Onde estão os seus talentos?
Todos nós temos talentos. Todos, sem exceção. Uns com mais, outros com menos, todavia, Deus nos deu talentos. Deu-nos carismas, potencialidades, dons.
Cabe-nos usar corretamente estes talentos a fim de sermos felizes fazendo a vontade de Deus.
A fim de entendermos melhor, para começar, transcrevemos, abaixo, a Parábolas dos talentos (Mt 25, 14-30 ).
14 Porque é assim como um homem que, ausentando-se do país, chamou os seus servos e lhes entregou os seus bens:
15 a um deu cinco talentos, a outro dois, e a outro um, a cada um segundo a sua capacidade; e seguiu viagem.
16 O que recebera cinco talentos foi imediatamente negociar com eles, e ganhou outros cinco;
17 da mesma sorte, o que recebera dois ganhou outros dois;
18 mas o que recebera um foi e cavou na terra e escondeu o dinheiro do seu senhor.
19 Ora, depois de muito tempo veio o senhor daqueles servos, e fez contas com eles.
20 Então chegando o que recebera cinco talentos, apresentou-lhe outros cinco talentos, dizendo: Senhor, entregaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco que ganhei.
21 Disse-lhe o seu senhor: Muito bem, servo bom e fiel; sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.
22 Chegando também o que recebera dois talentos, disse: Senhor entregaste-me dois talentos; eis aqui outros dois que ganhei.
23 Disse-lhe o seu senhor: Muito bem, servo bom e fiel; sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.
24 Chegando por fim o que recebera um talento, disse: Senhor, eu te conhecia, que és um homem duro, que ceifas onde não semeaste, e recolhes onde não joeiraste;
25 e, atemorizado, fui esconder na terra o teu talento; eis aqui tens o que é teu.
26 Ao que lhe respondeu o seu senhor: Servo mau e preguiçoso sabias que ceifo onde não semeei, e recolho onde não joeirei?
27 Devias então entregar o meu dinheiro aos banqueiros e, vindo eu, tê-lo-ia recebido com juros.
28 Tirai-lhe, pois, o talento e dai ao que tem os dez talentos.
29 Porque a todo o que tem, dar-se-lhe-á, e terá em abundância; mas ao que não tem, até aquilo que tem ser-lhe-á tirado.
30 E lançai o servo inútil nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes.
Deus é senhor dos bens. Dá-os livremente a quem e como quiser. Não nos cabe a nós interrogar os Seus desígnios e pedir explicações. O que importa mesmo é refletir sobre o seguinte: todos temos uma vocação, um Dom, um carisma a por em prática, a atualizar. Uma santidade a atingir. Que não seja a mesma para todos, mas a capacidade de cada um de nós tem de ser usada. E usada a serviços de outros, não de nós mesmos. “O filho do homem não veio para ser servido, mas para servir...” (Mt 20, 28).
Foram distribuídos talentos a todos. De acordo com a capacidade de cada um, mas todos receberam talentos. 1Cor 7 1 – 7.
Todavia, até hoje, parece não havermos entendido não sublime lição, apesar de toda a confiança que o Senhor depositou em cada um de nós. Estamos, cada vez mis, enterrando talentos, tornando tudo mais difícil, escondendo vocação, escondendo Dom, esquecendo amor, prejudicando a vida. Se souber tocar, TOQUE! Se souber cantar, CANTE!
Ao viajar, o Senhor chamou seus servos e confiou-lhes seus bens, dando a um deles cinco talentos, a outro, dois e a um terceiro deu um talento.
Deus experimentou os três, como vem fazendo conosco todos os dias da vida, para ver se somos capazes de usar da inteligência, da vontade e da liberdade que Ele nos deu.
Dois deles, os que receberam cinco e dois talentos, deram de si, usaram da sua capacidade, cresceram, dobraram o que receberam. Foram considerados “servos bons e fiéis”. Valeu a pena o livre arbítrio, valeu a liberdade, porque bem usados em beneficio dos outros. Não faz diferença se um recebeu cinco e outro dois talentos. O que importa é o uso, o emprego dos talentos, a aplicação por inteiro da capacidade recebida. Nada de meios termos, meias medidas. Ser ou não ser, já dizia o filósofo.
Provaram ambos os servos que foram fiéis no pouco e mereceram, por isso, ser chamados de “servos bons e fiéis”. Eles agiram diferentemente dos acomodados, dos indolentes, daqueles que, da janela, vêem a vida passar, lamentando-se:
- “É isso mesmo”; “seja o que Deus quiser”; “o que é que eu vou fazer?”; “é a sina do pobre!”; “não tem jeito”.
5. Reflexão sobre a Parábola no seu sentido geral:
“servo bom e fiel” 5 talentos
“servo bom e fiel” 2 talentos
“servo mau e preguiçoso” 1 talento.
“Tirar de quem não tem e dar a quem tem mais”
6. Mais explicações:
a) talentos, carismas, graça são a mesma coisa
b) Potência e ato. Potencialidade, capacidade de realizar
c) Os talentos que Deus nos deu são potencialidades que devemos transformar em atos:
5 + 5 = 10. Cinco Deus nos deu, 5 nós produzimos. 10 são produtos do dom de Deus e do nosso trabalho, do nosso esforço.
2 + 2 = 4. Dois Deus nos deu, dois nós produzimos. 4 são o produto do dom de Deus e do nosso trabalho, do nosso esforço.
1 + 0 = 1. Um Deus nos deu. Nada produzimos. 1 é o produto do trabalho de Deus. Nada produzimos, enterramos o talento. Somos “servos maus e preguiçosos” aos olhos de Deus e dos homens. Somos parasitas, vivemos às custas dos outros. Até o que temos será retirado!
Diante da brilhante lição de amor e de vida, usemos de nossos talentos!
Wanda e Tatai
16.11.2012.