Venham até a borda
Wanda e Tatai
Comentário:
Venham até a borda
Podemos cair
Venham até a borda
É muito alta!
VENHAM ATÉ A BORDA!
E eles foram. -
Então ele empurrou
E eles voaram.
Em A Matriz Divina, como introdução, Gregg Braden, autor, inicia seu belíssimo livro sobre a Teoria da Física Quântica com o poema acima, do poeta inglês, Christopher Logue.
Lemos o livro, profundo, apaixonante, e quem somos nós para comentá-lo, tal o conteúdo e explicações da teoria quântica, iniciada por Max Planck em 1944.
Lida Gregg Braden com átomos, ondas partículas, hologramas, fótons, elétrons que não sabemos lidar com esses conhecimentos da Física Quântica Tentamos compreender e alguma coisa ficou ao nosso alcance, devido a exemplos do autor de assuntos do cotidiano: história, família, profissão etc.
Dentro dos vinte princípios de A Matriz Divina, o seu primeiro princípio nos dá o conceito dessa Matriz, que é o começo de todas as coisas. O principio de tudo.
1º Princípio: A Matriz Divina é o receptáculo que contém o universo, a ponte que interliga tudo e o espelho que mostra todas as nossas criações.
A um só e mesmo tempo, A Matriz Divina é o
a) receptáculo, abrigo, refúgio, esconderijo do universo.
Lugar onde o universo se esconde. Lugar desconhecido.
No universo, tudo está ligado com tudo.
Além de interligadas,
todas as coisas dependem de todas as coisas.
Interagem sempre, são unidade.
c) e o espelho que mostra todas as nossas criações.
Nada fica escondido de A Matriz Divina.
Ela é o Grande Espelho onde tudo pode ser visto, sem segredo.
Para tanto, “basta ter olhos para ver,
Ouvidos para ouvir, coração para entender”.
A Matriz Divina está em todas as coisas; todas as coisas estão em A Matriz Divina. Quaisquer que sejam as coisas, materiais, ou espirituais, é certa e normal a Presença dessa Matriz Divina.
Com menos ciência e mais coração, chamemos A Matriz Divina de Pai, Paizinho, Abba Pai.
Todavia, como dissemos acima, nosso intuito é comentar o lindo poema de Christofer Logue, que está na introdução de A Matriz Divina.
A fim de não voltarmos ao inicio, eis o poema a ser lido e comentado e refletido.
Venham até a borda
Podemos cair
Venham até a borda
É muito alta!
VENHAM ATÉ A BORDA!
E eles foram. -
Então ele empurrou
E eles voaram
Precisamos acreditar, necessitamos apostar na vida. Nada é impossível para aquele que tem f. Aos desafios,
Vamos à borda.
Comecemos, juntos, a entender o poema de Christopher Logue.
Vemos, na primeira estrofe, um convite. Um chamado a subir a um lugar de difícil acesso. Segundo Aurélio, borda significa a extremidade de uma superfície; beira.
Em seguida ao chamado, uma advertência, uma espécie de aviso: podemos cair.
O convite se repete e, com ele, nova advertência, desta vez sobre nossa capacidade, sobre nossos anseios, sobre nossos medos: é muita alta!
A essa altura, uma dúvida, uma pergunta nossa:
- Quem nos convida, quem nos chama a ir até a borda?
- Quem nos adverte que podemos cair e que a borda é alta!?
Agora, já é problema nosso, de nossa reflexão em procurar saber de nós mesmos o que nos preocupa, o que nos aflige a toda hora; ou em determinados momentos. Quais os nossos desejos, nossas aspirações. Qual a nossa vontade.
Mais profundamente. Que sentido pretendemos dar a nossa existência?
E o chamado passa a ser um imperativo de vida. Vem como uma ordem, em letras maiúsculas:
VENHAM ATÉ A BORDA!
Decididos, dispostos, corajosos ou não, na hora da necessidade, cada um sabe de si: E eles foram.
E eles foram. E eles voaram!
A nosso ver, eles deram o passo inicial. Foram à borda, estão na borda, cada pessoa com suas aptidões, sua fé, suas expectativas de vida. O importante é que saíram do lugar, se locomoveram, mudaram alguma coisa em seus modos de ser, de agir.
Completando essa etapa do chamado e da subida à borda, o momento culminante da nossa vida; a vida de todos nós:
E ele empurrou.
Por que perguntar, a quem perguntar, de que adianta perguntar:
- Quem os empurrou? De onde veio o empurrão?
A rigor, perguntas difíceis de ser respondidas. Há mistérios na vida de cada pessoa que não podem ser explicados. São minutos, dias, anos, a vida inteira para serem descobertos os mistérios desse empurrão.
Nós o chamamos de Empurrão divino.
Só a fé, o silêncio, a oração, a certeza da Presença de Deus transcendente e imanente em cada um de nós explicam como se deu esse empurrão em todos aqueles que vão até a borda.
E eles voaram!
Para aqueles que acreditam; para aqueles que têm fé aconteceu o milagre: eles voaram. Ouviram e atenderam o chamado; atingiram a culminância esperada.
Os sinais dos tempos nos indicam o chamado, o convite para irmos até a borda. Basta ficar atentos e escutarmos e olharmos o mundo: os sonhos, os livros, as visões, a natureza inteira, a voz do Vento. Todos esses elementos estão sempre falando conosco. No silêncio, então, ouvimos e enxergamos muito melhor.
O próprio autor de A Matriz Divina conclui este modesto comentário e o faz no fim do seu belo livro.
“A mística dos temos antigos lembra ao nosso coração, e as experiências modernas têm comprovado perante a razão, que a força mais poderosa do universo vive no interior de cada pessoa. E que o grande segredo secreto da própria criação é: ter o poder de criar o mundo que imaginamos em nossas crenças. Ainda que isso possa parecer muito simples para ser verdade, acreditamos que o universo funciona precisamente desse modo.
Quando o poeta sufi Rumi observou que temos medo de nossa própria imortalidade, talvez ele quisesse dizer o que realmente nos assusta é o poder de escolher a imortalidade.
Assim como os iniciados de Cristopher Logue na Introdução deste livro descobriram tudo o que precisavam de um pequeno empurrão para começar a voar, talvez tudo o que precisemos é de uma pequena mudança para nos conscientizarmos de que somos arquitetos do nosso mundo e do nosso destino, artistas cósmicos expressando as próprias crenças interiores na tela do universo. Se pudermos nos lembrar de que somos não só a obra de arte como também o artista que criou, talvez então nos lembremos de que somos a semente do milagre em si mesmo. Se pudermos operar essa pequena mudança, já estaremos curados em a Matriz Divina.
Conclusão nossa:
Para se voar, tornar reais aspirações e anseios, duas coisas são necessárias: uma, vinda do Alto, o empurrão, A outra, nossa, de ordem pessoal, intransferível: a mudança.
Salvador (Ba), 06.05.2010
Ipiaú (Ba)/05.07.2012.
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