sexta-feira, 3 de abril de 2009

Domingo de Ramos

DIOCESE DE ILHÉUS - PARÓQUIA DE SÃO ROQUE
IPIAÚ – BAHIA

• Dia dos Dias
• Domingo de Ramos

Edvaldo Santiago

Ano B – Marcos

05 de abril de 2009

Domingo de Ramos. Entramos na Semana Santa.
Páscoa, caminho da Libertação, da morte para a Vida.
Com toda a Igreja, estamos iniciando a caminhada para a Páscoa, acontecimento mais importante da vida cristã. Ponto alto da liturgia do ano.

Antes de ler o Evangelho de hoje, pare e reflita bem. Como tem sua vida no dia a dia. Como profissional, pai de família e cristão. Está comprometido com seu tempo? Tem orado, tem agradecido a Deus pelas graças recebidas?
Vamos passar a Semana em reflexão. Deus está conosco.

• Oração do Dia

“Senhor Jesus, como o oficial romano, confesso a tua condição de Filho de Deus crucificado. Que eu compreenda o verdadeiro sentido de tua paixão” (Paulins).

• Leituras para comentário e reflexão:

1ª Leitura – Isaías 50, 4 - 74

4. O Senhor Deus me deu a língua dos instruídos para que eu saiba sustentar com uma palavra o que está cansado; ele me desperta todas as manhãs; desperta-me o ouvido para que eu ouça como discípulo.
5 O Senhor Deus abriu-me os ouvidos, e eu não fui rebelde, nem me retirei para trás.
6 Ofereci as minhas costas aos que me feriam, e as minhas faces aos que me arrancavam a barba; não escondi o meu rosto dos que me afrontavam e me cuspiam.
7 Pois o Senhor Deus me ajuda; portanto não me sinto confundido; por isso pus o meu rosto como um seixo, e sei que não serei envergonhado.

Salmo 21, 2 - 7

2. Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes? E permaneceis longe de minhas súplicas e de meus gemidos?
3. Meu Deus, clamo de dia e não me respondeis; imploro de noite e não me atendeis.
4. Entretanto, vós habitais em vosso santuário, vós que sois a glória de Israel.
5. Nossos pais puseram sua confiança em vós, esperaram em vós e os livrastes.
6. A vós clamaram e foram salvos; confiaram em vós e não foram confundidos.
7. Eu, porém, sou um verme, não sou homem, o opróbrio de todos e a abjeção da plebe.

2ª Leitura - Filipenses 2, 6 - 11

6 Portanto, assim como recebestes a Cristo Jesus, o Senhor, assim também nele andai,
7 arraigados e edificados nele, e confirmados na fé, assim como fostes ensinados, abundando em ação de graças.
8 Tendo cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo;
9 porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade,
10 e tendes a vossa plenitude nele, que é a cabeça de todo principado e potestade,
11 no qual também fostes circuncidados com a circuncisão não feita por mãos no despojar do corpo da carne, a saber, a circuncisão de Cristo;

Evangelho - Marcos 15, 1 – 30

Logo pela manhã se reuniram os sumos sacerdotes com os anciãos, os escribas e com todo o conselho. E tendo amarrado Jesus, levaram-no e entregaram-no a Pilatos.
2. Este lhe perguntou: És tu o rei dos judeus? Ele lhe respondeu: Sim.
3. Os sumos sacerdotes acusavam-no de muitas coisas.
4. Pilatos perguntou-lhe outra vez: Nada respondes? Vê de quantos delitos te acusam!

5. Mas Jesus nada mais respondeu, de modo que Pilatos ficou admirado.
6. Ora, costumava ele soltar-lhes em cada festa qualquer dos presos que pedissem.



Jesus e Pilatos

7. Havia na prisão um, chamado Barrabás, que fora preso com seus cúmplices, o qual na sedição perpetrara um homicídio.
8. O povo que tinha subido começou a pedir-lhe aquilo que sempre lhes costumava conceder.
9. Pilatos respondeu-lhes: Quereis que vos solte o rei dos judeus?
10. (Porque sabia que os sumos sacerdotes o haviam entregue por inveja.)
11. Mas os pontífices instigaram o povo para que pedissem de preferência que lhes soltasse Barrabás.
12. Pilatos falou-lhes outra vez: E que quereis que eu faça daquele a quem chamais o rei dos judeus?
13. Eles tornaram a gritar: Crucifica-o!
14. Pilatos replicou: Mas que mal fez ele? Eles clamavam mais ainda: Crucifica-o!
15. Querendo Pila tos satisfazer o povo, soltou-lhes Barrabás e entregou Jesus, depois de açoitado, para que fosse crucificado.
16. Os soldados conduziram-no ao interior do pátio, isto é, ao pretório, onde convocaram toda a coorte.
17. Vestiram Jesus de púrpura, teceram uma coroa de espinhos e a colocaram na sua cabeça.
18. E começaram a saudá-lo: Salve, rei dos judeus!
19. Davam-lhe na cabeça com uma vara, cuspiam nele e punham-se de joelhos como para homenageá-lo.
20. Depois de terem escarnecido dele, tiraram-lhe a púrpura, deram-lhe de novo as vestes e conduziram-no fora para o crucificar.
21. Passava por ali certo homem de Cirene, chamado Simão, que vinha do campo, pai de Alexandre e de Rufo, e obrigaram-no a que lhe levasse a cruz.
22. Conduziram Jesus ao lugar chamado Gólgota, que quer dizer lugar do crânio.
23. Deram-lhe de beber vinho misturado com mirra, mas ele não o aceitou.
24. Depois de o terem crucificado, repartiram as suas vestes, tirando a sorte sobre elas, para ver o que tocaria a cada um.
25. Era a hora terceira quando o crucificaram.
26 A inscrição que motivava a sua condenação dizia: O rei dos judeus.
27. Crucificaram com ele dois bandidos: um à sua direita e outro à esquerda.
28. [Cumpriu-se assim a passagem da Escritura que diz: Ele foi contado entre os malfeitores (Is 53,12).]
29. Os que iam passando injuriavam-no e abanavam a cabeça, dizendo: Olá! Tu que destróis o templo e o reedificas em três dias,
30. salva-te a ti mesmo! Desce da cruz!
31. Desta maneira, escarneciam dele também os sumos sacerdotes e os escribas, dizendo uns para os outros: Salvou a outros e a si mesmo não pode salvar!
32. Que o Cristo, rei de Israel, desça agora da cruz, para que vejamos e creiamos! Também os que haviam sido crucificados com ele o insultavam.
33. Desde a hora sexta até a hora nona, houve trevas por toda a terra.
34. E à hora nona Jesus bradou em alta voz: Elói, Elói, lammá sabactáni?, que quer dizer: Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?
35. Ouvindo isto, alguns dos circunstantes diziam: Ele chama por Elias!
36. Um deles correu e ensopou uma esponja em vinagre e, pondo-a na ponta de uma vara, deu-lho para beber, dizendo: Deixai, vejamos se Elias vem tirá-lo.
37. Jesus deu um grande brado e expirou.
39. O centurião que estava diante de Jesus, ao ver que ele tinha expirado assim, disse: Este homem era realmente o Filho de Deus.

- Comentário do Evangelho -

Quem é Jesus?

A sentença religiosa contra Jesus foi de blasfêmia. Por isso condenado pelo Sinédrio à pena de morte. Jerusalém e seu poder religioso decretaram a morte do Filho do homem.
Em seguida, diante de Pilatos, o julgamento político, pois imperava Roma e sua lei. Açulado pelos poderosos judeus, também o povo condenou Jesus.

Como se observa três poderes levaram Jesus à crucificação: Roma, os judeus e o povo.

Começa o jogo cruel contra a vida de Jesus, pela inveja que os judeus tinham do Filho de Deus pela sua pregação, pela sua coragem em denunciar seus erros e desmandos, com uma lei que impunha, ordenava, asfixiando os mais pobres, as mulheres, as crianças. Não resistiram à Lei do Amor proclamada pelo Redentor.

Diante de Jesus, Pilatos lava as mãos.

Com acusações de cunho político, levaram Jesus a Pôncio Pilatos, a fim de ratificarem sua condenação à morte. Diante do pontífice romano Jesus, inflexível e sereno, ante a pergunta se ele era rei, respondendo Sim. E nada mais respondeu ao pontífice.

Percebendo que nada de verdade havia nas acusações contra Jesus, medroso,, covarde, Pilatos aproveitou-se da lei e pôs a proposta: soltar Jesus ou Barrabás. Instigado pelos sumos sacerdotes, o povo preferiu Barrabás a Jesus. Crucifica Jesus. Crucifica!

A flagelação

Foi, então, Jesus entregue aos soldados, começando a sua via-crucis. Vestido de púrpura, coroa de espinhos, maltratado, cuspido, ofendido de todas as formas, foi Jesus, carregando a cruz, a caminho do calvário.

Simão, o cirineu, obrigado, ajudou o Filho do homem a carregar a cruz.


Jesus crucificado

A caminho do Gólgota para ser crucificado, é assim a descrição de Jesus: homem impuro, bandido, rebelde, subversivo, blasfemo (queria ser Deus). Despojado de suas roupas, sorteadas entre os soldados. Considerado por todos o rebotalho humano.

Só Ele, o Mestre, o Filho de Deus Vivo, sabia quem era e a que estava se submetendo, nessa hora de sofrimento e agonia. Consciente de tudo que via e ouvia, Jesus, em fazendo a vontade do Pai, inaugurava um novo tipo de realeza.

A realeza de um novo Rei que não oprime, não faz acepção de pessoas, que ama a todos, indistintamente, privilegiando os mais humildes, os excluídos de ontem e de hoje. Pois o reinado de Jesus Cristo é para sempre, é eterno.

Na cruz, entre dois bandidos, foi crucificado. A um deles Jesus ensinou o caminho da salvação; o que acreditou que Ele era o Filho de Deus. Ao outro ladrão, que zombou d’Ele, esse seguiu seu próprio caminho.

Jesus, o Filho de Deus!

Os versículos 33 e 34 exprimem melhor o sofrimento de Jesus na cruz.

Desde a hora sexta até a hora nona, houve trevas por toda a terra.

E à hora nona Jesus bradou em alta voz: Elói, Elói, lammá sabactáni?, que quer dizer: Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?

Jesus, humano, tremeu, teve medo e clamou ao Pai. Por alguns instantes, sentiu-se abandonado. Assombrados, os soldados tentaram dar a Jesus vinagre, ensopado num pano, foi quando o Filho de Deus, dando um grito bem alto, expirou (v 37).

Nesse instante, a natureza também deu o seu recado: o véu do templo rasgou-se em duas partes. E o reconhecimento do soldado, o reconhecimento do mundo inteiro:

Jesus é Filho de Deus! (v 39).

Entre outros sinais significativos, o rasgar do templo, de alto abaixo (v 38) demonstra que os tempos mudaram. Jesus é o Novo Templo. Já não há divisão no Reino de Deus. Foram-se os privilégios dos sacerdotes, da lei que excluía os menos favorecidos.

Jesus é o Salvador do mundo. O Redentor! O Rei do Universo. O Juiz Universal, o Messias.

Como bem o disse São Paulo:

Jesus Cristo é o mesmo,
ontem, e hoje, e eternamente
Hb 13, 8.

Bom Domingo para todos..

Wanda e Tatai

05.04.2009

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