sexta-feira, 20 de novembro de 2009

34º Domingo do Tempo Comum

DIOCESE DE ILHÉUS – PARÓQUIA DE SÃO ROQUE

IPIAÚ - BAHIA

Ano B – Marcos

22 de novembro de 2009

34º Domingo do Tempo Comum

Edvaldo Santiago

ANO SACERDOTAL

• Dia da Igreja
• Solenidade de Jesus Cristo, Rei do Universo.

Com a Solenidade de Cristo Rei, encerra-se o Ano Litúrgico da Igreja Católica. Inicia-se, no próximo domingo, o Ciclo do Natal, com o Primeiro Domingo do Advento. Preparação para o Natal.

• Oração do Dia

Senhor Jesus, aceita-me como membro do Reino que vieste implantar na história humana, deixando que Deus seja o Senhor da minha vida. (Paulinas).

• Leituras litúrgicas

Primeira Leitura – Daniel 7, 13 – 14

13. Olhando sempre a visão noturna, vi um ser, semelhante ao filho do homem, vir sobre as nuvens do céu: dirigiu-se para o lado do ancião, diante de quem foi conduzido.
14. A ele foram dados império, glória e realeza, e todos os povos, todas as nações e os povos de todas as línguas serviram-no. Seu domínio será eterno; nunca cessará e o seu reino jamais será destruído.

Salmo 92, 1 – 2

1. O Senhor é rei e se revestiu de majestade, ele se cingiu com um cinto de poder. A terra, que com firmeza ele estabeleceu, não será abalada.
2. Desde toda a eternidade vosso trono é firme e vós, desde sempre existis.

Segunda Leitura – Apocalipse 1, 5 – 8

5. e da parte de Jesus Cristo, testemunha fiel, primogênito dentre os mortos e soberano dos reis da terra. Àquele que nos ama, que nos lavou de nossos pecados no seu sangue
6. e que fez de nós um reino de sacerdotes para Deus e seu Pai, glória e poder pelos séculos dos séculos! Amém.
7. Ei-lo que vem com as nuvens. Todos os olhos o verão, mesmo aqueles que o traspassaram. Por sua causa, hão de lamentar-se todas as raças da terra. Sim. Amém.
8. Eu sou o Alfa e o Ômega, diz o Senhor Deus, aquele que é, que era e que vem, o Dominador.


Jesus Cristo, Rei do Universo!

• Evangelho – João 18, 33 – 37

33. Pilatos entrou no pretório, chamou Jesus e perguntou-lhe: És tu o rei dos judeus?
34. Jesus respondeu: Dizes isso por ti mesmo, ou foram outros que to disseram de mim?
35. Disse Pilatos: Acaso sou eu judeu? A tua nação e os sumos sacerdotes entregaram-te a mim. Que fizeste?
36. Respondeu Jesus: O meu Reino não é deste mundo. Se o meu Reino fosse deste mundo, os meus súditos certamente teriam pelejado para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu Reino não é deste mundo.
37. Perguntou-lhe então Pilatos: És, portanto, rei? Respondeu Jesus: Sim, eu sou rei. É para dar testemunho da verdade que nasci e vim ao mundo. Todo o que é da verdade ouve a minha voz.

- Comentário do Evangelho –

Pilatos disse: Tu és rei? Jesus respondeu:
Eu nasci e vim ao mundo para dar testemunho da verdade.

• A solenidade de Cristo Rei encerra o Ano Litúrgico. Grande profissão de fé nesta celebração em que se louva e canta o Senhor Rei do Universo, que caminha conosco, seu povo.

O poder político cede, o poder religioso condena e crucifica e Jesus ressuscita e Deus Pai faz do Filho o Cristo, Rei do Universo.

O messianismo surgiu, durante o exílio da Babilônia na figura de Davi. Na tradição de Israel, Davi se apresenta como rei glorioso, triunfante, dominador de vários povos vizinhos. Fez história e se tornou rei famoso, cujo nome se estendeu por longo tempo. Havia uma profecia da aliança de Davi com Deus.

Após o exílio da Babilônia, desaparecidas as sucessões da dinastia davidica, o povo de Israel criou a aspiração num ungido de Deus, um messias que o protegesse e continuasse em sintonia com Deus. Aspiraram um “ungido” (hebraico): mashiah; grego: christós, o messias ou cristos, uma espécie de continuação do reinado de Davi, protetor do Reinado de Judá.

Daniel e João, em Apocalipse, primeira e segunda leituras, na sua linguagem misteriosa, já anunciavam a vinda do Filho do Homem, no meio das nuvens.

No tempo de Jesus, de domínio do império romano. continuou a expectativa de um rei, um rei davídico. Essa idéia tinha aspectos e opiniões diversas. Até mesmo os discípulos de Jesus, oriundos do judaísmo continuaram nessa expectativa de um reino davídico, tradição que perdurou após a morte de Jesus.

A idéia de Jesus ser o sucessor de Davi perdurou até o instante em que o Filho de Deus estava seno condenado pelos judeus.

Jesus, no império romano, era líder. Conseguiu o nazareno, filho de Maria, impor-Se ao povo, judeus e pagãos, não pela força, pela tirania, mas pelo amor que dedicava a todos. Especialmente aos mais humildes, destituídos de cidadania: pagãos, escravos, mulheres, crianças.

Até o Seu julgamento, cruel. Injusto. Preso e condenado por pregar a justiça e a igualdade entre todos. O Filho do Homem rebelou-Se contra o sistema dos mais fortes contra os mais fracos.

Durante sua caminhada até o calvário, os judeus levaram Jesus até Pôncio de Pilatos, autoridade romana. E, perante Pilatos, houve o diálogo sobre a realeza de Jesus, aqui, literalmente, transcrito nos versículos 33 e 34:

Pilatos entrou no pretório, chamou Jesus e perguntou-lhe: És tu o rei dos judeus?
Jesus respondeu: Dizes isso por ti mesmo, ou foram outros que to disseram de mim?

A resposta de Jesus consistiu numa singela e segura outra pergunta. A inocência do Mestre deixava inquieta a autoridade romana, que sabia ser a condenação de Jesus injusta e desumana.

Indeciso, Pilatos tentava uma forma de agradar aos judeus e aos romanos – a religião e a política romana – continuando um interrogatório, desnecessário, pois, repita-se, sabia ele que Jesus nada fez de mal para ser julgado e condenado.

A certa altura, pergunta a Jesus se Ele é rei e nos vem a resposta, eterna e divina. Textualmente, versículo 36:

Respondeu Jesus: O meu Reino não é deste mundo. Se o meu Reino fosse deste mundo, os meus súditos certamente teriam pelejado para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu Reino não é deste mundo.

O Reino de Jesus contrasta com os demais reinos em que prevalecem a força, os exércitos, as bombas, o dinheiro. O império do egoísmo e o desamor. A lei do mais forte.

O Reino do Filho do Homem caracteriza-se pela igualdade entre grandes e pequenos, ricos e pobres, com prevalência dos mais pobres e humildes. Em vez do mando e da obediência cega, o serviço. O ideal de servir e servir de modo geral, sem interesses pessoais e injustos.

E continua o julgamento. Julgamento que se fez história, história que marcou o mundo inteiro, nos marcou como o elo da história universal. A diferença absoluta entre todos os reinos – de ontem e de hoje – o REINO DE DEUS, que não é deste mundo, como respondeu Jesus a Pilatos.

“Eu sou rei, sim, disse Jesus. Vim ao mundo pregar a verdade, estabelecer a ordem das coisas, dando a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.

Vim criar um novo mundo, onde reinem o amor, a partilha, o bem de todos, sem acepção de pessoas ou de autoridades ou instituições quaisquer. Duas coisas são essenciais em o Reino de Deus: Amar a Ele, Deus, sobre todas as coisas e aos irmãos, nossos semelhantes, como nos amamos a nós mesmos. Só assim, serão discípulos do Mestre, seremos Seus discípulos. Só assim, poderemos ser bem-aventurados!


Detalhe importante da condenação de Jesus, do livro do Padre José Bortolini, no seu livro “Como ler o Evangelho de João”, Ed. Paulus, pág. 175:

“Jesus é condenado à morte ao meio dia, hora em que no Templo, iniciava a matança dos cordeiros para a ascoa Judaica”.

Viva Jesus Cristo, Rei do Universo!

Por fim, Pilatos, covarde, medroso, com receio de perder o cargo bem como agradar aos judeus, lavou as mãos, e entregou Jesus à morte. Praticamente, intimado pelas autoridades judaicas, chamou Jesus, castigou-O, vestindo o Mestre de manto púrpura, coroa de espinhos e disse a todos os presentes:

- Eis o homem! (João, 19, 5).

Meio ao tumulto, a confusão sobre a condenação de Jesus, contrariando as autoridades judaicas, Pilatos mandou escrever também um letreiro:

JESUS NAZARENO, REI DOS JUDEUS!

Contrariando os líderes judeus, o letreiro ordenado por Pilatos foi feito em três línguas: aramaico, a língua dos judeus; em latim, língua, a língua dos dominadores; o hebraico, a língua da comunidade do Discípulo Amado. Isso mostra a universalidade do Reino de Jesus, Centro, Síntese da Eterna Aliança de Deus com a humanidade.

Encerremos o comentário com o Salmo 92, versículo 1:

O Senhor é rei e se revestiu de majestade,
ele se cingiu com um cinto de poder.
A terra, que com firmeza ele estabeleceu, não será abalada.
Louvado Seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

• Bom Domingo para todos.

Wanda e Tatai

22.11.2009.

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