terça-feira, 13 de outubro de 2009

A Conquista de si mesmo

A Conquista de si mesmo

Comentário de

Edvaldo Santiago

(Baseado em “Colunas do Caráter” de S. Júlio Schwantes)
- Casa Publicadora Brasileira –

Certo monarca, visitando o rei de Esparta, quis saber o segredo da resistência férrea dos soldados espartanos. Foi-lhe dito residir o segredo numa sopa preta que era parte da ração de cada soldado. Insistiu o monarca em prová-la, mas qual não foi a sua decepção ao levá-la à boca.
Era intragável.

”Não se impressione”, explicou-lhe o ancião com ironia. “O tempero desta sopa consiste em rígida disciplina pessoal”. Assim o era na verdade. O monarca, afeito a uma vida fácil, rodeado de luxo da corte, não podia apreciá-la.

Sem esta rígida disciplina pessoal, inculcada desde a infância, nunca teriam os soldados de Esparta escrito a imortal página das Termópilas. Quando outros teriam preferido uma retirada “honrosa” ou uma fuga justificável sob todos os pontos, aqueles heróis, educados na escola do domínio-próprio julgaram mais digno manter a sua posição até o último homem.

“Domínio-próprio é coragem em outra forma”, dizia antigo sábio. É de Pitágoras a frase:
“Nenhum homem é livre que não se pode dominar”. Aquele que é escravo de suas paixões e instintos nega, ipso facto, sua liberdade. Não é livre nem de fato, nem de Direito. Submetendo-se ao domínio da natureza inferior, o homem abdica a sua realeza e a sua filiação divina.

Domínio-próprio não é nenhuma abstração. Envolve o domínio do apetite, do gênio, da indolência, da língua, de todos os pendores, inatos ou adquiridos. Significa subordinação da natureza inferior à superior, dos instintos à razão, dos impulsos cegos à luz da moral. Exige o reconhecimento de uma hierarquia de valores em que os interesses eternos se sobrepõem aos temporais, os espirituais aos materiais, os da sociedade aos do indivíduo.

A lei e a vontade se integram por completo no homem que alcançou elevado grau de disciplina interior. Segundo Kant sua conduta se torna padrão universal.

Seu querer se identifica com o seu dever. Nada de correto, certo ou legal ele faz por obrigação, mas o faz pelo simples querer da vontade livre e consciente. Nada de compulsório, tudo pela querer espontâneo daquele que aprendeu a dominar seus próprios sentimentos, seus caprichos, seu agir no mundo.

Conquiste-se a si mesmo, discipline suas ações, cresça todos os dias e viva a sua vida em plenitude!

30.09.2009.

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