segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Sursum corda!

Corações ao alto!

“Bem-aventurados os limpos de coração”,
porque eles verão a Deus”.

Mateus 5,8

Ave Companheiro legal, Victor Hugo.

Graças a Deus, estamos aqui, ciente das coisas, ciente da vida, contente por tudo o que nos tem acontecido. Sobretudo, olhando os céus e perguntando ao Pai por que os homens não se preocupam uns com os outros? Por que não sentem falta um do outro, como irmão, como amigo?

Queremos de volta o sagrado. Em tudo, o cheiro de espiritualidade. Chega de fragmentação, a dualidade incomoda e dói em todos nós, por que nos separa. Faz-nos estranhos. Queremos a Totalidade, o holismo, a interdependência das pessoas e das coisas. Conhecimento e sentimento de mãos dadas, dando-nos a todos paz, solidariedade, fé num mundo novo.

Que bom ser lembrado, caro Victor Hugo, colega e irmão, conhecido há pouco, por afinidade, estimado há muito, dado o tamanho do seu coração. Acredite, tais expressões de carinho em sua mensagem, faz-nos crer ainda, que existe o amor.

Bateu forte a lembrança, a odisséia da nossa vinda para esta cidade que amamos e que você, também, já aprendeu a amar.

De Nazaré das Farinhas para Ipiaú. Aqui, sessenta e quatro anos de história, desde a agulha e dedal até a constituição de família, com minha menina Wanda, nossa Rainha! E um amado laboratório com quarenta e nove em véspera de cinquenta componentes. Ainda, cheio de amigos por todos os lados.

Em Eletrocrônic@s, relendo suas belas crônicas, “Classiamor”, “Achamento” e, sobretudo, “Ipiaú e Eu” expressa você sua profissão de fé. Exprime você nesses escritos seu bom gosto, estilo e muita sensibilidade.

Desde o nosso primeiro encontro, com Jorge, aqui em casa, aconteceu o nosso relacionamento amigável. Ambos professores metidos no mesmo ambiente literário, apaixonados pelas letras, pelos poemas, pela educação.

Temos nós a coragem de, como Bilac, “conversar, ouvir e entender estrelas...” Com Manoel Bandeira, Vou-me embora pra Passárgada. “Lá sou amigo do rei”

Ainda somos do tempo dos bondes e os versos de Drummond nos fizeram reviver esse ou aquele tempo. Em o poema “Aurora”, ele diz: Aurora

O poeta ia bêbedo no bonde.
O dia nascia atrás dos quintais.
As pensões alegres dormiam tristíssimas.

As casas também iam bêbedas.

Ai de nós se não fossem as letras, os versos, as rimas toantes ou soantes. Dizem e nós cremos que os poetas são os filósofos de hoje. Com os músicos, os artistas, os cronistas, contistas. Eles alegram o mundo. Vejamos Vinicius em Dia da Criação:

Hoje é sábado, amanhã é domingoA vida vem em ondas, como o marOs bondes andam em cima dos trilhos E Nosso Senhor Jesus Cristo morreu na Cruz para nos salvar.

Das segundas-feiras enjoadas, a esperança está nas sextas, prenúncios dos sábados que se avizinham dos domingos... Por que, afinal de contas, ninguém é de ferro...

Como esquecer, meu caro, o memorável “Concurso de Crônicas”, da UNEB, idéia e realização sua? Quanta beleza, quantos talentos descobertos, quanto estímulos nascidos do bom educador que é você. Descobridor de talentos,

Professor Victor Hugo!

Ave Palavra! Onde está você, Professor Tatai?

Grato por saber tanto da nossa trajetória, mormente na área da Educação, nosso chamego. Foi com a Psicologia, ciência do corpo, ciência da alma e do espírito que nos ensina a viver, viver mesmo, descobrindo quem somos, o que queremos, para onde vamos.

Foi, em princípio, no Ginásio de Rio Novo, com Salvador da Matta, em seguida, no Ginásio Agrícola Municipal de Ipiaú, confiança e estímulo de Euclides Neto que nos descobrimos educador. Uma paixão!

Euclides Neto, líder autêntico. Sempre lembrado, presente em tudo nesta comunidade.

Vem, agora, o colega da UNEB, inteligente e gentil, psicólogo por natureza, mexer com o coração da gente, Já velho, com 82 no couro, e tantas memoráveis recordações vindas à tona, de surpresa.

“Sursum Corda”, Mestre Victor Hugo!

Caro irmão, estamos aqui, vindo de ontem e vivendo os momentos de hoje, bonitos, de avanços indescritíveis. Todavia, preocupado com o sagrado. Preocupado com a nova geração que domina a máquina, esnoba com os modernos meios de comunicação – Internet, MSN, Orkut, scrap, blog, sites, e outras coisas que não sabemos descrever - no entanto vão deixando de lado a socialização. O encontro com o seu próximo, com seu colega de classe, seu amigo. Vão desaparecendo o sentimento, o carinho, o prazer do abraço. A prioridade passa para os amigos virtuais, nem sempre recomendáveis.

Como bom educador, em permanente interação com seus alunos, ajude-os a viver este momento. Que não se perca a nossa identidade pessoal, social e afetiva. Jamais a máquina, por mais sofisticada que seja, poderá substituir a relação humana. Gente com gente, pessoa com pessoa.

E isso se vê, caro Victor Hugo, isso se sente, com sua gentileza em nos procurar, lembrando do nosso início de amizade e de consideração, no convite que nos fez para presidir o memorável “
Concurso de Crônicas”.

Corações ao alto! Estamos aqui à disposição para enriquecimento, juntos, da paz, do afeto, da solidariedade humana.

Por fim, sua história, sua trajetória profissional, sua vinda e chegada até nós. Queremos curtir dessa alegria. Sua história, estimado, Victor Hugo.

Agora, mais do que nunca, não só “Ipiaú e Eu”, Mas,

“Ipiaú e Nós”

Um comentário:

Alaor Ignácio disse...

Boa tarde, Professor.
Meu nome é Alaor Ignácio, sou pesquisador da Universidade Estadual Paulista - UNESP, câmpus São José do Rio Preto, que foi o local onde o o professor Victor Hugo fez o seu doutorado. Há anos estamos procurando-o e, agora, parece que o encontramos. O senhor teria como pedir a ele que nos escrevesse? O nosso e-mail é alaorig@uol.com.br e temos também um blog, o "Micro Crônicas Cretinas".
Ficaria imensamente grato caso pudesse conversar com o Victor, um imenso amigo.
Muito obrigado,
Alaor Ignácio e Daniela Portela