segunda-feira, 24 de janeiro de 2011


DIOCESE DE ILHÉUS – PARÓQUIA DE SÃO ROQUE

IPIAÚ - BAHIA

Ano A - Mateus

23 de janeiro de 2011

Dia do Senhor

3º Domingo do Tempo Comum

Oração do Dia

Pai, faze-me compreender que os pobres e os marginalizados são os destinatários privilegiados do Evangelho do Reino; para eles tua luz deve brilhar em primeiro lugar. (Paulinas).

1ª Leitura - Isaías 8, 23b - 9, 3
23. No passado ele humilhou a terra de Zabulon e de Neftali, mas no futuro cobrirá de honras o caminho do mar, a Transjordânia e o distrito das nações.
1. O povo que andava nas trevas viu uma grande luz; sobre aqueles que habitavam uma região tenebrosa resplandeceu uma luz.
2. Vós suscitais um grande regozijo, provocais uma imensa alegria; rejubilam-se diante de vós como na alegria da colheita, como exultam na partilha dos despojos.
3. Porque o jugo que pesava sobre ele, a coleira de seu ombro e a vara do feitor, vós os quebrastes, como no dia de Madiã.

Salmo, 27, 1 – 3
1. De Davi. É para vós, Senhor, que ergo meu clamor. Ó meu apoio, não fiqueis surdo à minha voz; não suceda que, vós não me ouvindo, eu me vá unir aos que desceram para o túmulo.
2. Ouvi a voz de minha súplica quando clamo, quando levanto as mãos para o vosso templo santo.
3. Não me deixeis perecer com os pecadores e com os que praticam a iniqüidade, que dizem ao próximo palavras de paz, mas guardam a maldade no coração.
2ª Leitura - 1Coríntios 1,10 - 13. 17
10. Rogo-vos, irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que todos estejais em pleno acordo e que não haja entre vós divisões. Vivei em boa harmonia, no mesmo espírito e no mesmo sentimento.
11. Pois acerca de vós, irmãos meus, fui informado pelos que são da casa de Cloé, que há contendas entre vós.
12. Refiro-me ao fato de que entre vós se usa esta linguagem: Eu sou discípulo de Paulo; eu, de Apolo; eu, de Cefas; eu, de Cristo.
13. Então estaria Cristo dividido? É Paulo quem foi crucificado por vós? É em nome de Paulo que fostes batizados?
17. Cristo não me enviou para batizar, mas para pregar o Evangelho; e isso sem recorrer à habilidade da arte oratória, para que não se desvirtue a cruz de Cristo.

Evangelho – Mateus 4, 12 – 23
12. Quando, pois, Jesus ouviu que João fora preso, retirou-se para a Galiléia.
13. Deixando a cidade de Nazaré, foi habitar em Cafarnaum, à margem do lago, nos confins de Zabulon e Neftali,
14. para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta Isaías:
15. A terra de Zabulon e de Neftali, região vizinha ao mar, a terra além do Jordão, a Galiléia dos gentios,
16. este povo, que jazia nas trevas, viu resplandecer uma grande luz; e surgiu uma aurora para os que jaziam na região sombria da morte (Is 9,1).
17. Desde então, Jesus começou a pregar: Fazei penitência, pois o Reino dos céus está próximo.
18. Caminhando ao longo do mar da Galiléia, viu dois irmãos: Simão (chamado Pedro) e André, seu irmão, que lançavam a rede ao mar, pois eram pescadores.
19. E disse-lhes: Vinde após mim e vos farei pescadores de homens.
20. Na mesma hora abandonaram suas redes e o seguiram.
21. Passando adiante, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João, que estavam com seu pai Zebedeu consertando as redes. Chamou-os,
22. e eles abandonaram a barca e seu pai e o seguiram.
23. Jesus percorria toda a Galiléia, ensinando nas suas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino, curando todas as doenças e enfermidades entre o povo.

Comentário do Evangelho

Jesus dá continuidade ao anúncio de João Batista

Jesus, reconhecendo o valor e a autenticidade de João Batista com seu anúncio e exortação para conversão à justiça, sinalizada pelo batismo nas águas do rio Jordão, vai ao seu encontro e recebe o batismo. João Batista desenvolve sua atividade em território fora da influência do Judaísmo, na Pereia, à margem leste do rio Jordão. Após sua prisão, Jesus volta para a Galileia e, deixando Nazaré, passa a morar em Cafarnaum, às margens do mar
galileu. Embora grandiosamente fosse chamado de "mar", na realidade trata-se de um extenso lago de água doce formado pelo rio Jordão, em uma depressão em seu leito. Jesus, como João, também proclama a Boa-Nova nas regiões de presença gentílica, na Galileia e nos territórios vizinhos. A Galileia é caracterizada pelo profeta Isaías como território "dos gentios" (cf. primeira leitura). Jesus dá continuidade ao anúncio de João Batista ao exortar à conversão diante da proximidade do Reino dos Céus. Contudo, com Jesus, o Reino adquire o sentido do convívio, neste mundo, na plenitude do amor, no Espírito, na misericórdia e no acolhimento, em comunhão de vida eterna com
o Pai. O reino de amor contrapõe-se ao reino de poder da tradição judaico-davídica. A conversão à justiça é uma das dimensões concretas da manifestação do amor. A ordem tradicional que favorece os privilegiados opressores é substituída pela libertação dos oprimidos, os quais resgatam sua dignidade e levantam-se com novo ânimo e nova vida. Jesus caminha à beira do mar da Galileia e chama quatro de seus discípulos. São de famílias de humildes pescadores. Simão e André, nomes de origem grega, e Tiago e João, de origem hebraica. Todos eles abandonam seu antigo sistema de vida, econômico e familiar, não para fugir do mundo, mas para iniciarem uma nova prática social transformadora. A conversão se faz quando se olha para Jesus e deixa-se contagiar pelo seu amor misericordioso
e por suas palavras. Assim nos vamos libertando das ideologias de sucesso, riqueza e poder, para incorporarmos valores de comunhão com o próximo, na mansidão e no carinho, construindo um mundo novo possível, na justiça e na fraternidade. Constrói-se assim a paz, na unidade (cf. segunda leitura) estabelecida pelos laços da humildade, do
perdão e da acolhida, porém na diversidade que expressa os vários dons de Deus.

Autor: José Raimundo Oliva

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