Wanda e Tatai
10.12.1948 - 10.12.2011
63 anos de casados!
Uma História de Amor que nem todos sabem o início.
A começar pelos netos e bisnetos que nasceram muito tempo depois do início dessa “História; Amigos e muitos também ignoram esse Amor.
Abaixo narraremos essa história que teve seu início muito antes da data do casamento.
Nosso intento é que os netos e bisnetos saibam, conheçam a história de Wanda e Tatai, seus avós e bisavós. Do seu amor um pelo outro!
Os filhos: Antônio José, Maria Amélia, Luiz Alberto (no céu) Lúcia Helena, Mário Sérgio, Maria do Rosário, Maria Luísa e Maria Isabel já conhecem e participam dessa história desde 1949 a 1963 e continuam conosco até hoje.
Escolhidos por Deus, Wanda e Tatai continuam se amando com o mesmo encanto que começaram, ele aos 17 e ela aos 13 anos de idade.
Wanda e Tatai, quando tudo começou!
Wanda e Tatai hoje
HISTÓRIA DE AMOR
Janeiro de 1944.
Primeiros dias de conhecimento e reconhecimento da cidade que aprendi a amar, até hoje. Como se ontem fosse hoje, hoje fosse ontem. Sem que percebesse esta terra é meu “bem-querer”.
Estudante de Nazaré das Farinhas, terra onde nasci, egresso do orfanato “Asilo de Meninos Desvalidos”, alfaiate por profissão e muita honra, para Rio Novo, rumei no dia 29 de dezembro de 1943.
Grandes amigos, irmãos do coração, para aqui me trouxeram Aloísio Castro, Américo Castro, José Fonseca Mota e Quintiliano Andrade Cardoso. Os três primeiros de saudosa memória.
Vi-a pela primeira vez, num dia de sábado. Vinha da feira, trajando um vestido de alças, quadriculado, blusa branca, tranças longas amarradas nas pontas. Bem em frente à Igreja (antiga) de São Roque, hoje prédio que serve a Coelba.
Não sei se ela me viu, notou a minha presença ou se lembra do fato. Não importa; vi-a e gostei dela à primeira vista, me creia ou não.
Andar ligeiro e gracioso, esguia, menina ainda sacudindo as tranças, numa faceirice que me encanta até hoje. Alguma coisa trazia na mão, me parece uma vassoura, deu-me a certeza de que vinha da feira.
Foi o suficiente. Daí em diante, a procura, os lances, os olhares, os recados, o princípio de namoro; namoro à antiga, mas saboroso e persistente. Como até hoje. Até o primeiro encontro, difícil e acanhado, quase sem palavras, só o arfar de peitos e coração batendo forte. Dos dois. Ambos estreantes no amor, os primeiros namorados. Ele, acanhado, ela, tímida, com medo do encontro de que tinha de acontecer rápido, antes que as luzes da cidade se acendessem; tempo roubado em que ela vinha comprar as linhas do seu bordado.
Recém-chegado, jovem, estudante, concluinte de curso ginasial. Vestido de blusão de farda, mangas arregaçadas, saindo da adolescência, andava em turmas com os colegas, Zeca Fonseca, Quintiliano, Aloísio, Américo Castro e outros e só o comentário da menina de tranças; quem era, de onde era, o que fazia, se era daqui mesmo. A menina de vestido de quadros, de tranças compridas! Seu jeito, sua forma, não sei. Só sei que preciso vê-la mais amiúde, ter mais encontros, falar mais, ouvi-la, segurar suas mãos, como era difícil namorar naquele tempo!
E começou minha peregrinação pela rua da Rodagem (Siqueira Campos); a princípio, com os colegas, em grupos, ten¬tando chamar atenção dela; depois sozinho, preocupado, ansioso, com esperança forte de namoro mesmo. A essa altura, ela já demo¬rava um pouco na janela, arriscando me ver, apesar de toda a marcação que tinha.
Foram poucos os meses que aqui passei, de férias, e tinha que voltar a minha terra; recomeçar tudo por lá e por aqui ficava um sonho. Sonho de uma menina tímida que amo, como se fosse ontem.
Pior a emenda que o soneto. Não mais acertei ficar em minha terra; Nazaré. A menina não me saia da cabeça e já no coração. Larguei tudo, poucos familiares, e me lancei na aventura de vir para Ipiaú, em definitivo, sem saber onde pousaria. Assim o fiz para sempre. Foi só juntar os quase-nada e viajar para esta terra abençoada, que é Ipiaú. Novos lances, maiores expectativas, após uma romântica correspondência que durou quase um ano e o reencontro com a menina tímida de tranças amarradas.
Descobrimos qualidades e defeitos comuns; esca¬briados, primeiros namorados, bordadeira e alfaiate, simples e de origem modesta. Conversa vai, conversa vem, promessas e mais promessas; esforço em comum e o noivado, com aliança de Da. Delinha (das antigas, grossas) dividida em dois. O enxoval, os mealheiros, guardando o dinheiro para comprar as coisas, a arrumação das mesmas coisas e a casa da Rua Borges de Barros.
O casamento, a felicidade, a alegria incontida.
Novas lutas, sofrimentos e mais alegria e fomos chegando, cada vez mais um pouquinho. E mais amor. Estudantes, todos dois, um segurando o outro de todo jeito, inclusive espi¬chando o orçamento.
Daí, um filho, dois filhos, oito filhos, todos esperados e amados. Um neto, dois netos, dezessete netos e 10 bisnetos (hoje) filhos com açúcar dizemos os avós. Genros, nora. Um pequeno clã.
Esta história começou em dezembro de 1948; no dia 10.
Ou antes, na porta da Igreja de São Roque, com Wanda, minha Preta, das tranças compridas, vestido de quadros...
Nós dois: WANDA E TATAI:
Desde o primeiro dia em que a vi começou a história acima narrada que até hoje tem se mantida realmente uma Historia de Amor.
Começamos o alfaiate e a bordadeira.
Estudamos juntos, nos formamos juntos e ensinamos no Ginásio e Escola Normal de Rio Novo, bem como, no GAMI, GEI e CEI, de manhã, de tarde e de noite sempre juntos de mãos dadas.
Nesses 63 anos de felicidade Wanda tem sido sempre e constante a super mãe, super avó e super bisavó sendo o centro do Carinho e do afeto de todos os componentes da “Grande Família”.
À minha Rainha Wanda eu credito todas as razões para que, aos 63 anos juntos, comemoremos, celebremos e louvemos a Deus tanta graça recebida durante todo o tempo que estamos juntos.
Com ela, Minha Menina, construímos um verdadeiro lar, onde vivemos momentos difíceis, alegres, felizes, cultivando sobretudo o amor a Deus, e a toda família.
Celebremos então estes 63 anos de felicidade que nos foi dado por Deus, pela família e pelos amigos.