segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Rotary Clube de Ipiaú - 57 Anos de Fundação

57 Anos de Fundação

30.11.52 – 30.11.2009

Salve os pioneiros que um dia chegaram...

Salve aqueles que continuam e servem aos ideais de Rotary!

ROTARY CLUB DE IPIAÚ

Distrito 4550
Data de Fundação - 30 de novembro de 1952

Admissão no Rotary Internacional - 09 de maio de 1953
Presidente do Rotary Internacional - JohnKenny - 2009 - 2010
Governador do Distrito 4550 - Luís Antônio Souza Coelho - 2009 - 2010

Governador Assistente - Zenildo Rodrigues dos Santos
Presidente do Rotary Club de Ipiaú - Célia Souza Santos

2009 - 2010

Lema do Rotary Internacional

"O Futuro do Rotary está em suas Mãos"
2009 – 2010

Jordan transmite a presidência a Célia


ROTARY CLUB DE IPIAÚ DIRETORIA

CONSELHO DIRETOR- GESTÃO 2009 - 2010

Presidenta: Célia Souza Santos

Vice-Presidente: Antônio Abdon Abade de Morais

Primeiro Secretário: Letícia Soares Alcântara de Oliveira

Segundo Secretário: Tiago Miranda

Primeiro Tesoureiro: Áurea Ferreira da Silva

Segundo Tesoureiro: Heloysa Andrade Cardoso

Primeiro Protocolo: Raymundo dos Santos

Segundo Protocolo: Robson Cardoso

Presidente Anterior: Carlos Jordan Eça Hohlenwerger

Célia, preside a reunião


ROTARY CLUB DE IPIAÚ EX-PRESIDENTES

1. Agostinho Cardoso Pinheiro
2. Antonio Abdon S. de Morais
3. Antonio Calumby
4. Antonio Lisboa Nogueira
5. Antonio Magalhães Guanabara
6. Asdrúbal Borges de Barros
7. Baldomero Trindade Filho
8. Carlos Jordan E. Hohlenwerger
9. Celso Batomarco Lemos
10. Clério Alves Peixoto
11. Cosme Peron A. Teixeira
12. Edmar Ferraz de Brito
13. Edvaldo Santiago
14. Edward Bastos de Oliveira
15. Elvídio Antônio dos Santos
16. Geraldo de Magalhães Ribeiro
17. Jacinto Bittencourt Godinho
18. Jaime Reis Neto
19. José dos Santos Ferreira da Silva
20. José Hagge Midlej
21. José Mendes Filho
22. José Motta Fernandes
23. José Raymundo Teles Alves
24. José Vieira Souza
25. Juvêncio Ancilon Alencar Godinho
26. Laércio Pinheiro de Andrade
27. Leônidas Femandes Leão
28. Letícia Soares A. de Oliveira
29. Leur Brito Sobrinho
30. Luiz Elizeu de Brito
31. Marcus Vinícius Limongi Horta
32. Maria Heloysa Andrade Cardoso
33. Milton Pinheiro dos Santos
34. Miralva Rios Rezende
35. Nilson Nunes Rezende
36. 0dilon Santos Costa
37. Petrino Vasconcelos Fagundes
38. Petrônio Almeida Teixeira
39. Protógenes Mendonça Jaqueira
40. Rafael Santos Sampaio
41. Raymundo dos Santos
42. Salvador da Matta
43. Sérgio Miranda A. Gondim
44. Silvério Cerqueira
45. Talma Reis
46. Valney Luciano P. Pestana
47. Vivaldo José de Oliveira Filho
48. Waldemar Santana Sampaio
49. Zenildo Rodrigues dos Santos


Reunião normal

ROTARY CLUB DE IPIAÚ - SÓCIOS

1. Antonio Abdon Santos - Neide
2. Antonio Gilton Andrade - Mara
3. Áurea Ferreira da Silva – José Ferreira
4. Carlos Jordan Eça - Tânia
5. Célia Souza Santos
6. Edward Pereira de Oliveira (saudades) – Eunice
7. Edvaldo Santiago – Wanda
8. lsmael Firmino do Nascimento - Jacilda
9. José dos Santos Ferreira da Silva – Áurea
10. José Juscelino Galvão Spínola – Fátima
11. José Vieira Souza – Leila
12. Letícia Soares Alcântara de Oliveira – Vivaldo
13. Marcus Vinícius Limongi – Patrícia
14. Maria CéIia Alves dos Santos – Marcelo
15. Maria Heloysa Andrade - Orivaldo
16. Milton Pinheiro dos Santos – Sônia
17. Patrícia Bastos Oliveira – Marcus
18. Paulo Williams Moreira dos Santos
19. Raymundo dos Santos – Celma
20. Renato dos Santos Cardoso – Viviane
21. Robson Andrade Cardoso – Bibi
22. Thiago Miranda dos Santos
23. Valney Luciano Pereira dos Pestana – Dida
24. Vivaldo José de Oliveira Filho – Letícia
25. Zenildo Rodrigues dos Santos – Ieda


ATA DE INSTALAÇÃO PROVISÓRIA DO ROTARY CLUB DE IPIAÚ
30 DE NOVEMBRO DE 1952
(Foto escaneada do 1º livro de atas)


Lembrança e homenagem ao Rotary Club de Ipiaú
pelos seus 57 anos de existência!

Wanda e Tatai (fundador)
30.11.2009.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Tempo do Advento

DIOCESE DE ILHÉUS – PARÓQUIA DE SÃO ROQUE

IPIAÚ - BAHIA

Ano C – Lucas

29 de novembro de 2009

Tempo do Advento

Edvaldo Santiago

ANO SACERDOTAL

CICLO DO NATAL
- Do Advento ao Batismo do Senhor -

• Dia do Senhor
• 1º Domingo do Advento - Reflexão sobre o nascimento de Cristo.

Com a Solenidade de Cristo Rei, no domingo passado, encerro-se o Ano Litúrgico da Igreja Católica.
Inicia-se, hoje, o Ciclo do Natal, com o Primeiro Domingo do Advento. O Advento (chegada) constitui-se de quatro semanas para o Natal.
Dois momentos de reflexão:
a) Preparação para o nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo.
b) Orações na expectativa da segunda vinda do Senhor, no fim dos tempos.

Oração do Dia

Pai, ajuda-nos a estarmos permanentemente vigilantes e em estado
de oração, preparando-nos para o encontro com teu Filho Jesus e ser acolhido por ele.

• Leituras litúrgicas

Primeira Leitura – Jeremias 33, 14 – 16

14. Eis que outros dias virão.
15. E nesses dias e nesses tempos farei nascer de Davi um rebento justo que exercerá o direito e a eqüidade na terra.
16. Naqueles dias e naqueles tempos viverá Jerusalém em segurança e será chamada Javé-nossa-justiça.

Salmo – 24, 4 - 6


4. Senhor, mostrai-nos os vossos caminhos, e ensinai-nos as vossas veredas.
5. Dirigi-me na vossa verdade e ensinai-me, porque sois o Deus de minha salvação e em vós eu espero sempre.
6. Lembrai-vos, Senhor, de vossas misericórdias e de vossas bondades, que são eternas.

Segunda Leitura – 1 Tessalonicenses 3, 12 – 4,2

12. Que o Senhor vos faça crescer e avantajar na caridade mútua e para com todos os homens, como é o nosso amor para convosco.
13. Que ele confirme os vossos corações, e os torne irrepreensíveis e santos na presença de Deus, nosso Pai, por ocasião da vinda de nosso Senhor Jesus com todos os seus santos!
1. No mais, irmãos, aprendestes de nós a maneira como deveis proceder para agradar a Deus - e já o fazeis. Rogamo-vos, pois, e vos exortamos no Senhor Jesus a que progridais sempre mais.
2. Pois conheceis que preceitos vos demos da parte do Senhor Jesus.

• Evangelho – Lucas 21, 25 – 28. 34 - 36

25. Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra a aflição e a angústia apoderar-se-ão das nações pelo bramido do mar e das ondas.
26. Os homens definharão de medo, na expectativa dos males que devem sobrevir a toda a terra. As próprias forças dos céus serão abaladas.
27. Então verão o Filho do Homem vir sobre uma nuvem com grande glória e majestade.
28. Quando começarem a acontecer estas coisas, reanimai-vos e levantai as vossas cabeças; porque se aproxima a vossa libertação.
34. Velai sobre vós mesmos, para que os vossos corações não se tornem pesados com o excesso do comer, com a embriaguez e com as preocupações da vida; para que aquele dia não vos apanhe de improviso.
35. Como um laço cairá sobre aqueles que habitam a face de toda a terra.
36. Vigiai, pois, em todo o tempo e orai, a fim de que vos torneis dignos de escapar a todos estes males que hão de acontecer, e de vos apresentar de pé diante do Filho do Homem.

Jesus Cristo e as Escrituras

- Comentário do Evangelho –

Fiquem de pé, levantem a cabeça,
porque a libertação está próxima

Um novo tempo nos surge pela frente, um novo Ano Litúrgico: Ano C – Lucas.

Durante todo este ano, nesta caminhada, estaremos sendo motivados pelo evangelista Lucas. Queremos entrar neste novo tempo nos preparando para o Natal, quando celebramos a encarnação de Deus na pessoa de Jesus.

Vigiai e orai, pois o tempo é agora.

Advento é tempo de compromisso com o Projeto de Deus. A linguagem que envolve a primeira leitura e a do próprio, de estilo apocalíptico, misterioso, nos leva a pensar que as coisas anunciadas são futuras. Idéia de que a segunda vinda do Senhor está distante. Entendamos, isso sim, que os fatos narrados pelo evangelista Lucaa e o profeta Jeremias falam do presente, da nossa vida, aqui e agora.

Percebamos bem o título que vem do Evangelho:

Fiquem de pé, levantem a cabeça,
porque a libertação está próxima!

Verbo no presente, sinal de alerte, a libertação está próxima. A segunda vinda do Senhor já começou. Oração e vigilância constantes, porque a justiça, a igualdade, a partilha, a fraternidade estão chegando com o Filho de Deus.

Assim como Jeremias apregoou a restauração de Jerusalém, a nossa Jerusalém celeste, a Nova Jerusalém esta bem próxima de nós e ainda não discernimos esta realidade de Deus.

Em Lucas, Jesus anuncia terríveis momentos que haveremos de presenciar, com toda a natureza em fúria. O sol, a lua, as estrelas saem de sua naturalidade de alumiar o mundo e produzem cenas catastróficas que fazem morrer de medo todos os homens, a humanidade inteira.

Meio a toda essa apocalíptica e misterioso momento, vem o anúncio, a promessa de Jesus Cristo. Que não tenhamos medo, fiquemos de pé, Ele é o nosso Redentor. Os acontecimentos virão como uma armadilha para aqueles que abandonaram o Projeto de Deus e se asseguram, firmam e se fiam no seu próprio projeto.

Assim como ontem, visa o Mestre acordar a todos, nos acordar sobre o sistema cruel em que vivemos, com autoridades, dirigentes, de pequenas a gigantes empresas a explorarem o homem, sem sensibilidade. Valem, hoje mais que nunca, o dinheiro, a usura, o lucro fácil, quase tudo isso mesclado de corrupção.

Fiquemos de pé, Cristo já vem, já está entre nós e tudo será corrigido; os bons e os maus serão distinguidos e receberão sua recompensa.

Também presente e como, o cuidado de todos os que crêem que Jesus é o nosso Redentor, Salvador do mundo: Orar e vigiar a todo o momento. Ninguém sabe a hora e Deus nada antecipa, o cuidado, a vigilância, a certeza da segunda vinda do Senhor são de nossa cônscia, nossa fé e esperança de que Deus nos quer bem. Ele nos ama como seus filhos, co-autores do Seu projeto.

Como São Paulo disse aos tessalonicenses (segunda leitura), digamos nós uns aos outros (v 12):

Que o Senhor vos faça crescer e avantajar
na caridade mútua e para com todos os homens,
como é o nosso amor para convosco.

Louvado Seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

• Bom Domingo para todos.

Wanda e Tatai

29.11.2009.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Dr. Salvador da Matta

Dr. Salvador da Matta
(Entrevista




Nosso preito ao jornalista Ipiauense Wilson Midlej pela sua brilhante e única reportagem com Dr. Salvador da Matta.
Salvador da Matta era médico, mas amava a educação. Era político, mas amava a educação. Auto didata de primeira sabia tudo lia tudo ensinava tudo e o fazia com brilhantismo e de cátedra.
Por sua iniciativa mudou o curso da educação em nossa região ao criar o ensino médio com o Ginásio e Escola Normal de Rio Novo. Salvador da Matta ensinou Latim, Francês, Higiene e Puericultura, Ciência, Biologia e vestibulares vários foram feito com seu ensino. Eis a importância da entrevista na Revista Bahia em Foco.
Eis a reportagem:

Salvador da Matta nasceu em 1915 em Catu e ali viveu sua infância. Concluído o curso de Medicina na Escola de Medicina da Bahia transferiu-se para Ipiaú e integrou-se à vida, daquela comunidade no exercício de sua profissão e no cumprimento de uma missão especial como educador. {Notabilizou-se como o fundador do Ginásio e Escola Normal de Rio Novo em 1951} onde implantou um modelo de ensino e aprendizagem responsável pela formação de várias gerações que o tem como referencial de grande mestre e ser humano. Morreu (aos 87 anos de idade em novembro de 2002) deixando um legado de integridade e saber aos seus sete filhos e aos seus inúmeros alunos.
Numa noite aprazível do mês de junho de 2002 enquanto sua esposa Zélia tocava piano concedeu à Revista Bahia Em Foco a seguinte entrevista:


Bahia em Foco = O senhor, grande educador nato, o que acha dos novos modelos de educação em vigência?

Salvador da Matta - É um pouco difícil de responder a respeito disso, mesmo porque eu não sou técnico em educação, não tenho formação especializada nesse setor; sou apenas um observador, um curioso que enveredou pela educação para preencher uma lacuna havida em nossa cidade. Agora, acho que há muitas coisas que se fazem por aí, cujos resultados não correspondem a tudo que está se inventando, a tudo que está surgindo de novo.
Então eu me lembro e faço uma observação um pouco antiga, que o velho professor, um dos grandes mestres da Bahia, meu professor, Fernando São Paulo, dizia que em medicina a abundância era sinal de pobreza. Quando uma doença tinha muito remédio, nenhum prestava. Então eu acho que está havendo a mesma coisa na educação. Há muitos processos, e todo dia surge um novo processo pedagógico.
O psicólogo diz uma coisa, o pedagogo diz outra, é tanta novidade que surge, que é possível que nenhuma esteja servindo completamente à causa da educação. Não sei se esta modernização está resolvendo como deveria estar o problema da educação e da alfabetização dos alunos.
Na verdade, vejo que todo e qualquer método é válido quando é bem aplicado. Há muitos anos eu li algo a respeito de um professor que dizia que o mais importante é que aquele que se proponha a aplicar determinada metodologia entenda bem do processo de ensinar e aprender e realize sua ação com consciência.

Bahia em Foco - Qual a sua opinião sobre as novas expressões da educação referências mundiais como Piaget, Freinet, Vygotsky?

SM - Eu não posso emitir uma opinião como gostaria. Li Freinet há um bom tempo. O processo educativo defendido por ele é interessante, mas muitos professores têm dificuldade em colocá-Io em prática. Continuo achando que todos esses métodos são eficazes, dependendo somente do conhecimento de quem os utiliza, os aplica. Muitas vezes surge algo e muitos se entusiasmam, mas se na essência o profissional não o sabe aplicar... Assim, eu reafirmo que todo processo poderá ser útil contanto que haja cuidado e dedicação com o aluno e que o professor faça aquilo com gosto, com amor, que tenha disposição e esteja motivado para ensinar e até aprender com seus alunos.

BF - Nesses 51 anos de educação o senhor formou inúmeros educadores, pedagogos, que o citam fre¬quentemente, seja em projetos de pós-graduação seja em eventos culturais e literários, como referência de didática, de metodologia e pelo dom de tornar as aulas ricas e interessantes. Que processo o senhor utilizou ao longo desses anos?

SM - Isso me deixa até um pouco sensibilizado, mas eu sou médico, não sou pedagogo, eu não sei se apliquei algum processo ou método, eu fui me envolvendo na área, por circunstâncias que me fizeram dedicar ao ensino aqui em Ipiaú, participar dessa experiência no início dos anos cinqüenta, sem que eu tivesse uma preparação prévia. Apenas o senso comum, e a minha experiência como aluno e como pai.

BF - Mas os resultados estão ai.. com tantas pessoas brilhando na educação da Bahia e em outros setores, e todos eles citando o senhor como referência ...

SM - Eu acredito que esses alunos falam isso, muito mais pela própria capacidade que demonstram nas áreas que abraçaram do que pela minha influência.

BF - Na verdade, sem ufanismo, toda a Bahia o reve¬rencia como um ícone na educação, embora sem a divulgação correspondente, pelo fato do senhor sempre se mostrar arredio a essa propalação, mas um grande número de pessoas realmente envolvidas com educação em todo o estado, citam o professor Carlos Dubois em Jaguaquara, o professor Élson Castro em Ponte
Nova (hoje Wagner), na Chapada Diamantina e o senhor na região do cacau. O senhor não se reconhece como educador?

SM - Eu acredito que induzi os meus alunos à leitura, ao amor pelos livros. Desde os 6 anos de idade que leio muito. Meu pai tinha uma vasta biblioteca em nossa casa no Catu, minha mãe lia muito e eu me habituei a ler desde cedo, e a vida inteira, todo tipo de leitura.
Desde contos, romances, à histórias de crianças. Os clássicos da literatura... eu li muito e fiz um curso aplicado no tempo de colégio. De forma que se algum mérito me pode ser creditado é levar cada aluno a se fascinar pelos livros.

BF - O senhor foi prefeito de Ipiaú por duas vezes, médico atuante, rotariano, mas o senhor acabou sendo marcado pela sua atuação como professor, no entanto o senhor afirma que não tem essa formação... o senhor não acha estranho ser lembrado como o professor que marcou a juventude de tanta gente, ao invés de ser lembrado como prefeito ou médico?

SM - O fenômeno se registra porque naquele tempo o único colégio que existia era aqui, pelo menos com o curso ginasial, magistério, etc. E o pessoal que passou por aqui... a nossa Escola Normal foi contemporânea da Escola Normal de Jequié. Então esse pessoal que por aqui passou, se espalhou pelo mundo, levando consigo o sabor da aprendizagem, do saber literário. Talvez tenha sido assim.

BF - Quais os educadores que o senhor mais admira?

SM - Para mim, o grande educador foi Anísio Teixeira.

BF-Qual seria a sua sugestão quanto ao rumo que a Educação da Bahia deve tomar?

SM - Acho que tudo deve ser feito com muito amor e dedicação, sempre. Tem que se procurar aquilo que for mais fácil e mais prático para que as crianças e os adolescentes possam adquirir educação e instrução. Além dessa dicotomia, é preciso que o mediador do ensino-aprendizagem criem dentro de si o desejo, a motivação de ensinar, e o amor pela educação! Os órgãos públicos precisam valorizar esse professor porque eles precisam também sentir orgulho pelo ato importante que cometem: formar a cidadã e cidadão.


BF _ O senhor sempre teve como filosofia, segundo relatos de alunos, de não aprender, de não reter o aluno ma reprovação, sempre permitindo que ele fosse adiante, para não perder o amor pela escola e para que adiante ele consertasse as deficiências daquele momento. O senhor ainda pensa assim?

SM – Não nem sempre foi assim. Aliás, no princípio era o contrário. Eu era um pouco mais exigente com a questão da qualidade e do conhecimento. Achava que devia haver um cuidado muito grande para que a pessoa só passasse para a série seguinte depois de demonstrar ter adquirido um conhecimento muito profundo em cada matéria do curso. Mas com o tempo eu passei entender que a reprovação quase nunca resolve o problema. O aluno fica traumatizado, cria um problema social dentro da própria família. Depois vai ocupar um espaço que outro estaria ocupando. Por isso, acho que a reprovação não resolve. O aluno que passa um ano letivo convivendo com os livros e com os professores compro¬metidos com o ensino, tem que absorver algum conhecimento. O problema é motivá-lo para aprender.
Ao longo da minha experiência, eu' vi muitos alunos que tiveram muita reprovação e depois, na vida, se projetaram com mais brilhantismo e densidade de conhecimentos do que alguns que nunca foram reprovados. Eu tenho diversos exemplos. Não vou citar nomes.
Aqui eu tive um menino que repetiu a 1ª série de ginásio 3 vezes. Foram três anos freqüentando a escola na mesma série. Tempos depois, li no jornal que ele era um dos maiores geólogos do Brasil. Um outro rapaz, descendente de libaneses, foi reprovado no exame de admissão ao ginásio, e o irmão dele, mais novo, passou adiante, terminou o ginásio e ele prosseguiu repetin¬do aqui e ali. Hoje, esse rapaz é um talentoso poeta, membro da Academia de Letras e, dizem, com uma cultura geral significativa.

BF - O senhor é favorável à jornada do estudante em sala de aula?

SM - Acho que o estudante deveria ficar na escola o dia inteiro. Não para estudar o tempo todo, mas para educar-se e instruir-se, além de outras atividades, como foi o plano de Anísio Teixeira quando instituiu, em Brasília, a Escola Parque e a Escola Classe - ¬Instrução e Educação. Na escola aula, ele teria a instrução que necessitava e na escola parque ele desenvolveria atividades extra¬curriculares.

BF - Quando o senhor foi prefeito de Ipiaú em duas ocasiões, ficou convencido de que a contribuição do poder público municipal é significativo para a educação, ou as escolas é que devem criar condições ade¬quadas?
SM - Acho que tudo nasce com o professor. A escola é a congregação de professores e alunos. O poder público, a prefeitura, deve criar as condições necessárias e deve ser cobrado por isso. Daí eu ser a favor, apesar dos riscos, da municipalização do ensino primário. A responsabilidade é do município e dos munícipes.

BF - Por que os riscos?

SM - Porque no município, muitas vezes a política é muito mais agressiva e intolerante do que a política em âmbito estadual. E, geralmente pode o ensino ficar sacrificado em função dessas possíveis divergências políticas.

BF - A Lei de Diretrizes e Bases da Educação estabe¬lece que a educação fundamental, em suas classes iniciais, é de responsabilidade do município...

SM - Atualmente sim. Mas, anteriormente era de responsabili¬dade do governo estadual. Sou a favor dessa municipalização do ensino. E que o município assuma cada vez mais a tarefa de dinamizar o ensino fundamental. No momento em que o municí¬pio fizer isso, desaparece a figura do analfabeto. Se cada aluno em idade escolar tiver vaga numa escola municipal, sem que nenhum professor seja desviado da sua função para outras áreas, se isso acontecer, daqui a 10 anos não haverá indivíduo de 20 anos analfabeto.

BF - Obrigado pela entrevista.

SM - Quero dar os parabéns por essa revista, a única que conseguiu me entrevistar. (risos).
Junho de 2002.


Comentário de Tatai.


21.112009.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

34º Domingo do Tempo Comum

DIOCESE DE ILHÉUS – PARÓQUIA DE SÃO ROQUE

IPIAÚ - BAHIA

Ano B – Marcos

22 de novembro de 2009

34º Domingo do Tempo Comum

Edvaldo Santiago

ANO SACERDOTAL

• Dia da Igreja
• Solenidade de Jesus Cristo, Rei do Universo.

Com a Solenidade de Cristo Rei, encerra-se o Ano Litúrgico da Igreja Católica. Inicia-se, no próximo domingo, o Ciclo do Natal, com o Primeiro Domingo do Advento. Preparação para o Natal.

• Oração do Dia

Senhor Jesus, aceita-me como membro do Reino que vieste implantar na história humana, deixando que Deus seja o Senhor da minha vida. (Paulinas).

• Leituras litúrgicas

Primeira Leitura – Daniel 7, 13 – 14

13. Olhando sempre a visão noturna, vi um ser, semelhante ao filho do homem, vir sobre as nuvens do céu: dirigiu-se para o lado do ancião, diante de quem foi conduzido.
14. A ele foram dados império, glória e realeza, e todos os povos, todas as nações e os povos de todas as línguas serviram-no. Seu domínio será eterno; nunca cessará e o seu reino jamais será destruído.

Salmo 92, 1 – 2

1. O Senhor é rei e se revestiu de majestade, ele se cingiu com um cinto de poder. A terra, que com firmeza ele estabeleceu, não será abalada.
2. Desde toda a eternidade vosso trono é firme e vós, desde sempre existis.

Segunda Leitura – Apocalipse 1, 5 – 8

5. e da parte de Jesus Cristo, testemunha fiel, primogênito dentre os mortos e soberano dos reis da terra. Àquele que nos ama, que nos lavou de nossos pecados no seu sangue
6. e que fez de nós um reino de sacerdotes para Deus e seu Pai, glória e poder pelos séculos dos séculos! Amém.
7. Ei-lo que vem com as nuvens. Todos os olhos o verão, mesmo aqueles que o traspassaram. Por sua causa, hão de lamentar-se todas as raças da terra. Sim. Amém.
8. Eu sou o Alfa e o Ômega, diz o Senhor Deus, aquele que é, que era e que vem, o Dominador.


Jesus Cristo, Rei do Universo!

• Evangelho – João 18, 33 – 37

33. Pilatos entrou no pretório, chamou Jesus e perguntou-lhe: És tu o rei dos judeus?
34. Jesus respondeu: Dizes isso por ti mesmo, ou foram outros que to disseram de mim?
35. Disse Pilatos: Acaso sou eu judeu? A tua nação e os sumos sacerdotes entregaram-te a mim. Que fizeste?
36. Respondeu Jesus: O meu Reino não é deste mundo. Se o meu Reino fosse deste mundo, os meus súditos certamente teriam pelejado para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu Reino não é deste mundo.
37. Perguntou-lhe então Pilatos: És, portanto, rei? Respondeu Jesus: Sim, eu sou rei. É para dar testemunho da verdade que nasci e vim ao mundo. Todo o que é da verdade ouve a minha voz.

- Comentário do Evangelho –

Pilatos disse: Tu és rei? Jesus respondeu:
Eu nasci e vim ao mundo para dar testemunho da verdade.

• A solenidade de Cristo Rei encerra o Ano Litúrgico. Grande profissão de fé nesta celebração em que se louva e canta o Senhor Rei do Universo, que caminha conosco, seu povo.

O poder político cede, o poder religioso condena e crucifica e Jesus ressuscita e Deus Pai faz do Filho o Cristo, Rei do Universo.

O messianismo surgiu, durante o exílio da Babilônia na figura de Davi. Na tradição de Israel, Davi se apresenta como rei glorioso, triunfante, dominador de vários povos vizinhos. Fez história e se tornou rei famoso, cujo nome se estendeu por longo tempo. Havia uma profecia da aliança de Davi com Deus.

Após o exílio da Babilônia, desaparecidas as sucessões da dinastia davidica, o povo de Israel criou a aspiração num ungido de Deus, um messias que o protegesse e continuasse em sintonia com Deus. Aspiraram um “ungido” (hebraico): mashiah; grego: christós, o messias ou cristos, uma espécie de continuação do reinado de Davi, protetor do Reinado de Judá.

Daniel e João, em Apocalipse, primeira e segunda leituras, na sua linguagem misteriosa, já anunciavam a vinda do Filho do Homem, no meio das nuvens.

No tempo de Jesus, de domínio do império romano. continuou a expectativa de um rei, um rei davídico. Essa idéia tinha aspectos e opiniões diversas. Até mesmo os discípulos de Jesus, oriundos do judaísmo continuaram nessa expectativa de um reino davídico, tradição que perdurou após a morte de Jesus.

A idéia de Jesus ser o sucessor de Davi perdurou até o instante em que o Filho de Deus estava seno condenado pelos judeus.

Jesus, no império romano, era líder. Conseguiu o nazareno, filho de Maria, impor-Se ao povo, judeus e pagãos, não pela força, pela tirania, mas pelo amor que dedicava a todos. Especialmente aos mais humildes, destituídos de cidadania: pagãos, escravos, mulheres, crianças.

Até o Seu julgamento, cruel. Injusto. Preso e condenado por pregar a justiça e a igualdade entre todos. O Filho do Homem rebelou-Se contra o sistema dos mais fortes contra os mais fracos.

Durante sua caminhada até o calvário, os judeus levaram Jesus até Pôncio de Pilatos, autoridade romana. E, perante Pilatos, houve o diálogo sobre a realeza de Jesus, aqui, literalmente, transcrito nos versículos 33 e 34:

Pilatos entrou no pretório, chamou Jesus e perguntou-lhe: És tu o rei dos judeus?
Jesus respondeu: Dizes isso por ti mesmo, ou foram outros que to disseram de mim?

A resposta de Jesus consistiu numa singela e segura outra pergunta. A inocência do Mestre deixava inquieta a autoridade romana, que sabia ser a condenação de Jesus injusta e desumana.

Indeciso, Pilatos tentava uma forma de agradar aos judeus e aos romanos – a religião e a política romana – continuando um interrogatório, desnecessário, pois, repita-se, sabia ele que Jesus nada fez de mal para ser julgado e condenado.

A certa altura, pergunta a Jesus se Ele é rei e nos vem a resposta, eterna e divina. Textualmente, versículo 36:

Respondeu Jesus: O meu Reino não é deste mundo. Se o meu Reino fosse deste mundo, os meus súditos certamente teriam pelejado para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu Reino não é deste mundo.

O Reino de Jesus contrasta com os demais reinos em que prevalecem a força, os exércitos, as bombas, o dinheiro. O império do egoísmo e o desamor. A lei do mais forte.

O Reino do Filho do Homem caracteriza-se pela igualdade entre grandes e pequenos, ricos e pobres, com prevalência dos mais pobres e humildes. Em vez do mando e da obediência cega, o serviço. O ideal de servir e servir de modo geral, sem interesses pessoais e injustos.

E continua o julgamento. Julgamento que se fez história, história que marcou o mundo inteiro, nos marcou como o elo da história universal. A diferença absoluta entre todos os reinos – de ontem e de hoje – o REINO DE DEUS, que não é deste mundo, como respondeu Jesus a Pilatos.

“Eu sou rei, sim, disse Jesus. Vim ao mundo pregar a verdade, estabelecer a ordem das coisas, dando a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.

Vim criar um novo mundo, onde reinem o amor, a partilha, o bem de todos, sem acepção de pessoas ou de autoridades ou instituições quaisquer. Duas coisas são essenciais em o Reino de Deus: Amar a Ele, Deus, sobre todas as coisas e aos irmãos, nossos semelhantes, como nos amamos a nós mesmos. Só assim, serão discípulos do Mestre, seremos Seus discípulos. Só assim, poderemos ser bem-aventurados!


Detalhe importante da condenação de Jesus, do livro do Padre José Bortolini, no seu livro “Como ler o Evangelho de João”, Ed. Paulus, pág. 175:

“Jesus é condenado à morte ao meio dia, hora em que no Templo, iniciava a matança dos cordeiros para a ascoa Judaica”.

Viva Jesus Cristo, Rei do Universo!

Por fim, Pilatos, covarde, medroso, com receio de perder o cargo bem como agradar aos judeus, lavou as mãos, e entregou Jesus à morte. Praticamente, intimado pelas autoridades judaicas, chamou Jesus, castigou-O, vestindo o Mestre de manto púrpura, coroa de espinhos e disse a todos os presentes:

- Eis o homem! (João, 19, 5).

Meio ao tumulto, a confusão sobre a condenação de Jesus, contrariando as autoridades judaicas, Pilatos mandou escrever também um letreiro:

JESUS NAZARENO, REI DOS JUDEUS!

Contrariando os líderes judeus, o letreiro ordenado por Pilatos foi feito em três línguas: aramaico, a língua dos judeus; em latim, língua, a língua dos dominadores; o hebraico, a língua da comunidade do Discípulo Amado. Isso mostra a universalidade do Reino de Jesus, Centro, Síntese da Eterna Aliança de Deus com a humanidade.

Encerremos o comentário com o Salmo 92, versículo 1:

O Senhor é rei e se revestiu de majestade,
ele se cingiu com um cinto de poder.
A terra, que com firmeza ele estabeleceu, não será abalada.
Louvado Seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

• Bom Domingo para todos.

Wanda e Tatai

22.11.2009.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Universidade Aberta à Terceira Idade


Universidade Aberta à Terceira Idade
- UNEB –


Edvaldo Santiago

Mais uma iniciativa da UNEB em prol da nossa comunidade. A abertura da Universidade Aberta à Terceira Idade – UATI, que vem beneficiar grande número de pessoas da chamada terceira idade, proporcionando a todas elas momentos de aprendizagem e várias atividades.

No dia 23 de outubro deste ano, com a presença do Prefeito Municipal, Dr. Deraldino Araújo, o Professor Otávio de Jesus Assis, Diretor da UNEB, vários professores e convidados, foi dado início à reunião, para a implantação da “Universidade Aberta à Terceira Idade” – UATI em nossa comunidade.

Com a palavra a Professora Tereza Cristina que explicou, com detalhes em que consiste o projeto em tela. Falou da importância do mesmo em referência às pessoas da terceira idade que terão oportunidade de participar, em convívio salutar, com seus companheiros e amigos. Em atividade constante, irão continuar aprendendo.

Após a exposição da Professora Tereza Cristina, usaram da palavra o Professor Otávio, Diretor, o Prefeito, Dr. Deraldino, Professora Terezinha Soares, desta comunidade e dirigente de um grupo da terceira, Sr. Pedro Bonfim, responsável pelo DETRAN. Todos eles expressaram sua satisfação pela iniciativa da UNEB, com a implantação da UATI entre nós.

Na oportunidade, o Professor da UNEB, Vítor Hugo Fernandes Martins, lente de Literatura, convidou o Professor Edvaldo Santiago e lhe entregou o troféu em homenagem ao II Concurso de Crônicas realizado pela UNEB em 30.07.2009. Devido ao seu estado de saúde, o homenageado não esteve presente à solenidade.

Pela segunda vez, o ilustre Professor Vítor Hugo tem a gentileza e consideração ao Professor Tatai, seu admirador e parceiro voluntário desta Universidade do Estado da Bahia, grande incentivadora do ensino superior em nossa região.

Nesta mesma oportunidade o Professor Vítor Hugo, cronista, contista, poeta e grande mestre de literatura ofereceu ao homenageado o livro Roda Mundo 2009 – Antologia Internacional, que contém, dentre outros autores, várias crônicas do Professor Vítor Hugo, entre elas uma sobre Ipiaú, que marca sua presença e carinho por nossa comunidade.

Ainda em convalescença, o Professor Tatai agradeceu a homenagem e elogiou o novo projeto da UNEB, necessário e importante para Ipiaú.

Abaixo, na íntegra, o Projeto acima mencionado.

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB
Pró-Reitoria de Extensão – PROEX
Universidade Aberta à Terceira Idade - UATI

“Eu não tenho idade. Tenho vida”.
(Vânia Toledo)

• Apresentação


O projeto Universidade Aberta à Terceira Idade (UATI) insere-se na perspectiva de extensão da Universidade do Estado da Bahia. Essa ação extensionista funciona há mais de dez anos no Compus I (Salvador) e em outros compi do interior baiano. Atualmente, o programa está em fase de implantação, como projeto piloto, no compus XXI, em Ipiaú.
O interesse da implantação da UATI, nesse campus, deve-se à importância da relação universidade e comunidade, sobretudo no que se refere às preocupações de ordem social, destacando-se aqui a questão basilar, norteadora dessa proposta: o fenômeno do envelhecimento e a condição do idoso na sociedade contemporânea.
A experiência dar-se-á sob a forma de oficinas que serão oferecidas em duas turmas, com carga horária de 06 horas cada uma, totalizando uma vivência de 32 horas.

• Objetivo

Possibilitar ao idoso a aquisição de novos conhecimentos e desenvolvimento de habilidades, bem como a ocupação do tempo ocioso de maneira produtiva, de modo que a pessoa idosa sinta-se útil e parte efetiva da sociedade a qual pertence.

• Conteúdos

Atividade de Arte Ocupacional
Atividades Recreativas e Terapia
Atividades de Leitura e Escrita

• Metodologia

Serão oferecidas oficinas, cujas. aulas terão natureza teórica e prática, nas quais se deve estimular o trabalho em um ambiente descontraído.

O planejamento das oficinas deve incluir a participação dos idosos na construção das atividades.

• Oficinas Oferecidas

• Alfabetização Funcional
• Direito do Idoso
• Literatura de Autoria Feminina
• Memória e Identidade
• Teatro

• Parcerias

• Departamento de Letras da UNEB Compus XXI/lpiaú
• Núcleo de pesquisa e Extensão _ NUPE
• Secretaria da Ação Social de Ipiaú

• Colaboradores

• Profº Otávio de Jesus Assis
• Profª Adilma Nunes Rocha
• Profª Adriana dos Reis
• Profª Lílian Almeida de Oliveira Lima
• Profª Luciana Santos Leitão
• Profª Tereza Cristina Damásio Cerqueira
• Prof. Tarcísio Fernandes Cordeiro
• Arlete Santos Pimentel
• Gil Christiano Guedes
• Henrique Barreto


SEISCENTOS E SESSENTA E SEIS

A vida é uns deveres que nós trouxemos
para fazer em casa.
Quando se vê, já são 6 horas: há tempo ...
Quando se vê, já é 6ª feira ...

Quando se vê, passaram 60 anos ...
Agora, é tarde demais para ser reprovado ...
E se me dessem - um dia - uma outra ¬
oportunidade,
eu nem olhava o relógio.
seguia sempre, sempre em frente ..
E iria jogando pelo caminho
a casca dourada e inútil das horas.
Mário Quintana (Jn: Esconderijo do tempo)
• Realização
Departamento de Ciências Humanas e Tecnologias - Compus XXI
Diretor: Prof. Especialista Otávio de Jesus Assis
Núcleo de Pesquisa e Extensão - NUPE Coord. Profa. Adilma Nunes Rocha (Mestranda em Estudos da Linguagem)
• Coordenação UATI
Profa. Ms. Tereza Cristina Damásio Cerqueira

• UNEB

Informações Fone: (73) 3531-3436/4855
e-mail: tecdamasio@oi.com.br
e-mail: arletepimentel@yahoo.com.br.
site: www.dcht21@uneb.br

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

33º Domingo do Tempo Comum

DIOCESE DE ILHÉUS – PARÓQUIA DE SÃO ROQUE

IPIAÚ - BAHIA

Ano B – Marcos

15 de novembro de 2009

33º Domingo do Tempo Comum

Edvaldo Santiago

ANO SACERDOTAL

• Dia deJesus Cristo

A vinda do Filho do Homem
é salvação para os escolhidos

• Oração do Dia

Senhor Jesus, que eu me deixe guiar por tuas palavras, e me mantenha vigilante, na caridade, à tua espera. (Paulinas).

• Leituras eucarísticas

Primeira Leitura – Daniel 12, 1 – 3

A vitória da Justiça

1. Naquele tempo, surgirá Miguel, o grande chefe, o protetor dos filhos do seu povo. Será uma época de tal desolação, como jamais houve igual desde que as nações existem até aquele momento. Então, entre os filhos de teu povo, serão salvos todos aqueles que se acharem inscritos no livro.
2. Muitos daqueles que dormem no pó da terra despertarão, uns para uma vida eterna, outros para a ignomínia, a infâmia eterna.
3. Os que tiverem sido inteligentes fulgirão como o brilho do firmamento, e os que tiverem introduzido muitos (nos caminhos) da justiça luzirão como as estrelas, com um perpétuo resplendor.

Salmo 15, 5. 8 - 11

5. Senhor, vós sois a minha parte de herança e meu cálice; vós tendes nas mãos o meu destino.

8. Ponho sempre o Senhor diante dos olhos, pois ele está à minha direita; não vacilarei.
9. Por isso meu coração se alegra e minha alma exulta, até meu corpo descansará seguro,
10. porque vós não abandonareis minha alma na habitação dos mortos, nem permitireis que vosso Santo conheça a corrupção.
11. Vós me ensinareis o caminho da vida, há abundância de alegria junto de vós, e delícias eternas à vossa direita.

Segunda Leitura – Hebreus 10,11 – 14. 18

11. Enquanto todo sacerdote se ocupa diariamente com o seu ministério e repete inúmeras vezes os mesmos sacrifícios que, todavia, não conseguem apagar os pecados,
12. Cristo ofereceu pelos pecados um único sacrifício e logo em seguida tomou lugar para sempre à direita de Deus,
13. onde espera de ora em diante que os seus inimigos sejam postos por escabelo dos seus pés (Sl 109,1).
14. Por uma só oblação ele realizou a perfeição definitiva daqueles que recebem a santificação.
18. Ora, onde houve plena remissão dos pecados não há por que oferecer sacrifício por eles.

• Evangelho – Marcos 13, 24 – 32

24. Naqueles dias, depois dessa tribulação, o sol se escurecerá, a lua não dará o seu resplendor;
25. cairão os astros do céu e as forças que estão no céu serão abaladas.
26. Então verão o Filho do homem voltar sobre as nuvens com grande poder e glória.
27. Ele enviará os anjos, e reunirá os seus escolhidos dos quatro ventos, desde a extremidade da terra até a extremidade do céu.
28. Compreendei por uma comparação tirada da figueira. Quando os seus ramos vão ficando tenros e brotam as folhas, sabeis que está perto o verão.
29. Assim também quando virdes acontecer estas coisas, sabei que o Filho do homem está próximo, às portas.
30. Em verdade vos digo: não passará esta geração sem que tudo isto aconteça.
31. Passarão o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão.
32. A respeito, porém, daquele dia ou daquela hora, ninguém o sabe, nem os anjos do céu nem mesmo o Filho, mas somente o Pai.

A vinda de Jesus Cristo à terra

Comentário do Evangelho

Então verão o Filho do Homem vindo nas nuvens
com grande poder e glória.

“Anunciamos, Senhor, a vossa morte e proclamamos a vossa
ressurreição, enquanto esperarmos vossa vinda”.

Sinal dos tempos. Eis chegada à hora. Cumpriram-se as Escrituras e o Filho do Homem, Jesus Cristo está de volta a Terra.

No discurso escatológico de Jesus sobre os fins dos tempos começou com um anúncio das dificuldades de Israel e da destruição do templo de Jerusalém. Os três evangelhos sinóticos descrevem esses “desastres” e as tribulações que haverão de vir sobre o povo de Israel.

Sinal dos tempos. Fim dos tempos. A vinda do Filho do Homem. Todos verão, todos veremos o Filho do Homem, sobre as nuvens voltar com grande poder e glória.
Jesus intitula-se Filho do Homem em ralação a sua encarnação na Sua visa prática como Homem, como Ser Humano vivendo e sentindo os problemas que nós sentimos. Isso em contra posição à sua messianidade como Filho de Deus, Redentor do Mundo.

Jesus enviará antes seus anjos que serão reunidos e escolhidos dentre os quatro cantos da terra. A comparação tirada da figueira em relação ao sinal dos tempos serão para todos advertência que a segunda vinda de Jesus Cristo a terra está próxima, nos bate à porta. E a afirmação do Mestre é categórica e divina ao mesmo tempo: (v.32) Em verdade vos digo: não passará esta geração sem que tudo isto aconteça.

Todavia ninguém se atreva nem mesmo os anjos do céu a saberem o dia nem a hora do final dos tempos.

Antes segundo a lição do Mestre: Vigiai e orai porque ninguém sabe a hora.

Já na primeira leitura o profeta Daniel previu a vitória da justiça, proclamando pos várias vezes a vinda do Filho do Homem que viria a terra trazer vida e vida em abundância em cumprindo o projeto do Deus Pai.

Enfim os conflitos e as tribulações por que passaram os que vieram antes de nós e nós hoje são indícios e perspectivas de esperança de uma nova vida. Virão a esperança, a fé, o amor trazidos num projeto de Jesus Cristo que continuará conosco todos os dias até o final dos séculos.


Louvado Seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

• Bom Domingo para todos.

15.11.2009.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

EUCLIDES JOSÉ TEIXEIRA NETO

EUCLIDES JOSÉ TEIXEIRA NETO

Homenagem aos seus 84 anos / 11 de novembro

Entre aqui e além

• Euclides Neto – o ser humano, o homem, o cidadão



Euclides Neto autografando

Cidadão de mão cheia, desses de que o país sempre necessita, principalmente hoje, agora, quando o povo sofre e sente a ausência de homens públicos que ainda pensem no bem comum. Homens que, tendo nas mãos o poder, sempre se lembram de que sua obrigação é servir e estar disponível ao povo. Sempre ter tempo para ouvir, ver, assistir a tantos quantos o procuram, no exercício do seu cargo ou função; ou mesmo fora dele.
O retrato de Euclides Neto é servir. É estar presente.
Advogado, político; dos melhores prefeitos que passaram pela Bahia (1963 – 1966). Escritor já consagrado nacionalmente, com mais de oito livros publicados. Secretário da Reforma Agrária e Cooperativismo do Governo Waldir Pires. Orador primoroso, conferencista seguro em suas teses, principalmente nos assuntos que se refiram à reforma agrária, ao amanho da terra, ao respeito aos que nela trabalham.
Todos esses predicados se escondem no cidadão Euclides, homem simples, avesso a formalidades (dificilmente ou nunca usa paletó e gravata), pai extremoso, esposo dedicado, amigo daqueles que se guardam no coração para sempre. Tem medo de alma como todo mortal. Essa descrição, apesar de parecer pueril, é o retrato vivo do Dr. Euclides José Teixeira Neto. Apesar de todos esses títulos adquiridos por méritos pessoais e o talento que Deus lhe deu, continua sendo gente, humano dos pés à cabeça. Interiorano de Ipiaú, não quis alçar vôos políticos, inclusive ao Congresso ou Senado Federal. Preferiu ser útil entre nós a assentar-se nos tapetes da alta política. Pouca importância deu à vaidade. Por isso é ele estimado, procurado e necessário a sua comunidade, onde vive, passeia, conversa com os amigos e curte sempre a catinga. Também criador de bodes e de nelore e entendido no assunto.
Nasceu em Jenipapo, da Estrada de Ferro de Nazaré, daí para Ibirataia, de onde partiu para os estudos, formando-se em Direito.
Advogado militante, nunca acusou, sempre esteve a favor dos mais humildes, que o procuravam como advogado; posteriormente, como homem público: prefeito. Ficou sempre ao lado dos mais fracos, mormente na advocacia criminal, pouco ligando para honorários ou quaisquer vantagens pessoais. Simplesmente, a dignidade e o respeito à profissão, exemplo que transmitiu e transmite a tantos quantos tiveram a ventura de aprender e de conviver com ele de perto. Corajoso, de uma perspicácia profunda, estudioso e responsável. Grandes júris, grandes vitórias, isso sem alardes, sem foguetes. Antes, uma atitude de respeito e de seriedade para com a parte contrária, era seu hábito na sua atuação.
Como prefeito de Ipiaú, avançou o sinal e, até hoje, suas obras aí estão. Do célebre Ginásio Agrícola Municipal de Ipiaú – GAMI (hoje CEI) – à Fazenda do Povo esta terra deu um pulo em desenvolvimento equivalente a várias gestões municipais. A Fazenda do Povo é a prova de sua teoria de reforma agrária ao vivo, posta em prática. Deu certo e é palco de visitas oficiais. Hoje, com o advento da igreja, de escolas, com luz e seções eleitorais a Fazenda do Povo é uma realidade, que teve sua experiência a partir dos idos de 1995 mais ou menos. A Exposição Agropecuária, sofrendo as conseqüências da crise, foi de sua iniciativa e teve dias de visita de Ministros de Estado. Para não alongar, entre outras realizações, a mais importante, a criação da Congregação das Irmãs da Sagrada Família, espiritualmente um marco decisivo na gestão municipal Euclides Neto.
Seus livros contam a história da região, das suas dificuldades, das suas características. De “Os Magros”, com a luta de João para comprar um facão... à coragem da Albertina, que lutou e venceu a vida com “A Enxada”, seu último romance. A literatura de Euclides é de estilo vigoroso, atraente, gostoso de ler. Como todos os seus outros livros.
Na atual crise de valores, em que as coisas valem mais que os homens, Euclides Neto continua humano, humilde e simples, como gente que ainda sabe amar e ser amado.
ipiaú, 12.08.1998.




• Euclides Neto, o político.
Prefeito de Ipiaú, Município Modelo da Bahia.
Em Recife, Pernambuco, recebendo o titulo.

Dr. Euclides Neto e o Professor Edvaldo Santiago
Na Universidade Rural de Pernambuco / janeiro de 1967.

• IPIAÚ, MUNICÍPIO MODELO.

Tudo aqui medrava a olhos vistos. Era um só caminho! O progresso de Ipiaú. Idos de 1963 a 1967!

Surubim, nome de peixe, também conhecido como longo, locando, pintado ou surubi. Gostoso por sinal.

Surubim, nome do Município-Modelo do Estado de Pernambuco, ao tempo em que Ipiaú era o Município-Modelo da Bahia. Bom tempo, grandes tempos, tempo de muito trabalho e de colheita farta. Nesse ou naquele tempo, como queira, todos nós éramos um só entusiasmo e um só orgulho por Ipiaú.

Era o Prefeito de então Dr. Euclides Neto e, como hoje (1994), o velho escriba, o Presidente da Câmara. Com Lomento Júnior, Governador do Estado, até as enchentes ajudaram o crescimento de nossa comunidade. Foi quando nasceram, por exemplo, o Bairro da Democracia, a Merenda Escolar, o Ginásio Agrícola Municipal de Ipiaú, o saudoso GAMI após GEI, hoje, CEI. A Fazenda do Povo, nascida de uma experiência que deu certo, sendo seus primeiros moradores os pobres que perambulavam pelas ruas, sem profissão e carentes que queriam realmente trabalhar.

Mas vamos a Pernambuco, Recife, para a reunião dos prefeitos, e presidentes de câmaras dos municípios-modelo do Brasil. Patrocínio do INDA (Instituto Nacional de Desenvolvimento Agrícola), comandado pelo inesquecível cidadão, político correto, patriota de antigamente, Dr. Edis de Souza Leão Pinto, pernambucano, brasileiro dos bons.
Lá vamos nós. Dr. Euclides, Prefeito, o Presidente da Câmara, o cronista, Da. Angélia, a primeira dama do Município e Gelinha, bem pequena ainda, filha do casal. Numa Rural não muito nova, mas bem dirigida pelo célebre Dubinha, na época Presidente do Sindicato dos Motoristas lá fomos nós representando nossa terra.

De Ipiaú a Recife, todo mundo feliz, alegre, apesar da estrada de chão batido, de sol inclemente e da seca que nos rodeava durante quase todo o percurso. Só de Petrolândia a Arco Verde, 90 quilômetros, tangente sem fim, de sol a pino, sem lugar para estender-se a mão em qualquer sombra. Deserto. Aridez. De vez em quando, poças d’água arroxeadas de gente se banhando ou matando a sede e animais, também, aguardando a sua vez.

Nesse trajeto, um fato raro a narrar. Meio a essa seca sem par, Gelinha sentiu sede e paramos numa casinha para beber água. Fomos atendidos por uma senhora, de jeito bem humilde, que nos trouxe um copo d’água.

Notada por todos nós a atitude daquela senhora. Gentil, todavia, meio sem jeito de dar a água. Foi quando Dr. Euclides, sentindo o drama, desistiu da água, dizendo que passou a sede de Gelinha.

Pois bem, sem pestanejar, a dona da casa voltou com o copo d’agua para dentro e, por certo, jogou a água no pote onde estava.

Chegamos a Recife. Recepção, acomodações. Coube para Ipiaú o Hotel “São Domingos”, muito “chic”, por sinal. Sofisticado, elegante, só mesmo para dirigentes de municípios-modelo do Brasil, entre eles, Ipiaú. Inclusive, sem despesas para os municípios.

Durante quase uma semana, todos nós nos reuníamos no auditório da Universidade Rural de Pernambuco, sob a presidência do Dr. Eudes, emérito cidadão, repita-se. Em plenário, tivemos oportunidade de relatar projetos, discutir política e nosso município serviu de exemplo em vários setores, principalmente no que se refere à união e harmonia entre os poderes governamentais. Tanto o Poder Executivo, quanto o Executivo fizeram crescer o município da Bahia, Ipiaú.

Crato, Município-Modelo do Ceará, Picos, do Piauí, Itabaiana, de Sergipe, Ipiaú, Município-Modelo da Bahia e outros discutiram, apresentaram projetos, prestaram contas, criticaram e deram sugestões sobre administração, política, economia.

Altas autoridades do país, civis e militares, as reuniões foram excelentes, delineando planos e projetos de primeira linha para os municípios-modelo, cujos critérios para a sua escolha, no Brasil, foram a independência política entre os poderes e a harmonia reinante entre os mesmos. Diga-se, de passagem, éramos mestres nesse assunto. O partido maior era sempre Ipiaú! Por isso foi escolhido Ipiaú o Município-Modelo do Brasil. A união, o respeito, a dignidade política, o bem-estar comum foram as nossas armas. O povo e os três poderes eram de bem uns com os outros!

Entre os altos debates, incluindo-se recepção no Teatro Santa Isabel e a visita ao Palácio das Princesas, então Governador de Pernambuco, o Sr. Paulo Guerra, Ipiaú marcou presença com posições, destacando-se, inclusive, em todos os setores veiculados nas reuniões.

Num dia bonito, de festa do interior, todos os municípios-modelo do Brasil reuniram-se em Surubim, pequena e saudável cidade, situada no Agreste de Pernambuco, onde o exemplo de vida e de trabalho não nos faltou hora nenhuma.

Como ouro, a água é aproveitada por todos os meios, gota por gota; represa, tanques, cacimbas, poças de chuva, pequenas lagoas, vale tudo e tudo em sua volta é aproveitado para o plantio de hortas. Água para beber, para banhar, para molhar hortas. Com que cuidado vimos poupar água! Um exemplo de vida em comunidade!

Nova recepção, discursos, almoço. Tudo natural, sem afetação para se mostrar; refresco de mangaba, fruto da terra, feijão servido em panelas de barro, churrasco, para todo igual. À tarde, bonito desfile, com os prefeitos e presidentes da câmara à frente. O Prefeito, Euclides Neto com esposa, Da. Angélia, e filha, Dr. Euclides, numa roupa de linho, calça boca larga, com a brisa da tarde, ficava balançando, à moda dos rapazinhos de então. E o modesto Presidente da Câmara. Os dois juntos com a Rainha e a Princesa do desfile em Surubim!

No Teatro Santa Isabel, no encerramento do Encontro, representando todos os municípios-modelo do Brasil, Dr. Euclides Neto foi designada para falar em nome de todos. Como nos dias anteriores, foi bem sucedido, expôs idéias políticas, todas elas de interesse do povo e foi aplaudido de pé por toda a assistência. Bela oração que marcou a todos pela singeleza e verdade nas afirmações.

Surubim, Pernambuco; Ipiaú Município-Modelo da Bahia!

Muita luta, muito suor, muito chão para percorrer na volta para casa. Mas trouxemos, entre promessas e certezas, dois tratores de esteira, raros, hoje, pelo preço, uma Kombi Odontológica e o Caminhão FNM (FÊNÊMÊ), existem até hoje.

Após uma semana de trabalhos, cansados, exaustos, pela viagem e pelas preocupações dos cargos, principalmente, o Prefeito, voltamos para casa. Missão cumprida.

Mudanças de governos. Entra Costa e Silva. Uma pena. Dr. Eudes de Souza Leão deixou o cargo. Sem sua independência política era difícil coordenar o programa.

Todavia, além dos veículos que conseguimos, ficou a lembrança, o trabalho, o esforço da administração e, melhor que tudo, o exemplo a seguir.
Maior que tudo, ainda:
Ipiaú será sempre Município-Modelo
para quem veste sua camisa, aposta no seu desenvolvimento
e acredita sempre nas
novas gerações que surgem todos os dias!
Janeiro de 1967
22.12.1994.

• EUCLIDES JOSÉ TEIXEIRA NETO

Escritor, cronista, jornalista, articulista, poeta, romancista de primeira.
Dicionarista, inclusive, autor de “Cacareco”, dicionário da nossa região.
Advogado, criminalista dos melhores, defensor dos mais humildes. Nunca patrocinou causas e bancos ou de empresas milionárias.
Secretário da Reforma Agrária do governo Waldir, não quis alçar vôos políticos mais altos. Preferiu sempre viver em nossa cidade.

Autor de vários livros, entre eles “Os Magros”, que trata de um pobre trabalhador rural, às voltas para comprar um facão. E o seu dinheirinho, sempre curto. O célebre e velho problema do trabalhador e o patrão.

Entre outros livros, escreveu Machombongo, uma história de solidariedade entre viajantes de uma região. Todos os caminhantes deixavam em determinado lugar, uma espécie de cabana em que havia sempre o lugar do fogo, da água, e o lugar para que descansassem e passassem a noite.

Em Trilhas da Reforma Agrária, Euclides Neto, conhecedor profundo do assunto trata da Reforma Agrária. Como prefeito de Ipiaú nos anos de 1963 a 1967 ele deu exemplo ao país com a criação da Fazenda do Povo.

A respeito dos livros de Euclides José Saramago se expressa assim: “ O livro de Euclides Neto, se sou bom juiz, é um bom livro, merecedor daqueles louvores que são a normal substância da ‘orelhas’ ou ‘badanas’, como aqui se diz. Deu-me prazer em lê-lo.

Escreveu também o Tempo é chegado, O Menino Traquino – Crônicas políticas e Crônicas leves; Comercinho do Poço Fundo, Os Genros.

Em a Enxada, Euclides conta uma história diferente de João de “Os Magros”. Enquanto este viveu a vida toda para comprar um facão e o dinheiro não dava, Albertina de “A Enxada” com um cacumbu desse instrumento conseguiu vencer na vida: ter uma boa casa, fazer família, criar filhos e viver feliz.

O livro “64: Um Prefeito, a Revolução e os Jumentos” traça um relato completo, uma síntese da Revolução de 31 de março de 1964, com todas suas nuanças políticas e o sofrimento e a preocupação do Prefeito Euclides Neto em toda essa odisséia.

Nesse livro a história de Ipiaú – período revolucionário – encontram-se lances curiosos e verídicos, verdadeiro testemunho dos fatos de então, no que se refere tanto a pessoas como fatos que marcaram a vida de Ipiaú.

Versão verdadeira de como se faz política e administra um município.


Euclides Neto, além de escritor, orador primoroso.

• Das coisas bonitas que Euclides Neto escreveu, este artigo.
Artigo, não, um poema. Melhor ainda: mais que um artigo, mais que um poema,
Uma Oração!
.....

- Suspiros de uma enxada -

Era vez...
Levanto-me os rubis do sol encastoados nos confins das eras, e a devoção humilde dos tempos bíblicos. É chegada a hora de abrir a cova das sementes que morrem para nascer. Se o bisturi lanceta a carne e evita o fim; se a caneta escreve os poemas, os romances e as partituras; se o computador é o cérebro do homem, tudo não existiria se os feijoeiros não florissem. Sou a lâmina que rasga o músculo da terra e cria a vida.
Sofro primeiro o ferrão envenenado da terrível jararacuçu, quando o roceiro o puxa aos pés para sacudir a terra e separar a erva...
Mas, envelheço e viro um desprezível cacumbu. Os ouros e platinas antigos são cobiçados pelos museus, enquanto fico largada à toa na roça-meu último repouso. O madeiro que me completa apodrece. Meu trabalho é eterno.
Já vergada e cega, passam-me a lima ríspida ou me batem na face com a pedra rude. Sou o espelho da lua e do sol quando nascem.
Os euditos me desprezam. Sempre os perdoei. Ainda mato-lhes a fome. Lavro todos os livros do mundo e não me alimento dos seus frutos.
Estou nos banquetes. Enfeito as jarras de cristal com as pétalas matizadas. Planto o linho das toalhas de richelieu que realçam os faisões nas baixelas de prata. Em oferenda, levo as frutas da sobremesa. Plantei as jaqueiras centenárias. Até a champanha e licores que inebriam, passam todos pelo beijo dos meus lábios. Levo alegria, gargalhadas, inspiração aos músicos e poetas.
Não me queixo do destino. Em verdade, em verdade vos digo: o pão do pobre e o da hóstia consagrada (que se transforma no corpo de Cristo) e a uva do vinho do seu sangue lavam minhas lágrimas e suor.
Os poetas nunca me lavraram um canto. Rimam os passarinhos, as luas crescentes, as saudades, as flores, as dores, os albores e os amores. Mas sou símbolo do lavrador, que lavra a dor. Sou a palavra da terra.
Não chego a ser coroa cravejada de brilhantes. Nem aliança nupcial. Nem adorno das rainhas. Nem medalha do Nobel da Paz. Nem estatueta do Oscar. Nem pouso na vaidade dos comendadores. Em verdade vos digo: não vou além de um caco de ferro metido num pedaço de pau.
Não deixo o aroma de sândalo e mirra dos Reis Magos aos pés do Menino. Em verdade vos digo: alimentei a família de José e Maria com o trigo que plantei.
Meu perfume é o suor dos negros nos eitos.
Não planto as metralhadoras nas trincheiras. Planto a rosa, o jasmineiro, o manacá, a flor do feijoeiro. Não planto a fome. Carpi-la é o meu ofício. Não toco a música dos violinos. Acompanho os acordes dos canarinhos-terra das amanhecenças. Não tenho os candelabros de ouro que ilumina os anfiteatros de veludo. O sol e a lua é que me enfeitam os salões verdes dos milharais e riscam partituras no chão.
Não vou esquiar Alpes gelados nos pés de princesas. Prefiro as mãos de rocha dos descalços. Não sirvo de brinquedo para os meninos dos palácios. Mas até as criancinhas que mal começam a andar na roça pegam a enxadinha gasta da avó e saímos traquinando. E o avô ralha, comovido: menininha é cedo pra labuta, teu tempo chega.
A debutante não me leva aos bailes da corte. Mas a menina da Fazenda do Povo, antes da primeira lua, me ama tanto que a sua mamãe me esconde para não fugirmos à horta sob a pureza das noites azuladas.
Quando virar uma lágrima de aço enferrujado, num canto da roça ou do oitão da casa de taipa, não quero que me sejam gratos – ó gente de pouca fé. Rogo que cantem uma oração para que eu possa adormecer em paz e voltar ao pó da madre, que tanto amei.
Alimento todos os homens: santos, operários, reis, generais, heróis, eruditos, criminosos no fundo das prisões, prostitutas. E nunca pergunto a quem vou alimentar.
Euclides Neto
1995


Homenagem aos 84 anos de idade vividos aqui e além.


Wanda e Tatai

11.11.2009

sexta-feira, 6 de novembro de 2009


DIOCESE DE ILHÉUS – PARÓQUIA DE SÃO ROQUE

IPIAÚ - BAHIA

Ano B – Marcos

08 de novembro de 2009

32º Domingo do Tempo Comum

Edvaldo Santiago

ANO SACERDOTAL

• Dia da Igreja
• Dar tudo para doar-se plenamente

• Oração do Dia

Senhor Jesus, dá-me pureza de coração, para que todas as minhas ações sejam marcadas pela sinceridade e por um amor verdadeiro ao. (Paulinas).

• Leituras eucarísticas

Primeira Leitura - 1Reis 17, 10 - 16

10. Elias pôs-se a caminho para Sarepta. Chegando à porta da cidade, viu uma viúva que ajuntava lenha. Chamou-a e disse-lhe: Por favor, vai buscar-me um pouco de água numa vasilha para que eu beba.
11. E indo ela buscar-lhe a água, gritou-lhe Elias: Traze-me também um pedaço de pão.
12. Pela vida de Deus, respondeu a mulher, não tenho pão cozido: só tenho um punhado de farinha na panela e um pouco de óleo na ânfora; estava justamente apanhando dois pedaços de lenha para preparar esse resto para mim e meu filho, a fim de o comermos, e depois morrermos.
13. Elias replicou: Não temas; volta e faze como disseste; mas prepara-me antes com isso um pãozinho, e traze-mo; depois prepararás o resto para ti e teu filho.
14. Porque eis o que diz o Senhor, Deus de Israel: a farinha que está na panela não se acabará, e a ânfora de azeite não se esvaziará, até o dia em que o Senhor fizer chover sobre a face da terra.
15. A mulher foi e fez o que disse Elias. Durante muito tempo ela teve o que comer, e a sua casa, e Elias.
16. A farinha não se acabou na panela nem se esgotou o óleo da ânfora, como o Senhor o tinha dito pela boca de Elias.

Salmo 146, 1 - 4

1. Salmo. Louvai o Senhor porque ele é bom; cantai ao nosso Deus porque ele é amável, e o louvor lhe convém.

2. O Senhor reconstrói Jerusalém, e congrega os dispersos de Israel.
3. Ele cura os que têm o coração ferido, e pensa-lhes as chagas.
4. É ele que fixa o número das estrelas, e designa cada uma por seu nome.
5. Grande é o Senhor nosso e poderosa a sua força; sua sabedoria não tem limites.

Segunda Leitura – Hebreus 9, 24 - 28

24. Eis por que Cristo entrou, não em santuário feito por mãos de homens, que fosse apenas figura do santuário verdadeiro, mas no próprio céu, para agora se apresentar intercessor nosso ante a face de Deus.
25. E não entrou para se oferecer muitas vezes a si mesmo, como o pontífice que entrava todos os anos no santuário para oferecer sangue alheio.
26. Do contrário, lhe seria necessário padecer muitas vezes desde o princípio do mundo; quando é certo que apareceu uma só vez ao final dos tempos para destruição do pecado pelo sacrifício de si mesmo.
27. Como está determinado que os homens morram uma só vez, e logo em seguida vem o juízo,
28. assim Cristo se ofereceu uma só vez para tomar sobre si os pecados da multidão, e aparecerá uma segunda vez, não porém em razão do pecado, mas para trazer a salvação àqueles que o esperam.


• Evangelho – Marcos 12, 38 – 44

38. Ele lhes dizia em sua doutrina: Guardai-vos dos escribas que gostam de andar com roupas compridas, de ser cumprimentados nas praças públicas
39. e de sentar-se nas primeiras cadeiras nas sinagogas e nos primeiros lugares nos banquetes.
40. Eles devoram os bens das viúvas e dão aparência de longas orações. Estes terão um juízo mais rigoroso.
41. Jesus sentou-se defronte do cofre de esmola e observava como o povo deitava dinheiro nele; muitos ricos depositavam grandes quantias.
42. Chegando uma pobre viúva, lançou duas pequenas moedas, no valor de apenas um quadrante.
43. E ele chamou os seus discípulos e disse-lhes: Em verdade vos digo: esta pobre viúva deitou mais do que todos os que lançaram no cofre,
44. porque todos deitaram do que tinham em abundância; esta, porém, pôs, da sua indigência

Jesus e os pobres

Comentário do Evangelho

A viúva, da sua pobreza, ofereceu tudo o que tinha para viver.

• A Eucaristia é o memorial de Jesus Cristo que nos infere a refletir, todos os dias, que o Seu gesto de amor nos deu a grande oportunidade da salvação. Sua via crucis, Seu sofrimentos, Sua entrega, livre e espontânea aos inimigos foram o preço da nossa redenção.

Jesus Cristo lutou o tempo todo, numa sociedade farisaica e legalista, em favor dos menos favorecidos: escravos, mulheres, criança. Rebelou´se contra o sistema cruel do dinheiro que, como ainda hoje acontece, continua oprimindo os menos favorecidos.

A narração de Marcos traça Jesus falando em dois momentos O primeiro refere-se à opulência e o fausto dos poderosos escribas e seu orgulho, O segundo momento, trata-se da pobre mulher, mulher pobre e sua doação ao cofre de esmola. Ela deu tudo o que possuía e os ricos deram, apenas, a sobra, a sobra das suas grandes posses.
Diferentemente dos humildes, os escribas gostam de exibir-se em praças públicas, falam bonito, vestem-se a rigor, todavia, em realidade não praticam o bem, não agradam ao Deus verdadeiro. Ao contraio, são simplesmente, opressores do povo.

Nesta narrativa, no segundo momento, Jesus observa o instante das ofertas no cofre de esmola. Os ricos depositavam brandes quantias. O Mestre então notou que uma pobre viúva depositou duas moedas, pequena quantia, bem pequena em relação às ofertas dos ricos e poderosos.

Mais uma lição de amor e partilha do Filho de Deus. Chamou os discípulos e lhes expôs que a oferta da pobre viúva foi muito mais significativa que a dos ricos. Enquanto eles deram a sobra do que possuíram, ele pôs no cofre de esmola tudo o que tinha.

Elias, (primeira leitura), em plena seca, falta de pão e água, caminha e chega até a cidade de Serepta. A mesma fome aí se encontra. É quando Elias avista uma mulher em busca de gravetos para acender fogo.

Chamando por ela, Elias pede-lhe pão e água, alegando ter fome. Foi quando a mulher alegou que catava gravetos para ele e o filho, acenderem o fogão, cozinhar o último pedaço de pão para ele e o filho; e depois morrerem, pois nada havia em seu casebre, se não o naco de pão.

Foi quando Elias, cujo significado é “cujo Deus é Javé”, pediu à viúva que lhe desse primeiro esse bocado, mesmo antes dela e do filho.

Sem pestanejar, a viúva assim o fez. Deu a Elias o pão seu e do filho. Aí, então, diante desse gesto e amor e de partilha, funcionou a providência divina. Deus proveu e nunca mais faltou alimento na panela da viúva. Deus sempre proverá!

E hoje e sempre, Jesus Cristo, Filho de Deus, está presente em nosso meio e, para os que n’Ele crêem está presente é o etero alimento. O Pão da Vida que desceu do céu e quem come desse Pão jamais terá fome.


Louvado Seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

• Bom Domingo para todos.

08.11.2009.