João preferiu viver no deserto, vestido de pele de camelo e alimentar-se de gafanhoto. Ao tempo em que bradava a todos pela conversão e o arrependimento dos seus pecados.

Gritava bem alto que estaria por vir o Filho de Deus, o Messias, que seria o Redentor do mundo, o Enviado do Pai, o Verbo encarnado.

21 Ao que lhe perguntaram: Pois que? És tu Elias? Respondeu ele: Não sou. És tu o profeta? E respondeu: Não.
22 Disseram-lhe, pois: Quem és? para podermos dar resposta aos que nos enviaram; que dizes de ti mesmo?
23 Respondeu: Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías.


Com humildade, não se deixou confundir com o Messias, confessando não ser digno de desatar Suas sandálias. Com ciúme os discípulos seus protestavam porque esses se afastavam dele, seguindo Jesus.

A essa queixa, João respondia: É bom que Ele cresça e eu diminua.

João batizava em água, com o fim do perdão dos pecados. Foi esse mesmo João que batizou Jesus em água, todavia foram surpreendidos todos pela aparição do Espírito Santo, em forma da pomba, e a voz de Deus Pai que anunciava ser Jesus Seu Filho amado.

Perseguido pelos inimigos do Reino, por denunciar, inclusive, Herodes, por ordem deste foi preso e, posteriormente, ordenado que lhe fosse cortada a cabeça. Sabedor da morte de João, iniciou Jesus Seu ministério, começando a pregação com as proféticas palavras das Isaías. Concluindo com a célebre expressão:

“Hoje se cumpriu este oráculo” (Lucas 4, 18 - 21).

Concluindo, foi João de tal importância na história da Salvação, que o Mestre disse a seu respeito, ser ele, João Batista, o maior nascido de mulher; todavia, o menor no Reino de Deus.

Finalmente, com João Batista, encerra-se o Antigo Testamento e se inicia o Novo, com a Nova e Eterna Aliança, com Nosso Senhor Jesus Cristo!


Vinde, Senhor Jesus!


16.12.2008

sábado, 6 de dezembro de 2008

60 ANOS DE AMOR

Graças a Deus!

Wanda e Tatai

10.12.1948 – 10.12.2008

60 anos de casados!




Wanda e Tatai e Jesus Cristo sempre presente!


Wanda, Tatai e os oito filhos:
Antônio José, Ma. Amélia, Luiz Alberto, Mário Sérgio,
Lúcia Helena, Ma. do Rosário, Ma. Luísa e Ma. Isabel.


A família




A família

Tudo começou, num dia de sábado, janeiro de 1944.

- História de amor -


Assim já não são mais dois,
mas uma só carne.
Portanto, o que Deus ajuntou,
não o separe o homem.”
Mt 19, 5



Wanda e Tatai - há 60 anos!

Janeiro de 1944.

Primeiros dias de conhecimento da cidade que aprendi a amar, até hoje. Como se ontem fosse hoje, hoje fosse ontem. Sem que eu percebesse, Ipiaú já era meu “Bem Querer”. A terra do meu coração!

Estudante de Nazaré das Farinhas, terra onde nasci, egresso do orfanato “Asilo de Meninos Desvalidos”, profissão alfaiate e de muita honra, para Rio Novo, rumei, aqui chegando no dia 29 de dezembro de 1943.

Grandes amigos, irmãos do coração, para aqui me trouxeram Aloísio Castro, Américo Castro, José Fonseca Mota e Quintiliano Andrade Cardoso. Grandes amigos e colegas que já não estão mais conosco. Nossa eterna gratidão!


Wanda e Tatai - Humor e Otimismo!

Mais vividos, todos os colegas tinham namorada. Só eu não tinha. Acanhado, desacostumado a sair, passear, vivendo o dia inteiro no orfanato, faltava-me jeito de namorar, andar de voltas com garotas. Foi aí que meus colegas me abriram o jogo.



Disseram: “aqui há uma menina que dá certo com você. Vai ser sua namorada. Ela se chama Celita; é uma ótima menina”.



Pronto, me acenderam a chama, deixaram-me inquieto. Eu queria conhecer essa menina. Eu precisava ver essa menina!

Nosso romance:

Vi-a pela primeira vez, num dia de sábado. Meu Deus, como me lembro!

Ela vinha da feira, trajando um vestido de alças, quadriculado, blusa branca, tranças longas até a cintura, amarradas nas pontas com fitas de gorgorão cor de rosa.

Bem em frente à Igrejinha de São Roque, hoje prédio comercial.

Não sei se ela me viu, se notou minha presença ou se lembra do fato. Não importa; vi-a e gostei dela à primeira vista, me creiam ou não os leitores.

Andar ligeiro e gracioso, esguia, menina ainda, sacudindo as tranças, numa faceirice que me encanta até hoje. Alguma coisa trazia na mão, me pareceu uma vassoura, dando-me a certeza de que vinha da feira.

Foi o suficiente.

Daí em diante, a procura, os lances, os olhares, os recados, o princípio de namoro; namoro à antiga, mas saboroso e persistente. Como até hoje. Até o primeiro encontro, difícil e acanhado, quase sem palavras, só o arfar de peitos e coração batendo forte. Dos dois. Ambos estreantes no amor, os primeiros namorados. Ele, acanhado, ela, tímida, com medo do encontro; do que poderia acontecer depois.




Wanda e Tatai – Ternura!

Os furtivos encontros tinham de acontecer de modo rápido, antes que as luzes da cidade se acendessem; tempo roubado em que a menina de tranças vinha comprar linhas do seu bordado, da sua máquina de costura e dos seus bastidores. Menina ainda, bordadeira de primeira. E eu, alfaiate!

Uma explicação necessária. As luzes da cidade eram acesas às 18 horas e apagadas às 6 da manhã. E Celita tinha que chegar a casa antes que as luzes fossem acesas, sob pena de apanhar, tomar uma surra.

Recém-chegado, jovem, estudante, concluinte do curso ginasial. Vestido de blusão de farda, mangas arregaçadas, saindo da adolescência, andava em turmas com os colegas, Zeca Fonseca, Quintiliano, Aloísio, Américo Castro e outros e só o comentário da menina de tranças; quem era, de onde era, o que fazia, se era daqui mesmo.

Cadê essa menina!

A menina de vestido de quadros, de tranças compridas! Seu jeito, sua forma, não sei. Só sei que preciso vê-la mais amiúde, ter encontros, mais encontros, falar mais, ouvi-la, segurar suas mãos. Mirar seus olhos, suas tranças compridas...

Como era difícil namorar naquele tempo!

E começou minha peregrinação pela rua da Rodagem (Siqueira Campos) onde ela morava com mãe, Dona Delinha. A princípio, com os colegas, em grupos, ten­tando chamar atenção dela; depois sozinho, preocupado, ansioso, com esperança forte de namoro mesmo. A essa altura, ela já demo­rava um pouco na janela, arriscando me ver, apesar de toda a marcação que tinha da mãe dela, Dona Delinha, depois Mãe Delinha de todos nós.

De férias, foram poucos os meses que aqui passamos - janeiro e fevereiro. Era chegada a hora de voltar para casa, para a terra natal e recomeçar tudo por lá. E por aqui ficava um sonho, que sonho. Uma maravilhosa visão!




Wanda e Tatai - Confiança

De férias, foram poucos os meses que aqui passamos - janeiro e fevereiro. Era chegada a hora de voltar para casa, para a terra natal e recomeçar tudo por lá. E por aqui ficava um sonho, que sonho. Uma maravilhosa visão!

Visão, o sonho de uma menina linda, meiga, tímida que amo tanto, como se fosse ontem, no começo da história.


A título de conversa. Durante os dois meses que aqui passamos, trabalhei tanto de alfaiate, costurando, no corredor da casa de “Seu” Antero e Dona Helenita, nossos inesquecíveis hospedeiros, com a máquina da casa. Alegre, feliz, voltei para Nazaré com uma mala cheia de tudo para Nair e Senhorazinha, minhas jóias.

Nesse pequeno espaço de tempo aqui, nesta terra, quanto aprendi, quanto ganhei, como percebi que o mundo é muito maior que os nossos horizontes de família pobre!

Quanto aprendi com os amigos que nos ajudaram a ser gente. Ajudaram-nos a ver que todos somos iguais, com as mesmas oportunidades de crescer, evoluir, viver a vida em toda a sua extensão.

Quanta grandeza aprendemos nesta terra de meu Deus!

Perdoem-nos a divagação, o devaneio, o próprio êxtase, todavia sonhar é possível. Viver é necessário e como vivi e vivo eu esses momentos inolvidáveis!

Continuemos a narrativa, continuemos a historia.

Pior a emenda que o soneto. Não mais acertei ficar em minha terra, Nazaré. A menina não me saia um minuto da cabeça e já no meu coração.




Wanda e Tatai – Fé e Perseverança!

Não agüentei mais. Larguei tudo, poucos familiares, Nair e Senhorazinha, irmã e tia, minhas raízes, e me lancei na aventura de vir para Ipiaú, em definitivo, sem saber onde pousaria; onde iria comer e dormir. Deus, inspiração, fé no porvir!

Com a cara e a coragem e uma fé inquebrantável em Deus, assim o fiz para sempre. Foi só juntar os quase-nada e viajar para esta terra amada, que é Ipiaú. Novos lances, novas e maiores expectativas, após uma romântica correspondência que durou quase um ano e o reencontro com a menina tímida de tranças até à cintura, amarradas com fitas de gorgorão.

Trouxe comigo uma mala de papelão, umas três roupas brancas - mania do alfaiate - uma ou duas camisas, roupas internas, agulha, dedal, alguns carretéis de linha e uma porção de vergonha na cara, uma força interior dada por Deus, que nem mesmo sabia que tinha.

Wanda e Tatai. Juntos, descobrimos qualidades e defeitos comuns. Ambos escabreados, primeiros namorados. Bordadeira e alfaiate, simples e de origem humilde. Conversa vai, conversa vem, promessas e mais promessas; esforço conjunto e o noivado, com aliança de Da. Delinha (das antigas, grossas) dividida em duas. O enxoval, os mealheiros guardando o dinheiro para comprar as coisas, a arrumação das mesmas coisas e a casa da Rua Borges de Barros, 37 onde todos os filhos nasceram.

O casamento, a lua de mel em Nazaré, em Salvador, a felicidade, a alegria incontida. O sonho realizado!

Novas lutas, sofrimentos e mais alegria e fomos chegando, cada vez mais um pouquinho. E mais amor. Estudantes, todos dois, um segurando o outro de todo jeito, inclusive espi­chando o orçamento. Na raça, ambos professores universitários e ele, ainda, Bacharel em Direito. Isso, já com filhos e filhas criados!

Com a tenda de alfaiate e o bordado de Wanda e Delinha, a família. Um filho, dois filhos, oito filhos, todos esperados e amados. Um neto, dois netos, dezessete netos, filhos com açúcar, cinco bisnetos. Genros, noras, filhos também.

Ao todo, somos hoje, quarenta e cinco pessoas, um completo laboratório, Sem nos esquecer, jamais, de Mãe Delinha, Luiz Alberto, Nair, Senhorazinha e Alípio, que estão no céu.

Um pequeno clã. Nosso querido laboratório.

Esta história, a “História de Amor” que num dia de sábado, em janeiro de 1944, teve sua realização plena no dia 10 dezembro de 1948, quando, na Presença de Deus e da comunidade, Wanda e Tatai, prometeram ser fiéis a vida inteira:
O matrimônio!

Ou antes, na porta da antiga Igreja de São Roque, com Wanda, minha Preta, meu amor, de tranças compridas, vestido quadriculado e bonita, linda, até hoje!

“Se o Senhor não edificar a casa,
em vão trabalham os que a edificam”!
Salmo 127, 1


Desde o início da nossa história, Deus se fez presente em nossa vida. Juntos, Wanda, Tatai e Dona Delinha, Mãe Delinha, formamos um trio bem afinado. Vivemos bem unidos e dela temos saudades até hoje. Delinha foi mãe, foi avó, foi tudo para os nossos filhos.

Na Rua Borges de Barros, 37, a segunda casa construída nesse local – ainda sem Câmara, sem Forum, Prefeitura, Ginásio de Rio Novo sem Escola Professora Celestina Bittenourt, sem ruas – ali iniciamos nosso Ninho de Amor, ali nasceram nossos oito filhos.

Quanta saudade daquela rua onde nossos filhos nasceram, cresceram e curtiram de tudo o que tiveram direito. Com nós três unidos, nossos filhos empinaram arraia, soltaram balões, brincaram de picula, jogaram triângulo, rezaram Santo Antônio, soltaram fogos de São João, pularam fogueira. Viveram e amaram esse tempo!

Grandes vizinhos, grandes amigos de amizade duradoura até hoje, com os que ainda estão conosco, neste mundo de meu Deus. Por mais de trinta anos ali vivemos, sonhamos, amamos e fomos sempre amados. Saudades, muitas saudades daquele tempo! Recordações indeléveis. Como começamos a Vida! Memória!

Há mais de vinta anos, neste Bairro da Conceição, onde residimos, as coisas mudaram. Filhos adultos, 17 netos também adultos, oito bisnetos, com genros e nora, somos uma família total de 49 pessoas. E nós, continuamos cultivando o Amor de mais de sessenta anos. Wanda e Tatai são um!


Wanda e Tatai - Amor!

Somos felizes, alegres pelos sessenta anos de casamento! E tudo de bom nos aconteceu, porque Deus edificou a nossa casa, desde o início de nossa vida.

Graças, graças sobre graças!

Graças a Deus!


A Família

Wanda e Tatai - 02
Antonio José, Eliene, Cláudio, Rogério. Rodrigo, Bianca, Shirley, Beatriz, Lívia (filho) = 10
Maria Amélia e Ana Amélia + 02
Luiz Alberto, Ricardo, Luciana, Lucila, Alan e Júlia = 06
Lúcia Helena, Ademar, Mateus, Bruno, Helena, Caio, Lorena e Loana = 08.
Mário Sérgio = 01 Maria do Rosário, Dino e Vanísia= 03
Maria Luísa, Josafá, Isaac, Marcus, Diogo, Luísa, Gustavo, João Pedro e Nívia = 09
Maria Isabel, Gilson, Bárbara, Isabelle, Vanda, Luiz, Sofia, Rafael = 08



- Laboratório de 49 pessoas -


Netos



Bisnetos


Wanda e Tatai – Folhinha do Dia do Noivado (frente)




Wanda e Tatai - Folhinha do Dia do Noivado (verso)




Wanda e Tatai - Certidão de casamento



Wanda e Tatai - Folhinha dos 60 anos de casados (frente)






Wanda e Tatai - Folhinha do 60 anos de casados (verso)







Bodas de Diamante

10.12.1948 - 10.12.2008

Wanda e Tatai

60 Anos de Amor!

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

TEMPO DO ADVENTO - INÍCIO DO ANO LITÚRGICO DE 2009


- TEMPO DO ADVENTO -

“Pois a Sabedoria entrará no teu coração, e


o conhecimento será aprazível à tua alma”
Provérbios 2, 10;

MARANA THA!
“Vem, Senhor Jesus”!

23 de novembro de 2008
Ano A – Mateus
Solenidade de Jesus Cristo, Rei do Universo!
Término do Tempo Comum e do Ano Litúrgico

30 de novembro de 2008,
Ano B – Marcos
1º Domingo do Advento
Início do Ano Litúrgico de 2009

· 30 de novembro de 2008 – Domingo - eis que termina o Ano Litúrgico da nossa Igreja. Ou melhor, Sábado, 29 de novembro de 2008, à tarde, termina o Ano A – Mateus, 2008, antes das primeiras vésperas do Domingo, 30, 1º Domingo do Advento.

Diferente do calendário civil que começa em janeiro e termina em dezembro, o Ano Litúrgico da Igreja termina com a Solenidade de Cristo Rei e começa com o Tempo do Advento, 1º Domingo.

Em 2008, Ano A, tivemos Mateus como evangelista. Em 2009, Ano B, teremos como evangelista, Marcos..

- TEMPO DO ADVENTO -

Quatro domingos, quatro semanas, todas elas dedicadas ao Tempo do Advento, que significa “estar por vir”, “chegada”. Preparação, reflexão para o Natal, Dia do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Há relatos de que o Advento começou a ser vivido entre os séculos IV e VII em vários lugares do mundo, significando a preparação para o Natal.

No século IV, na França e na Espanha, esse Tempo do Advento tinha caráter ascético, místico, contemplativo, com jejum, abstinência, duração de seis semanas, como na Quaresma de São Martinho. Esse ascetismo consistia na preparação para o Batismo, por ocasião da Epifania.

No século VII, em Roma, o Tempo do Advento tomou caráter escatológico, recordando a segunda vinda de Jesus Cristo, duração de cinco semanas.

Somente com a reforma litúrgica da Igreja, o Tempo do Advento passou a ter aspectos, tanto da vinda definitiva do Senhor, como da preparação para do Dia do Seu Nascimento – Natal -, em quatro semanas.

ADVENTO


JESUS CRISTO


- TEOLOGIA DO ADVENTO –


Revela-se, no Tempo do Advento o Mistério de Jesus Cristo, Sua encarnação, Sua vinda, inserido nesse mistério, a dimensão histórica da salvação. É um período de profunda reflexão sobre as coisas de Deus, sobre os Seus desígnios.

E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós,
cheio de graça e de verdade; e vimos a sua glória,
como a glória do unigênito do Pai”.

João 1, 14

E a Palavra se fez homem. E o Cristo se fez homem. E o Logos se fez carne, se fez homem e habitou entre nós. Jesus Cristo vive entre nós, vive dentro de nós, em cada um de nós.

Jesus Cristo, Filho unigênito do Pai, é antes de Abraão, antes de Davi. “Por Ele todas as coisas foram feitas e nada sem Ele foi feito” (Prólogo de João).

“Ensinando-os a observar todas as coisas
que eu vos tenho mandado;
e eis que eu estou convosco
todos os dias, até a consumação dos séculos”
Mateus 28,20

Ao se fazer carne, Deus , além de plenificar o tempo, torna próximo o Seu Reino. Confima no Seu Filho a realidade salvífica, abre para todos nos um Novo Tempo. Faz com que todos tenhamos oportunidade de nos tornar o Novo Homem e, Nosso Senhor Jesus Cristo.

O período do Advento nos abre os olhos, nos proporciona enxergar um novo tempo: o tempo da alegria, da esperança, do arrependimento, da conversão. São quatro semanas em que nos descobrimos missionários em ação, buscando a Paz, a Solidariedade, a Partilha, a Fraternidade Universal,

Advento – do latim, “adventus”, vinda, chegada, O evangelista Marcos, Ano B, nos adverte em o Evangelho de hoje 13,33 - 37: “Vigiai, pois ninguém sabe a hora em que o senhor da casa voltará/’. Ficai de sobreaviso, acautelai-vos, ficai atentos. “Quando Jesus passar, quando Jesus passar, quando Jesus passar, eu quero estar em meu lugar”

Tempo do Advento, tempo de espera, de certeza, tempo especial ,tempo de fé, para redescobrirmos a nossa vocação. Todos somos filhos e filhas de Deus, pois somos a morada do Pai, Templo do Espírito Santo. São Paulo, em Gálatas 4, 4, nos diz:

“vindo a plenitude dos tempos,
Deus enviou seu Filho, nascido de mulher,
nascido debaixo de lei,
5 para resgatar os que estavam debaixo de lei,
a fim de recebermos a adoção de filhos”

Tempo do Advento. Aproxima-se o Natal. São quatro semanas, especialmente, para refletirmos, para meditarmos a realidade presente.

Chega de violência, basta de desamor e desprezo pela vida, nosso bem maior. Já está na hora de entendermos as lições de Jesus Cristo que, a cada dia, nasce e vive em nós, a nos lembrar de Sua existência, de Sua história.
Sob a ação do Espírito Santo, nasceu da virgem Maria, o Filho do Altíssimo, Jesus Cristo, Emmanuel, Deus conosco.. Deus fez-se carne, fez-se homem e habita entre nós. O Filho, gerado, não criado, fez-se homem e viveu, entre nós, à nossa semelhança, a fim de nos mostrar como devemos ser.

Já é hora. Passou da hora. De uma vez por todas, esqueçamos dos males que nos afligem: a corrupção, o consumismo, o apego às coisas, o egoísmo.

Tempo do Advento. Eis que vem, novamente, Jesus Cristo! Vamos receber o Filho de Deus em festas, louvores, cantos e orações. Lembremo-nos, por toda a vida de que Ele disse:

“Eu sou o Caminho, e a Verdade, e a Vida;
ninguém vem ao Pai, senão por mim”.
João 14, 6

Cantemos ao Senhor, um cântico novo!

Louvemos o Senhor Jesus Cristo!

MARANA THA!


VEM, SENHOR JESUS!


Wanda e Tatai


30.11.2008

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

56 ANOS DE EXISTÊNCIA DO ROTARY CLUB DE IPIAÚ

ROTARY CLUB DE IPIAÚ

30.11.1952 - 30.11.2008

56 Anos de Existência!



Assim como o Filho do homem não veio para ser servido,
mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muito
Mateus 20, 28


· Mensagem de Amor, de Paz, de Solidariedade!


· Fundado em 30 de novembro de 1952, o ROTARY CLUB DE IPIAÚ comemora 56 anos de existência, vivendo e servindo à comunidade.

54 pioneiros, heróis de então, se reuniram e resolveram criar o nosso Clube, na coragem e na raça, quando Ipiaú iniciava seus passos rumo ao desenvolvimento. Classificações as mais variadas, priorizando a agricultura e o comércio.

Cidade ainda pequena, sem ensino médio, sem clubes sociais, as festas populares, principalmente os bailes de micareta eram comemoradas nos armazéns de cacau, com preferência o Instituto de Cacau da Bahia.

As festas sociais de família, aniversários eram realizadas nas escolas particulares e nas próprias residências de amigos ou de parentes. A festa mais popular e histórica era o aniversário de Doutor Borges de Barros, um dos fundadores do Clube: 15 de maio, inclusive data da criação do Jazz 15 de maio que abrilhantou festas e mais festa em nossa região.

Década de 1950. Deve a esta época o início de desenvolvimento e pregresso de nossa terra. Vejamos o impulso que levou a crescer:

- Criação do Ginásio de Rio Novo, 26 de abril de 1950.
- Loja Maçônica Fraternidade Rionovense – 09 de julho de 1950
- Rio Novo Tênis Clube – 1950.
- Credite-se a antecipação das iniciativas ao Independente Esporte Clube que foi fundado em 29 de agosto de 1949.

Justamente, dentro desse entusiasmo, cidadãos mais interessados como, Waldemiro Santos, farmacêutico, Agostinho Cardoso Pinheiro, advogado, Leônidas Fernandes Leão, Juiz de Direito, Protógenes Jaqueira, tabelião, Jaldo Reis, Alípio Correia, Salvador da Matta, Noé Bonfim, médicos, Augusto Vieira, Rafael Sampaio, comerciantes, Raul Leite, Otávio Machado, Edvaldo Santiago, alfaiate e mais outros companheiros.

A primeira reunião, festiva de inauguração, foi realizada na Fazendo do companheiro Otávio Machado, na estrada Ipiaú – Ibirataia.
As reuniões ordinárias, presididas pelo companheiro Leônidas, foram realizadas no Hotel Glória de Rafael Sampaio, na Praça Virgílio Damásio.

Cite-se como marco histórico que, quase todas as iniciativas da nossa comunidade nasceram em um dos compartimentos da Farmácia Bahia, do companheiro Waldemiro Santos, Dal, foram medrados e se realizaram a Maçonaria, o R. N. Tênis Clube, o Rotary.

Tão férteis eram as idéias e tanto o carinho por nossa terra, nessa mesma Farmácia Bahia, reuniam-se sempre os líderes locais a fim de escolher para a nossa cidade o Delegado de Polícia, o Juiz de Direito, a indicação dos dirigentes públicos, com sugestões para a escolha de prefeito.

Nosso Clube teve grande influência nas iniciativas da cidade, tanto de ordem pública como privada. O campo de aviação, a campanha da luz do Funil – energia elétrica – campanhas em torno do cacau, do comércio, da educação e cultura, do desenvolvimento geral de Ipiaú, sempre tiveram a presença do Rotary.

Passamos dificuldades, a luta foi árdua e perseverante. Todavia nosso clube permaneceu e permanece fiel ao Ideal de Servir. Servir desinteressadamente, com objetivos sempre atuais: continuar vivo o amor pela comunidade, o companheirismo sadio,

56 anos de fundação! Mais de meio século vivo, atuante, marchando com o progresso da comunidade, já bem outra. Grande comércio, faculdades, hospitais, população mais esclarecida. Tudo isso o Rotary Club de Ipiaú viu crescer, participou do seu crescimento viveu, amou de verdade.

Com as graças de Deus, enquanto houver cidadãos como os que hoje participam da sua história, uma história de amor e paz, o Rotary Club se fará presente e atuante em nossa terra de Ipiaú – Meu Bem-Querer.

Paz, muita paz, e nossa homenagem aos que fizeram nascer o nosso Rotary!

Vida, saúde, esperança sempre à frente para os companheiros que hoje vivem e participam da trajetória do nosso querido Rotary Club de Ipiaú.

56 anos servindo a Ipiaú!

Parabéns!


Edvaldo Santiago, 1952 - 2008

Sócio fundador,
Classificação-Alfaiate,
Alfaiataria, Roupa sob Medida

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO!

SOLENIDADE DE JESUS CRISTO,
REI DO UNIVERSO




Na Cruz do Calvário estava a placa em letras
gregas, hebraicas e romanas:
JESUS NAZARENO, REI DOS JUDEUS
(Iesus Nazarenus Rex Iuderus)
23. de novembro de 2008
Ultimo Domingo do Ano Litúrgico de 2008
Prenúncio do Tempo do Advento
Reflexão para o Natal!
Evangelho: Lc 23, 35 - 43
35 E o povo estava ali a olhar. E as próprias autoridades zombavam dele, dizendo: Aos outros salvou; salve-se a si mesmo, se é o Cristo, o escolhido de Deus.
36 Os soldados também o escarneciam, chegando-se a ele, oferecendo-lhe vinagre,
37 e dizendo: Se tu és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo.
38 Por cima dele estava esta inscrição [em letras gregas, romanas e hebraicas:] ESTE É O REI DOS JUDEUS.
39 Então um dos malfeitores que estavam pendurados, blasfemava dele, dizendo: Não és tu o Cristo? salva-te a ti mesmo e a nós.
40 Respondendo, porém, o outro, repreendia-o, dizendo: Nem ao menos temes a Deus, estando na mesma condenação?
41 E nós, na verdade, com justiça; porque recebemos o que os nossos feitos merecem; mas este nenhum mal fez.
42 Então disse: Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino.
43 Respondeu-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso.
‘”Os sumos sacerdotes zombavam de Jesus, dizendo: “Ele salvou os outros; se for o Cristo de
Deus, o Eleito, salve-se a si mesmo”. Também os soldados aproximavam-se para oferecer-lhe vinagre e zombavam, dizendo: “Se tu és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo”. Pois havia também uma inscrição acima dele
“Este é o rei dos judeus”. Um dos criminosos crucificados insultava-o, dizendo: “Não és tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós”. O outro, porém, o repreendeu, dizendo: “Nem tu, que estás sofrendo a mesma condenação, temes a Deus? Nós sofremos com justiça porque recebemos o castigo merecido pelo que fizemos, mas este nada fez de mal”. E falou: “Jesus, lembra-te de mim quando vieres como Rei”. E Jesus lhe respondeu: “Eu te asseguro: ainda hoje estarás comigo no paraíso”.(Da Internet)
JESUS NAZARENUS REX IUDERUX






COMENTÁRIO
JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO!

Verdadeiro REI DO UNIVERSO, JESUS CRISTO, gerado e não criado, substancial ao PAI, a Divindade Universal, o Pai Nosso que está nos Céus, na Terra, em todos os lugares.
Sob Pôncio Pilatos, foi castigado, humilhando, espancado e condenado, com a lavagem das mãos de Pilatos.
Condenado à morte, foi em Jesus posta uma coroa de espinhos, jogado em seus ombros um manto vermelho, simulando, maltrando, insinuando um Rei. E, a mando da autoridade romana, inscrito na haste horizontal cal da cruz
A Festa de Jesus Cristo, Rei do Universo foi criada, em 1925, pelo Papa Pio XI, comerada no mês de outubro, Depois, mudada a Festa para o mês de novembro, que coincide com o Tempo do Advento, preparação especial para o Natal, Nascimento do Rei, Nosso Senhor Jesus Cristo, Filho Unigênito do Pai, o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim.
Jesus Cristo, Síntese do Universo!

A festa de Cristo Rei do Universo é um prêmio para todo cristão, é a maneira que a nossa Igreja encontrou para enaltecer o Filho de Deus, que se fez Homem, assumindo suas condições humanas. Jamais, sendo Filho de Deus, quis o Rei, Jesus Cristo, fazer-se igual ao Pai. Em toda a sua pregação sempre disse que tudo o que fazia era em nome do seu Pai, que é maior do Eu.
Jesus não veio para salvar a si próprio. Jesus veio para ensinar aos homens, mostrar à humanidade uma nova forma de vida. Vida sem preconceitos, vida em abundância, liberdade plena.
No tempo de Jesus Cristo era por demais o legalismo, a exclusão dos mais fracos, os oprimidos. Escravos, crianças e mulheres viviam à margem da sociedade, dominada pelos poderosos: além da opressão romana, os próprios judeus eram os donos da comunidade: os fariseus, escribas, anciãos, os sacerdotes.
O Rei dos Reis nasceu sob o poder do Espírito Santo; nasceu de uma mulher pura, sem mácula, - Maria - que acreditou no anjo enviado por Deus. Ela, sem pensar, certa e confiante na sua missão disse: Sim. Faça-se em mim a vontade de Deus.
O Rei dos reis deu novo sentido à cruz. Antes ela representava infâmia e vergonha, tornou-se símbolo de Salvação. Cruz, símbolo da fé e da redenção. Cruz caminho da redenção. “Quem quiser vir após mim, renuncie a si mesmo toma sua cruz e me siga”.
Nascido de Maria, Virgem Mãe, Jesus, Filho do Altíssimo, tem origem antes de Davi, antes de Abraão, antes de todos os patriarcas. Ele mesmo o afirmou, em discussão com os fariseus: “Antes de Abraão, Eu Sou”.

João, o evangelista do Amor, em seu prólogo, define bem, a origem do Rei.

“1 No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
2 Ele estava no princípio com Deus.
3 Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez.
4 Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens’”
14 E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai”. (João 1, 1 – 4. 14).
A Palavra, o Verbo, o Logos, o Cristo têm o mesmo significado, o mesmo sentido.
Esse significado culmina no versículo 14 na expressão “o Verbo se fez carne, o Cristo se fez Homem em Jesus Cristo, nascido de Maria Imaculada, sob o poder do Espírito Santo”.
Jesus Cristo é anterior aos tempos, com Ele e por Ele todas as coisas foram feitas. Nada sem Ele foi feito.
Por isso JESUS CRISTO É O REI DO UNIVERSO!
Jesus Cristo é o Caminho, a Verdade e a Vida. Ele é vida em abundância.
So Ele possui o poder da salvação. Ele é o Pão que desceu do céu. A porta das ovelhas.
Vamos cantar, vamos louvar, vamos entoar hinos de amor ao Filho de Deus que tem hoje sua Festa.


VIVA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO,
REI DO UNIVERSO!


23.11.2008

sábado, 15 de novembro de 2008

RECADO PARA UBATÃ - PRIORIDADE DE DEUS

Recado para Maria Luísa, filha, e Marlene Pereira, colega irmã,
ambas professoras de Ubatã-Bahia.

Estamos muito feliz por terem, ambas professoras elogiado nosso Blog, “Conversa Amigável comTatai” e partilha a leituras dos escritos com seus alunos.

Nossa intenção, realmente, é incentivar a leitura, colher novas informações e adquirir, cada um leitor, por si mesmo, conhecimentos, que serão aplicados na vida diária.

Os textos servem de auto ajuda, incentivo, estímulos, no intuito de que, principalmente, os jovens criem uma consciência de paz, de amor, de solidariedade e partilha.

Nada melhor na vida que a leitura, a boa leitura, a sadia leitura que nos faz crescer, por dentro e por fora. Gotas de sabedoria, doses de conhecimento e muita espiritualidade, a sintonia direta com Deus.

Agradeçam a seus alunos a participação que prestigia nosso blog e lhes transmitam o nosso carinho por eles todos.

Estão ambas as colegas e quem mais se interessar pelo assunto autorizadas a utilizar nossos textos em suas aulas, como exercícios, como exemplo de vida.

Selecionamos, hoje, o Salmo 147, escrito no período do exílio do povo judeu na Babilônia, chamado Salmo “Louvor ao Deus Todo Poderoso”.

Ler, refletir, meditar e comentar, em grupo, a Prioridade de Deus.


Salmo 147

1 Louvai ao Senhor; porque é bom cantar louvores ao nosso Deus; pois isso é agradável, e decoroso é o louvor.

2 O Senhor edifica Jerusalém, congrega os dispersos de Israel;

3 sara os quebrantados de coração, e cura-lhes as feridas;

4 conta o número das estrelas, chamando-as a todas pelos seus nomes.

5 Grande é o nosso Senhor, e de grande poder; não há limite ao seu entendimento.

6 O Senhor eleva os humildes, e humilha os perversos até a terra.

7 Cantai ao Senhor em ação de graças; com a harpa cantai louvores ao nosso Deus.

8 Ele é que cobre o céu de nuvens, que prepara a chuva para a terra, e que faz produzir erva sobre os montes;

9 que dá aos animais o seu alimento, e aos filhos dos corvos quando clamam.
10 Não se deleita na força do cavalo, nem se compraz nas pernas do homem.

11 O Senhor se compraz nos que o temem, nos que esperam na sua benignidade.

12 Louva, ó Jerusalém, ao Senhor; louva, ó Sião, ao teu Deus.

13 Porque ele fortalece as trancas das tuas portas; abençoa aos teus filhos dentro de ti.

14 Ele é quem estabelece a paz nas tuas fronteiras; quem do mais fino trigo te farta;

15 quem envia o seu mandamento pela terra; a sua palavra corre mui velozmente.

16 Ele dá a neve como lã, esparge a geada como cinza,

17 e lança o seu gelo em pedaços; quem pode resistir ao seu frio?

18 Manda a sua palavra, e os derrete; faz soprar o vento, e correm as águas;

19 ele revela a sua palavra a Jacó, os seus estatutos e as suas ordenanças a Israel.

20 Não fez assim a nenhuma das outras nações; e, quanto às suas ordenanças, elas não as conhecem. Louvai ao Senhor!




O primeiro ato da minha jornada é o de me levantar bem cedo e de entrar
no serviço de Deus. Jamais faço preceder minhas orações pelas minhas tarefas pessoais.
Torno, assim, manifesto que na minha vida Deus ocupa o primeiro lugar e espero que ele responda favoravelmente à minha súplica.


Ipiaú, 15 de novembro de 2008

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Sursum corda!

Corações ao alto!

“Bem-aventurados os limpos de coração”,
porque eles verão a Deus”.

Mateus 5,8

Ave Companheiro legal, Victor Hugo.

Graças a Deus, estamos aqui, ciente das coisas, ciente da vida, contente por tudo o que nos tem acontecido. Sobretudo, olhando os céus e perguntando ao Pai por que os homens não se preocupam uns com os outros? Por que não sentem falta um do outro, como irmão, como amigo?

Queremos de volta o sagrado. Em tudo, o cheiro de espiritualidade. Chega de fragmentação, a dualidade incomoda e dói em todos nós, por que nos separa. Faz-nos estranhos. Queremos a Totalidade, o holismo, a interdependência das pessoas e das coisas. Conhecimento e sentimento de mãos dadas, dando-nos a todos paz, solidariedade, fé num mundo novo.

Que bom ser lembrado, caro Victor Hugo, colega e irmão, conhecido há pouco, por afinidade, estimado há muito, dado o tamanho do seu coração. Acredite, tais expressões de carinho em sua mensagem, faz-nos crer ainda, que existe o amor.

Bateu forte a lembrança, a odisséia da nossa vinda para esta cidade que amamos e que você, também, já aprendeu a amar.

De Nazaré das Farinhas para Ipiaú. Aqui, sessenta e quatro anos de história, desde a agulha e dedal até a constituição de família, com minha menina Wanda, nossa Rainha! E um amado laboratório com quarenta e nove em véspera de cinquenta componentes. Ainda, cheio de amigos por todos os lados.

Em Eletrocrônic@s, relendo suas belas crônicas, “Classiamor”, “Achamento” e, sobretudo, “Ipiaú e Eu” expressa você sua profissão de fé. Exprime você nesses escritos seu bom gosto, estilo e muita sensibilidade.

Desde o nosso primeiro encontro, com Jorge, aqui em casa, aconteceu o nosso relacionamento amigável. Ambos professores metidos no mesmo ambiente literário, apaixonados pelas letras, pelos poemas, pela educação.

Temos nós a coragem de, como Bilac, “conversar, ouvir e entender estrelas...” Com Manoel Bandeira, Vou-me embora pra Passárgada. “Lá sou amigo do rei”

Ainda somos do tempo dos bondes e os versos de Drummond nos fizeram reviver esse ou aquele tempo. Em o poema “Aurora”, ele diz: Aurora

O poeta ia bêbedo no bonde.
O dia nascia atrás dos quintais.
As pensões alegres dormiam tristíssimas.

As casas também iam bêbedas.

Ai de nós se não fossem as letras, os versos, as rimas toantes ou soantes. Dizem e nós cremos que os poetas são os filósofos de hoje. Com os músicos, os artistas, os cronistas, contistas. Eles alegram o mundo. Vejamos Vinicius em Dia da Criação:

Hoje é sábado, amanhã é domingoA vida vem em ondas, como o marOs bondes andam em cima dos trilhos E Nosso Senhor Jesus Cristo morreu na Cruz para nos salvar.

Das segundas-feiras enjoadas, a esperança está nas sextas, prenúncios dos sábados que se avizinham dos domingos... Por que, afinal de contas, ninguém é de ferro...

Como esquecer, meu caro, o memorável “Concurso de Crônicas”, da UNEB, idéia e realização sua? Quanta beleza, quantos talentos descobertos, quanto estímulos nascidos do bom educador que é você. Descobridor de talentos,

Professor Victor Hugo!

Ave Palavra! Onde está você, Professor Tatai?

Grato por saber tanto da nossa trajetória, mormente na área da Educação, nosso chamego. Foi com a Psicologia, ciência do corpo, ciência da alma e do espírito que nos ensina a viver, viver mesmo, descobrindo quem somos, o que queremos, para onde vamos.

Foi, em princípio, no Ginásio de Rio Novo, com Salvador da Matta, em seguida, no Ginásio Agrícola Municipal de Ipiaú, confiança e estímulo de Euclides Neto que nos descobrimos educador. Uma paixão!

Euclides Neto, líder autêntico. Sempre lembrado, presente em tudo nesta comunidade.

Vem, agora, o colega da UNEB, inteligente e gentil, psicólogo por natureza, mexer com o coração da gente, Já velho, com 82 no couro, e tantas memoráveis recordações vindas à tona, de surpresa.

“Sursum Corda”, Mestre Victor Hugo!

Caro irmão, estamos aqui, vindo de ontem e vivendo os momentos de hoje, bonitos, de avanços indescritíveis. Todavia, preocupado com o sagrado. Preocupado com a nova geração que domina a máquina, esnoba com os modernos meios de comunicação – Internet, MSN, Orkut, scrap, blog, sites, e outras coisas que não sabemos descrever - no entanto vão deixando de lado a socialização. O encontro com o seu próximo, com seu colega de classe, seu amigo. Vão desaparecendo o sentimento, o carinho, o prazer do abraço. A prioridade passa para os amigos virtuais, nem sempre recomendáveis.

Como bom educador, em permanente interação com seus alunos, ajude-os a viver este momento. Que não se perca a nossa identidade pessoal, social e afetiva. Jamais a máquina, por mais sofisticada que seja, poderá substituir a relação humana. Gente com gente, pessoa com pessoa.

E isso se vê, caro Victor Hugo, isso se sente, com sua gentileza em nos procurar, lembrando do nosso início de amizade e de consideração, no convite que nos fez para presidir o memorável “
Concurso de Crônicas”.

Corações ao alto! Estamos aqui à disposição para enriquecimento, juntos, da paz, do afeto, da solidariedade humana.

Por fim, sua história, sua trajetória profissional, sua vinda e chegada até nós. Queremos curtir dessa alegria. Sua história, estimado, Victor Hugo.

Agora, mais do que nunca, não só “Ipiaú e Eu”, Mas,

“Ipiaú e Nós”

domingo, 9 de novembro de 2008

“Epa-epa”, o homem do pão - Eu nunca menti!

De um longo papo e paciente, com Epa-epa, nos veio a idéia deste escrito. Sobretudo da expressão que não nos saiu da cabeça:


No meio da conversa, a propósito de um beco seu que querem surrupiar, cá nos vêm a bela e maravilhosa expressão do interlocutor:


- Professor Tatai
EU NUNCA MENTI!


Essa frase nos emocionou de tal forma que a grafei em letras maiúsculas. Pelo amor de Deus, no mundo de hoje, meio a tantos políticos, correndo por conta de tantas CPIS intermináveis, ouvir um cidadão dizer que nunca mentiu, é demais. Assusta!


Interessante é que o papo foi ocorrido na semana passada e, agora, hoje, deu-nos na teta escrever. Hoje, dia 5 de novembro, aniversário de Rui Barbosa, o homem, o gênio que abominava a mentira. Perdeu duas eleições para Presidência da República, porque não mentiu.


E Epa-epa, homem humilde, vendedor de pão, aos noventa e três anos de idade, nos diz, batendo no peito
EU NUNCA MENTI!


Conhecemos Epa-epa, desde os dias que residíamos na rua Borges de Barros, 37, defronte do Fórum.


Fomos seus fregueses e de manhã e de tarde, nos era peculiar o seu grito, o seu chamado: Epa-epa, e já corríamos todos, com o saco de pão, a fim de atender o seu grito de vendedor esperto, inteligente e querido por uma população inteira.


Pão bom, pão escolhido, pão de milho, de leite, “provençal”, pão francês, pão comum, pão de sal, pão doce. Era nome de pão que não acaba mais. E o nosso retratado era esperado todos os dias; pela manhã e à tarde.


E esse cidadão, que nunca mentiu, vendia 1.500 pães todos os dias, com freguesia certa e responsável. Isso lhe permitiu viver – durante 35 anos e, até hoje,, aposentado, um vida digna, honesta, de um homem de bem consigo mesmo e com a vida.


Conhecido por toda a comunidade, Epa-epa tem entrada franca em toda casa, onde chega, toma café, almoço, janta e, se quiser, dorme. É uma figura maravilhosa, um Tipo Inesquecível, como o tipo retratado na revista “Seleções – Reader’s Digest”.

Trinta e cinco anos vendendo pães e nunca mentiu!

Meu Deus, esse homem, Epa-epa, é perigoso, corre o risco de ser preso, por honestidade. Precisa viver escondido e evitar esses ditos estranhos, incomuns em pleno desuso – com raríssimas e gratas exceções, aqui e acolá.

No nosso papo, deixando-o à vontade, contou suas histórias, seus passeios pelo Brasil a fora. Tem fihos, netos, bisnetos, sobrinhos por todos os cantos e viajava sempre para esses cantos. Conhece o Rio, Belo Horizonte Mato Grosso, Salvador, São Paulo, , , Capão da Serra, onde em parente locutor e desses cantos e recantos traz casos de todos os seus parentes. Uma saga a vida de Epa-epa: 93 anos de idade e anda por Ipiaú o dia inteiro, contando a história do homem que nunca mentiu.
No meio da sua conversa, a Bíblia. Contou-nos quem foi Jonas e como ele fugiu num barco e, para não naufragar a embarcação, jogaram-no no mar ficando no ventre do peixe por três dias.

Discorreu sobre a fé de Jô, o homem rico que perdeu tudo e não deixou de gostar de Deus. Jô, o homem paciente, sofredor, tentado pelo Diabo, mas que não perdeu o amor de Deus.

À sua maneira, mostrou-se um homem de fé. Teve, não sabemos se todos sabem, teve um filho assassinado barbaramente, o que o fez sofredor muito. Iss lá por São Paulo, lugar Eles já falavam das mentiras...Álvaro Dias lembrou Eça de Queiroz que, em 1871, indignado com a realidade vivida em Portugal, disse que ‘’O país perdeu a inteligência e a consciência moral...’’ E Rui Barbosa, em 1919, falou em discurso durante campanha presidencial que ‘’Mentira, toda ela. Mentira de tudo, em tudo e por tudo. Mentira nos projetos, mentira nos protestos, nas coligações, nos blocos...’’ e ainda Mário Quintana ‘’A mentira é uma verdade que esqueceu de acontecer’’ difícil de arranjar ajuda. Demos-lhe muito conselho, que tivesse paciência e fé em Deus, que faria justiça, conseguindo, assim, trazer um pouco de paz a sua vida.

Pegando o gancho, aliando-nos à Bíblia, com Epa-epa, mencionamos o Mestre que nos falou, antes, sobre a verdade (João 8, 3 2):

"Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”

Nosso retratado não mente. Está com a verdade, é um homem livre. Não tem rabo preso, pode sorrir, curtir, chorar sem medo de errar.

Que bom, Epa-epa, conversar com você, ouvir pacientemente, os seus casos de ontem, de anteontem de um passado onde o fio do bigode tinha valor. E a palavra, a Palavra, que valia tanto quanto a própria assinatura!

Sem o perceber, hoje, dia de Rui, um cidadão apelidado por Epa-epa, afirma que

nunca mentiu!

Perdoem-nos e nos permitam a digressão. No momento atual, é oportuna a citação.

A respeito da mentira, como exemplo e lembrança, num dos seus discursos, sobre a CPFM, falou o senador Álvaro lembrou:

- Eça de Queiroz que, em 1871, indignado com a realidade vivida em Portugal, disse que ‘’O país perdeu a inteligência e a consciência moral...’’

- Rui Barbosa, em 1919, falou em discurso durante campanha presidencial que ‘’Mentira, toda ela. Mentira de tudo, em tudo e por tudo. Mentira nos projetos, mentira nos protestos, nas coligações, nos blocos...’’ e ainda Mário Quintana ‘’A mentira é uma verdade que esqueceu de acontecer’’.

1919, tanto tempo depois, e a mesma realidade política. Os mesmos políticos, a mesma corrupção!

Todo esse comentário, toda essa conversa, a propósito de Epa-epa, o homem que nunca mentiu.

Humilde, vendedor de pães, 1.500 pães por dia, de família grande, cheio de filhos e netos e bisnetos, Epa-epa fez história entre nós. 93 anos de idade, baixinho, conversador que só ele. Epa-epa é história, fez história, faz história entre nós!

Epa-epa tem um nome: Antônio Ferreira da Silva.
Seus pais são: Laurenço Gonçalves da Silva e Januária Francisca de Jesus.
Nasceu em Itaquara, Bahia. De 1914.

Está entre nos há mais de cinqüenta anos.

No nosso escrito, colocamos nosso retratado, Epa-epa, entre personalidades como o Senador Álvaro Dias, Mário Quihtana, Eça de Queiroz e Rui Barbosa, cidadãos que se opõem à mentira, adeptos da verdade.

Quão diferentes a cultura, o conhecimento, a posição política e o poder. Todavia, Epa-epa nivela com todos eles, com sua idade, vivo entre, nos afiança, numa ingenuidade de criança:

nunca mentiu!

terça-feira, 28 de outubro de 2008

O Mestre Zen e três histórias de vida (1)

Osho, além de iluminado é um genial contador de histórias. Historias reais, imaginárias, fantásticas, todas elas dentro de um contexto de vida, com exemplos edificantes e inesquecíveis.
Irreverente, comprometido somente com a verdade, deixou inimigos às pampas; no entanto, estão nos seus livros, nos seus discursos, nas suas palestras e meditações verdadeiros tesouros de religião, filosofia, psicologia, uma cosmovisão sem comentários.

Dentre os seus livros, não nos lembramos bem de onde, lemos esta história: se em “A Semente de Mostarda”, “Palavras de Fogo” ou “Nem água nem lua” - esta última com seu verdadeiro nome, Bhagwan Shree Rajneesh.

Sem mudar o sentido, tentaremos, em forma de parábola, narrar aos leitores esta história, rica em humildade e sabedoria.

Um Mestre Zen estava às portas da morte. Seus discípulos e admiradores, toda a comunidade está aflita com a saúde do sábio. Ele era, além de iluminado, um homem bom, simples que a todos atendia sem formalidade alguma.

A historia tão bonita; a vida do mestre Zen.

Pensaram e os seus discípulos puseram em prática. No leito de morte, inquiriram eles ao Mestre Zen, pedindo-lhe, como recordação, que lhes contasse os fatos mais importantes da sua vida, que o fizeram ser mestre Zen. Sábio, iluminado!

Com voz baixa e com dificuldade, o mestre convidou seus discípulos a ouvi-lo. E contou:
Três coisas são importantes na vida do homem, para fazê-lo sábio, justo, reto.,
Primeira história: Independência.
O cidadão deve aprender a viver às sas custas. Viver em comunidade, saber partilhar, todavia ser o dono de si mesmo. Para tanto, desde cedo, cultivar os estudos, as lições de vida, o trabalho, sabendo acordar cedo e dormir tarde, lembrando-se sempre do Aberto, da Natureza, do Outro que lhe está perto. E jamais transferir para os outros as razões do seu fracasso, das suas frustrações. Sem essa de bode expiatório.
- Isso aprendi com um cão. E contou:
“Vivia eu mendigando pelas ruas, com o chapéu recolhendo esmolas. Com esse mesmo chapéu eu bebia água nos ribeirinhos da cidade. Só, sem bens ou patrimônio a ser protegido, vivia independente, dormindo ao relento, todavia a hora que quisesse e estivesse com sono. Era independente.

E aprendi assim: bebia água no rio, apanhando-a com o chapéu e sorvendo bem devagar. Numa das vezes em que bebia água, vi um cão aproximar-se do rio, entrar na água um pouco mais fundo e, com a boca, beber sua água.

De imediato, joguei de lado o chapéu e, com a boca, comecei a beber água do rio. Não mais precisava do chapéu para beber água. Eu tenho boca.
Fiz-me independente!

Segunda: honestidade.
Se não nos enganamos, a lei romana dizia “a cada um o que é seu”. Hoje, não se sabe o que é nosso, pois de todos os lados somos surrupiados, lesados, enganados. Cidadania em baixa. O cidadão vê-se às voltas com números e mais números: cpf, rg, c/c, cadastros daqui, cadastro dacolá, só não se sabe o seu nome seu perfil psicológico, se está são ou às voltas com o que comer e o que vestir.

Meia dúzia ou mesmo uma dúzia de políticos e altas autoridades, nos três níveis, tiram a diferença. Aumentam impostos, aumentam salários pessoais, dão as cartas e as pessoas, coitadas, comendo o pão que o diabo amassou. Roubos, treitas por todo lado e o famoso jeitinho brasileiro, a fim de evitar o nepotismo, políticos nomeiam mães uns de outros e tudo fica por isso mesmo.

Tudo passa, tudo é esquecido, vale tudo na política. Nada se apurou, faz de contas que nada houve, foi conversa da imprensa e continua a Polícia Federal a prender gente e soltar, consoante a lei daqui, lei dali.

Pelo amor de Deus cadê os mensalões, os valeriodutos, os dólares nas cuecas, os “dossieres” das eleições, os caça-níqueis, as ambulâncias, fortunas nas ilhas da fantasia. Inquéritos e mais inquéritos sem conclusões e ninguém na cadeia nem a devolução de um centavo. Golpe mais novo de desonestidade dos “grandes”: dinheiro escondido na parece.
Honestidade!
Aí o mestre Zen contou a segunda historia da sua vida. Vida de mestre Zen.

“Nas suas andanças pelo mundo, mendigando, olhando as árvores, cheirando as flores, sentindo a relva aos seus pés, parecia não dar conta da cidade próxima a chegar. Foi ficando tarde, a noite chegando e, quando menos esperava, chegou à cidade tarde da noite.

Casas fechadas, aqui e ali, se ouvia um canto ou um latido; nem um pé de pessoa com quem conversar ou pedir asilo.

Com fome e cansado, sentou-se num banco da praça, quando percebeu ao longe, uma luzinha e ao que lhe parecia uma porta aberta, com um tênue luz a alumiar sua esperança de abrigo e, quem sabe, comer alguma coisa.

Aproximou-se, entrou na casa e sentou-se num tosco banco existente na sala. E cochilou sendo acordado por um cidadão, mascarado, com um enorme saco nas costas.
Era um ladrão.
Dando a se conhecerem, um era um mendigo – o mestre Zen - e o dono da casa, o ladrão. Como estavam com fome, passaram a comer e conversar, confessando coisas da vida de ambos. O mestre, após identificar-se, ouviu a historia do ladrão.

Acabando de tirar a máscara, confessou que desde menino, era ladrão. Apanhava uma coisa aqui, outra ali, sempre escondido e calado em tudo o que fazia. Acostumou-se a roubar e essa foi e é a sua profissão. Ladrão honesto, angariou a simpatia do mestre que com ele conviveu mais de um mês, acompanhando, todas as noites, a sua rotina de ladrão. Saía, sempre com uma máscara, fazia o seu serviço e voltava para dormir e descansar durante o dia.

Fato curioso. Enquando vivia a sua vida de ladrão, nunca deixou de observar o jeito de ser do mestre Zen, sempre absorto em suas meditações, suas orações, sua vida contemplativa. Angariou a simpatia do mestre e ganhou dele a mesma confiança e afeto.

Após completar um mês de convivência, falando em ir embora, o ladrão, honesto, manifestou vontade de acompanhar o mestre e não houve quem o desfizesse desse propósito.
E lá se foi ele com o mestre, a essa altura, mendigando, orando, cumprindo os desígnios da vida contemplativa”.

A honestidade do ladrão marcou, com o exemplo, a vida do mestre Zen.

Vejamos bem. Um cão e um ladrão influíram na vida de um mestre! E a terceira história.
Terceira: sabedoria
Não a dos livros. Esta é horizontal, dos livros, dos homens. Refere-se o mestre à sabedoria divina, aquela que foi concedida a Salomão, no início do seu reinado. A sabedoria que é mais que conhecimento, mais que lógica ou metafísica. A que vem diretamente do Aberto, do Alto.

O conhecimento por mais evoluído e sofisticado, por mais profundo que seja, esvai-se com o corpo, ele é do corpo. Lembremo-nos de Sócrates que, sem cerimônia e para o espanto dos de todos, afirmou que só uma coisa sabia: “sei apenas que nada sei”.

A essa sabedoria refere-se o mestre no seu aprendizado de vida narrado aos discípulos na hora da morte.

Já com os olhos meio fechados, com dificuldade, contou o mestre Zen a sua terceira história, referente, como as anteriores, ao seu longo aprendizado no curso sua vida de mestre Zen, de iluminado, contemplativo, de verdadeiro saniasis.

Contou ele que, “nas suas costumeiras andanças pelo mundo, um dia, já anoitecendo, encontrou um menino, na estrada, sozinho e Deus. De feição ingênua, inocente, trazia o menino entre as mãos, uma vela acesa, uma chama bonita, ora virando para um lado ora para o outro, todavia acesa.

O mestre, então, curioso e fascinado pela beleza e candura da criança, resolveu brincar com ela, indagando:

- Meu menino, você será capaz de me dizer de onde vem a chama dessa vela?

O menino parou, olhou bem para a chama da vela e, num impulso, mansamente retorquiu:

- Só responderei, se o Senhor me disse para onde essa chama vai.
E soprou a vela, apagando a chama,
deixando uma fumacinha que,
aos poucos, ia desaparecendo no ar...”.
14.04.2007