sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Evangelho do Domingo

ILHÉUS – PARÓQUIA DE SÃO ROQUE

IPIAÚ - BAHIA

Ano C – Lucas

26 de setembro de 2010

Edvaldo Santiago

Dia do Senhor

26º Domingo do Tempo Comum

Oração do Dia

Pai, não permitas que nada neste mundo me impeça de ver o sofrimento de meu próximo e fazer-me solidário com ele. (Paulinas)

Leituras Litúrgicas

1ª Leitura - Amós 6, 1a. 4 - 7

1 Ai dos que vivem sossegados em Sião, e dos que estão seguros no monte de Samária.
4 Ai dos que dormem em camas de marfim, e se estendem sobre os seus leitos, e comem os cordeiros tirados do rebanho, e os bezerros do meio do curral;
5 que garganteiam ao som da lira, e inventam para si instrumentos músicos, assim como Davi;
6 que bebem vinho em taças, e se ungem com o mais excelente óleo; mas não se afligem por causa da ruína de José!
7 Portanto agora irão em cativeiro entre os primeiros que forem cativos; e cessarão os festins dos banqueteadores.

Salmo 146, 3 - 5

3 Não confieis em príncipes, nem em filho de homem, em quem não há auxílio.
4 Sai-lhe o espírito, e ele volta para a terra; naquele mesmo dia perecem os seus pensamentos.
5 Bem-aventurado aquele que tem o Deus de Jacó por seu auxílio, e cuja esperança está no Senhor seu Deus


2ª Leitura - 1Timóteo 6, 11 – 16

11 Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas, e segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a constância, a mansidão.
12 Peleja a boa peleja da fé, apodera-te da vida eterna, para a qual foste chamado, tendo já feito boa confissão diante de muitas testemunhas.
13 Diante de Deus, que todas as coisas vivifica, e de Cristo Jesus, que perante Pôncio Pilatos deu o testemunho da boa confissão, exorto-te
14 a que guardes este mandamento sem mácula e irrepreensível até a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo;
15 a qual, no tempo próprio, manifestará o bem-aventurado e único soberano, Rei dos reis e Senhor dos senhores;
16 aquele que possui, ele só, a imortalidade, e habita em luz inacessível; a quem nenhum dos homens tem visto nem pode ver; ao qual seja honra e poder sempiterno. Amém.

Evangelho – Lucas 16, 19 – 31

19 Ora, havia um homem rico que se vestia de púrpura e de linho finíssimo, e todos os dias se regalava esplendidamente.
20 Ao seu portão fora deitado um mendigo, chamado Lázaro, todo coberto de úlceras;
21 o qual desejava alimentar-se com as migalhas que caíam da mesa do rico; e os próprios cães vinham lamber-lhe as úlceras.
22 Veio a morrer o mendigo, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; morreu também o rico, e foi sepultado.
23 No hades, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe a Abraão, e a Lázaro no seu seio.
24 E, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e envia-me Lázaro, para que molhe na água a ponta do dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama.
25 Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que em tua vida recebeste os teus bens, e Lázaro de igual modo os males; agora, porém, ele aqui é consolado, e tu atormentado.
26 E além disso, entre nós e vós está posto um grande abismo, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem os de lá passar para nós.
27 Disse ele então: Rogo-te, pois, ó pai, que o mandes à casa de meu pai,
28 porque tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham eles também para este lugar de tormento.
29 Disse-lhe Abraão: Têm Moisés e os profetas; ouçam-nos.
30 Respondeu ele: Não! pai Abraão; mas, se alguém dentre os mortos for ter com eles, hão de se arrepender.
31 Abraão, porém, lhe disse: Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco acreditarão, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos.

Lázaro, o Santo Lázaro

Comentário do EvangelhoTestemunhando o amor

No Evangelho de hoje, Lucas denuncia mais uma distorção do comportamento do homem: a cruel divisão entre o pobre e o rico. De um lado, o miserável que não tem o que comer; do outro, o cidadão de trajes granfinos vivendo de caviar e vinhos importados. Isso aconteceu com o homem rico e o mendigo Lázaro e, com outros nomes, continua a sociedade atual a agir do mesmo jeito.

Conhecida a parábola, ambos morreram; Lázaro, o mendigo e o homem rico. No céu, a realidade foi outra. Enquanto o mendigo gozava da proteção de Abraão, que lhe abrandava o sofrimento, o rico, antes poderoso na terra, passava os tormentos do calor rigoroso do inferno.

Sentindo na alma o que nunca sentira antes, viu o estado de espírito de Lázaro e lhe pediu socorro, o que lhe foi negado, em virtude de já haver, em vida, gozado d tudo de bom e do melhor.

Aflito, ainda pediu o rico que fossem avisados seus parentes, para que ficassem de sobreaviso. O que não foi nem é possível comunicação alguma entre os mortos e os vivos. Contentemo-nos com as lembranças em vida.

Jesus chama os pobres, os que têm fome, sede e choram de bem-aventurados, não por causa da pobreza como tal, mas por causa da atitude ética (ou da fé ou do amor) que essa pobreza preserva ou suscita. E chama os ricos de infelizes (Lc 6,24-26), não por causa da riqueza como tal, mas porque a riqueza pode fazer murchar a fé e o senso do Transcendental.
Em outras palavras: o rico morreu sem fome física nem espiritual: nada mais espera na outra vida, satisfeito que estava em seu bem-estar. Lázaro que teve fome física e doenças, tinha fome de uma realidade melhor do que a vida terrestre. No além a fome material e espiritual de Lázaro era saciada, ao passo que no rico, ela não existia.
Alguém pode ser rico e ter um coração de pobre, cultivando o desapego, a humildade, a caridade, como alguém pode ser pobre, mas ter um coração de rico, sem caridade nem humildade. Lázaro, pobre na terra, e Abraão, rico na terra, tiveram a mesma sorte final, porque ambos, em circunstâncias diferentes, tiveram o mesmo amor a Deus e o mesmo desprendimento dos bens terrenos.
Jesus não costumava dar nomes aos personagens de suas parábolas. Neste caso, talvez o tenha feito visando a futura ressurreição de Lázaro (Jo 11,1-4). Com efeito, um Lázaro havia de ressuscitar para dar aos homens um testemunho e uma advertência.
A parábola nos lembra que é na terra que se decide a eternidade no Céu ou no Inferno. Não nos faltam os meios cotidianos de santificação: As Escrituras e os Sacramentos. A fé descobre neles os sinais de Deus a respeito do sentido desta vida. O cristão não vive de milagres, mas dos meios ordinários de santificação. Muitos costumam dizer que, se Deus se fizesse mais sensível, seriam mais fervorosos. Pura ilusão. Quem não tem fé nos dons cotidianos de Deus, encontrará desculpas sutis para não reconhecer os milagres de Deus. Abraão responde ao rico que quem não tem o hábito da fé viva, rejeitará mesmo os sinais mais significativos.

Já na primeira leitura, o profeta Amós adverte o perigo que envolve os ricos sem alma e sem coração que vivem na fartura e no desperdício, em detrimento dos pobres e necessitados.

Na segunda leitura, São Paulo em carta a Timóteo adverte e pede que se abstenha das coisas do mundo e se dedique à fé, à piedade pelos menos favorecidos.

LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO!

Bom Domingo para todos.


Wanda e Tatai


26.09.2010.

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