Reflexões sobre o Pai nosso
- A oração que Jesus nos ensinou –
A Bíblia foi falada e escrita em aramaico, hebraico, grego e latim. Jesus falava aramaico e a Sua Oração foi ensinada em aramaico.
Dois evangelistas narram esta oração. Lucas e Mateus. Lucas não conviveu com Jesus escreveu baseado nas informações de Maria. Era companheiro de Paulo, médico, de origem grega e de conhecimento literário. É o autor dos Atos dos Apóstolos e o Evangelho, que consta de 24 capítulos.
Mateus conviveu com Jesus e foi o publicano, cobrador de impostos, chamado Levi, que Jesus, vendo-o na mesa dos impostos, chamou, dizendo: Vem, segue-me.
O Pai nosso é a oração perfeita. Foi ensinada pelo Filho de Deus, Nosso Senhor Jesus Cristo. Não deve ser concluída pelo Amém. que significa Assim seja, como acontece com outras orações. Repita-se: a oração do Pai nosso é perfeita.
Huberto Rohden foi padre. É filósofo, teólogo e metafísico, nasceu em Tubarão, Santa Catarina.
Escreveu cerca de sessenta livros, abrangendo um mundo de idéias e de conhecimentos. Da arte, da ciência, da metafísica, sobretudo religião, numa fé profunda e admirável. É dele a interpretação do “Pai nosso” que estamos transmitindo. É linda e tem sentido. Ele compreende a oração como um requerimento, constante de sete pedidos, sete petições. Três delas dirigem-se ao céu e quatro se assentam aqui na terra.
As três petições vão diretas à Trindade Santa Deus Pai, Filho e Espírito Santo.
Ele a configura numa flor de sete pétalas. Quatro delas abertas na horizontal e três, no centro, dirigidas para o Alto. Ou uma cruz. A haste vertical contém as três primeiras e a haste horizontal, as quatro outras petições. Nesta oração, H. R, explica o que o Mestre quis dizer aos discípulos e a nós, hoje, como conversar, pedir, comunicar-se com o Pai, sempre, toda a vida. São elas o mistério das Três Pessoas distinta num Deus Único. Absoluto, Criador de todas as coisas. Aleluia!
O evangelho de Lucas contém, apenas, quatro petições. A exegese se aplica ao evangelho de Mateus, que viveu com Jesus e a direção de suas palavras era diretamente para os judeus.
Vamos dividir a oração em petições:
- Mateus 6.9-13
9 Portanto, orai vós deste modo:
Vocação – Pai nosso que estais nos céus,
Em aramaico, segundo Gregg Brader em “O Código de Deus”, menciona, em (o aramaico), a expressão que afirma assim: Pai nosso que estais nos céus e na terra. Pai universal que abrange o céu e a terra é Senhor de tudo o que existe.
1ª – Santificado seja o vosso nome;
A expressão Santo encontra-se na celebração eucarística nas oferendas, quando se canta: “Santo, Santo, Santo, seja o nome do Senhor”. Refere-se a Deus Pai. (Isaías),
2ª – venha a nós o vosso reino
Refere-se o segundo pedido a Jesus Cristo quando anuncia que o Reino de Deus está próximo. O Reino de Deus está dentro de cada um de nós. A segunda petição refere-se a Deus Filho. É para o Reino de Deus que se destina toda a nossa peregrinação aqui na terra. O Mestre é que com Seus exemplos de vida, como Homem, Filho do Homem, Verdadeiro Deus, verdadeiro Homem. Ele se nivelou a todos nós, com exceção do pecado.
3ª – seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu;
A terceira petição dirige-se ao Espírito Santo, que é o traço de união entre o Pai e o Filho. Nós somos templo do Espírito Santo, somos a morada de morada de Deus. Todas as nossas ações são dirigidas e orientadas pelo Espírito. Desde inicio da criação do mundo Ele está presente. (Gênesis 1. 2). Interromper e invocar o Espírito Santo. Ele é brisa, fogo, nuvem, sopro, vento, sobretudo, vida.
Estas petições são dirigidas ao alto, parte da terra para céu.
4ª – o pão nosso de cada dia nos dai hoje;
Estamos na haste horizontal da cruz, estamos no chão, na terra, cuidando do corpo, cuidando da vida. Lembra do povo no deserto, na saída do Egito, quando Deus matou a fome dos Judeus lançando do céu o maná. O pão nosso de cada dia simboliza a confiança em Deus de que nos dará o pão todo o dia. Não se justifica guardar, esconder, mil coisas de comer, de beber e de vestir, para um tempo grande. Basta o pão de hoje, amanhã Deus nos dá outro. Tal comportamento de amealhar, ter muito hoje, com medo do amanhã, nos leva à usura, à ganância, ao cruel esquecimento de outros que tanto necessitam e nada têm. Uns com fome e outros com indigestão de tanto comer. Uns nus, outros com guarda-roupas cheios. Confiemos em Deus e nada nos faltará,
5ª – perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido;
A compaixão, a misericórdia, o perdão, a piedade fazem parte dos dois maiores mandamentos de Deus, os quais fazem parte da nossa vida diária. Quando São Pedro perguntou a Jesus se deveríamos perdoar sete vezes, o Mestre acrescentou: Devemos perdoar setenta vezes sete e não sete vezes. Significa perdoar infinitamente, perdoar sempre. Todavia nos é imposta uma condição: Assim como a atitude de nós perdoarmos os outros, assim como Deus nos perdoa. Se eu não perdoar os outros. Se não perdoarmos quem nos ofendeu, perderemos a condição de ser perdoados.
6ª – e não nos deixeis cair em tentação;
Explicação rara e compreensível, também de H. R. Em tentação, ser tentados nós somos e a toda hora. O próprio Jesus, antes de começar Seu ministério foi tentado por três vezes e não caiu, não pecou. Continuou fiel ao Pai. O que nos indica a oração é, quando tentados, não cairmos, não pecarmos. Resistir à tentação da inveja, da mentira, da corrupção, da usura, da cobiça das coisas alheias. “Sede perfeitos como o vosso Pai celestial é perfeito”.
7ª - livrai-nos do mal.
Como uma síntese da oração, o sétimo pedido e uma súplica ao Pai que nos afaste das coisas más, que nos livre das tentações do maligno, que seja, eternamente, a nossa proteção. O mal, também, simboliza certos desejos como o sucesso, a usura, a auto-suficiência, o poder, seja ele político, social ou econômico. A mafaldada corrupção. O terrível egoísmo que nos faz esquecer de Deus.
“Jesus, manso e humilde de coração,
fazei nosso coração semelhante ao vosso”.
- Lucas 11.2-4
2. Ao que ele lhes disse: Quando orardes, dizei: Pai, santificado seja o vosso nome; venha o vosso reino;
3. dá-nos cada dia o nosso pão cotidiano;
4. e perdoa-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos a todo aquele que nos deve; e não nos deixes entrar em tentação, mas livra-nos do mal.
Wanda e Tatai
05.09.2012.
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