terça-feira, 10 de julho de 2012

Venham até a borda

Venham até a borda



Wanda e Tatai

Comentário:

Venham até a borda

Podemos cair

Venham até a borda

É muito alta!

VENHAM ATÉ A BORDA!

E eles foram. -

Então ele empurrou

E eles voaram.


Em A Matriz Divina, como introdução, Gregg Braden, autor, inicia seu belíssimo livro sobre a Teoria da Física Quântica com o poema acima, do poeta inglês, Christopher Logue.

Lemos o livro, profundo, apaixonante, e quem somos nós para comentá-lo, tal o conteúdo e explicações da teoria quântica, iniciada por Max Planck em 1944.

O autor, a um só tempo, físico e religioso, lidando com a matéria e o espírito, nos brinda com uma linguagem simples, didática e nos faz perceber, a existência de Deus de forma natural, sem rodeios, mesmo usando de termos, aqui e ali, propriamente da física em si mesma.

Lida Gregg Braden com átomos, ondas partículas, hologramas, fótons, elétrons que não sabemos lidar com esses conhecimentos da Física Quântica Tentamos compreender e alguma coisa ficou ao nosso alcance, devido a exemplos do autor de assuntos do cotidiano: história, família, profissão etc.

Dentro dos vinte princípios de A Matriz Divina, o seu primeiro princípio nos dá o conceito dessa Matriz, que é o começo de todas as coisas. O principio de tudo.

1º Princípio: A Matriz Divina é o receptáculo que contém o universo, a ponte que interliga tudo e o espelho que mostra todas as nossas criações.

A um só e mesmo tempo, A Matriz Divina é o

a) receptáculo, abrigo, refúgio, esconderijo do universo.

Lugar onde o universo se esconde. Lugar desconhecido.

 
b) a ponte que interliga tudo.

No universo, tudo está ligado com tudo.

Além de interligadas,

todas as coisas dependem de todas as coisas.

Interagem sempre, são unidade.


c) e o espelho que mostra todas as nossas criações.

Nada fica escondido de A Matriz Divina.

Ela é o Grande Espelho onde tudo pode ser visto, sem segredo.

Para tanto, “basta ter olhos para ver,

Ouvidos para ouvir, coração para entender”.

A Matriz Divina está em todas as coisas; todas as coisas estão em A Matriz Divina. Quaisquer que sejam as coisas, materiais, ou espirituais, é certa e normal a Presença dessa Matriz Divina.

Com menos ciência e mais coração, chamemos A Matriz Divina de Pai, Paizinho, Abba Pai.

Só mesmo lendo o livro todo, pode-se ter a idéia do profundo conhecimento do autor e das belezas do universo, sobretudo da presença do ser humano em tudo isso e sua força, suas possibilidades reais em tornar o nosso mundo mais afetivo, mais solidário, mais humano, mais divino. Como o quis e quer Jesus Cristo.

Todavia, como dissemos acima, nosso intuito é comentar o lindo poema de Christofer Logue, que está na introdução de A Matriz Divina.

A fim de não voltarmos ao inicio, eis o poema a ser lido e comentado e refletido.

Venham até a borda

Podemos cair

Venham até a borda

É muito alta!

VENHAM ATÉ A BORDA!

E eles foram. -

Então ele empurrou

E eles voaram

Voltamos a dizer. Este poema, lido, refletido e entendido por dentro, no interior de cada um de nós, nos ajuda, sobretudo, quando as coisas não andam bem.

Precisamos acreditar, necessitamos apostar na vida. Nada é impossível para aquele que tem f. Aos desafios,

Vamos à borda.

Comecemos, juntos, a entender o poema de Christopher Logue.

Vemos, na primeira estrofe, um convite. Um chamado a subir a um lugar de difícil acesso. Segundo Aurélio, borda significa a extremidade de uma superfície; beira.

Em seguida ao chamado, uma advertência, uma espécie de aviso: podemos cair.

O convite se repete e, com ele, nova advertência, desta vez sobre nossa capacidade, sobre nossos anseios, sobre nossos medos: é muita alta!

A essa altura, uma dúvida, uma pergunta nossa:

- Quem nos convida, quem nos chama a ir até a borda?

- Quem nos adverte que podemos cair e que a borda é alta!?

Agora, já é problema nosso, de nossa reflexão em procurar saber de nós mesmos o que nos preocupa, o que nos aflige a toda hora; ou em determinados momentos. Quais os nossos desejos, nossas aspirações. Qual a nossa vontade.

Mais profundamente. Que sentido pretendemos dar a nossa existência?

E o chamado passa a ser um imperativo de vida. Vem como uma ordem, em letras maiúsculas:

VENHAM ATÉ A BORDA!



Decididos, dispostos, corajosos ou não, na hora da necessidade, cada um sabe de si: E eles foram.


E eles  foram. E eles voaram!

A nosso ver, eles deram o passo inicial. Foram à borda, estão na borda, cada pessoa com suas aptidões, sua fé, suas expectativas de vida. O importante é que saíram do lugar, se locomoveram, mudaram alguma coisa em seus modos de ser, de agir.

Completando essa etapa do chamado e da subida à borda, o momento culminante da nossa vida; a vida de todos nós:

E ele empurrou.

Por que perguntar, a quem perguntar, de que adianta perguntar:

- Quem os empurrou? De onde veio o empurrão?

A rigor, perguntas difíceis de ser respondidas. Há mistérios na vida de cada pessoa que não podem ser explicados. São minutos, dias, anos, a vida inteira para serem descobertos os mistérios desse empurrão.

Nós o chamamos de Empurrão divino.

Só a fé, o silêncio, a oração, a certeza da Presença de Deus transcendente e imanente em cada um de nós explicam como se deu esse empurrão em todos aqueles que vão até a borda.

E eles voaram!

Para aqueles que acreditam; para aqueles que têm fé aconteceu o milagre: eles voaram. Ouviram e atenderam o chamado; atingiram a culminância esperada.

Os sinais dos tempos nos indicam o chamado, o convite para irmos até a borda. Basta ficar atentos e escutarmos e olharmos o mundo: os sonhos, os livros, as visões, a natureza inteira, a voz do Vento. Todos esses elementos estão sempre falando conosco. No silêncio, então, ouvimos e enxergamos muito melhor.

O próprio autor de A Matriz Divina conclui este modesto comentário e o faz no fim do seu belo livro.

 
“A mística dos temos antigos lembra ao nosso coração, e as experiências modernas têm comprovado perante a razão, que a força mais poderosa do universo vive no interior de cada pessoa. E que o grande segredo secreto da própria criação é: ter o poder de criar o mundo que imaginamos em nossas crenças. Ainda que isso possa parecer muito simples para ser verdade, acreditamos que o universo funciona precisamente desse modo.

Quando o poeta sufi Rumi observou que temos medo de nossa própria imortalidade, talvez ele quisesse dizer o que realmente nos assusta é o poder de escolher a imortalidade.

Assim como os iniciados de Cristopher Logue na Introdução deste livro descobriram tudo o que precisavam de um pequeno empurrão para começar a voar, talvez tudo o que precisemos é de uma pequena mudança para nos conscientizarmos de que somos arquitetos do nosso mundo e do nosso destino, artistas cósmicos expressando as próprias crenças interiores na tela do universo. Se pudermos nos lembrar de que somos não só a obra de arte como também o artista que criou, talvez então nos lembremos de que somos a semente do milagre em si mesmo. Se pudermos operar essa pequena mudança, já estaremos curados em a Matriz Divina.

Conclusão nossa:

Para se voar, tornar reais aspirações e anseios, duas coisas são necessárias: uma, vinda do Alto, o empurrão, A outra, nossa, de ordem pessoal, intransferível: a mudança.



Salvador (Ba), 06.05.2010

Ipiaú (Ba)/05.07.2012.




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